Hepatite C: tudo o que você precisa saber

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Hepatite C: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Você sabia que hoje, no Brasil, todas as pessoas com hepatite C crônica podem realizar o tratamento, independentemente do grau da doença, e ele é totalmente gratuito?

Você sabia que hoje a chance de cura varia entre 80% a 100%, e quanto mais precoce o diagnóstico, maior a sua chance de cura?

Você sabia que quem falhou ao tratamento no passado pode ser retratado e as chances de cura são boas?

O tratamento da hepatite C crônica mudou muito nos últimos 3 anos. Mas por que? Antes os medicamentos causavam muitos efeitos colaterais e a chance de cura era menor que 50%. Hoje, os medicamentos quase não possuem efeitos colaterais e a cura é alta. 

Seja qual for a sua dúvida, continue lendo esse artigo.

O que é a hepatite C e a diferença entre hepatite aguda e crônica

A hepatite C é uma doença hepática causada pelo vírus da hepatite C. Ela é contagiosa pois é transmitida, na maioria das vezes, pelo sangue. 

Existem duas condições em relação a hepatite C, similar a hepatite B – a infecção aguda e a crônica

  1. A infecção aguda é de curta duração e ocorre nos primeiros 6 meses após a exposição ao vírus.
  2. A infecção crônica é de longa duração e ocorre quando o vírus da hepatite C permanece no seu corpo após 6 meses.

O risco de cronificação da hepatite C varia entre 60% e 90%, sendo maior em homens, pessoas com alguma imunodeficiência e pessoas com mais de 40 anos.

Transmissão da hepatite C

A hepatite C é transmitida quando o sangue infectado com o vírus entra no corpo de alguém que não o tem. Hoje, a maioria das pessoas contraem ao compartilhar agulhas, através de equipamentos para injetar drogas e materiais não esterilizados. 

Também pode ser transmitida por meio da relação sexual sem preservativo, porém é menos frequente. Antes de 1992, ano que o vírus foi descoberto, a hepatite C era disseminada por transfusões de sangue e transplantes de órgãos.

Você pode contrair o vírus pelo sangue, sêmen ou outros fluidos corporais infectados, e pode ocorrer: 

  1. Compartilhando agulhas, seringas ou outros equipamentos de drogas injetáveis, inaláveis (cocaína) e pipadas (crack).
  2. Acidente de trabalho (por exemplo, com uma agulha contaminada) em ambientes de cuidados de saúde.
  3. Verticalmente – transmissão da mãe vivendo com o vírus para o bebê durante o parto.
  4. Compartilhando itens como lâminas de barbear ou escovas de dente com uma pessoa vivendo com o vírus. 
  5. Durante o sexo oral, vaginal e anal sem preservativo com um parceiro(a) vivendo com o vírus.
  6. Contato direto com o sangue ou feridas abertas de uma pessoa vivendo com o vírus.
  7. Exposição ao sangue de agulha ou outros instrumentos cortantes infectados, geralmente materiais não esterilizados, como por exemplo, material de manicure e pedicure, lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercing.
  8. Procedimento odontológicos e cirúrgicos, hemodiálise, transfusão, endoscopia, entre outros, quando às normas de biossegurança não são aplicadas.

O vírus da hepatite C pode sobreviver fora do corpo à temperatura ambiente por até 3 semanas. Durante esse tempo, ele ainda pode causar infecção se entrar no corpo de uma pessoa que não esteja infectada. Limpe superfícies sujas com sangue com uma mistura de água sanitária e água, sempre utilizando luvas, mesmo se o sangue estiver seco. 

Diferentemente da hepatite A, ela não é transmitida rotineiramente por comida ou água. No entanto, pode ser transmitida por alimentos pré-mastigados por uma pessoa com o vírus. 

Ele não se espalha por talheres, amamentação, abraços, beijos, toque, tosse ou espirros. Também não pode ser transmitido por picada de insetos. 

Algumas pessoas estão em risco aumentado, incluindo:

  1. Usuários de drogas injetáveis. ​​
  2. Ex-usuários de drogas injetáveis, incluindo aqueles que injetaram apenas uma vez a muitos anos atrás.
  3. Quem realizou transfusão de sangue ou derivados, transplante de órgãos e hemodiálise antes de 1992.
  4. Pessoas que fizeram piercings ou tatuagens com instrumentos não estéreis.
  5. Profissionais de saúde que sofreram acidente de trabalho com agulhas contaminadas.
  6. Pessoas vivendo com HIV.
  7. Crianças nascidas de mães vivendo com o vírus.
  8. Ter contato sexual sem preservativo com uma pessoa vivendo com o vírus.
  9. Viver com uma pessoa que tem hepatite C crônica.
  10. Ter vários parceiros (as) sexuais.
  11. Ter uma infecção sexualmente transmissível.
  12. Homens que fazem com homens (HSH).
  13. Viajar para países com taxas moderadas a altas de hepatite C.
  14. Fazer sexo violento.

Se você está preocupado com a possibilidade de exposição ao vírus da hepatite C, marque uma consulta com seu médico. A hepatite C é diagnosticada através de exame de sangue disponíveis no SUS e em laboratórios particulares. 

Prevenção da Hepatite C

Se você é sexualmente ativo, pode diminuir sua probabilidade de contrair a hepatite C:

  • Ao ter um relacionamento mutuamente monogâmico de longo prazo com um parceiro (a) que foi testado para hepatite C e não tem a infecção crônica;
  • Usar preservativos da maneira certa sempre que fizer sexo. 

Se for usar drogas injetáveis, não compartilhe seringas. Também não compartilhe itens como lâminas de barbear ou escovas de dentes.

Cuidado em salões de beleza e clínicas estéticas. Caso queira fazer uma tatuagem ou algum procedimento cirúrgico, fique atento às normas de biossegurança do local. 

Ainda não existe vacina para hepatite C. 

Hepatite C na gestação

A hepatite C raramente é transmitida de uma mulher grávida para o bebê. Cerca de 6% dos bebês nascidos de mães com o vírus são infectados. No entanto, o risco torna-se maior se a mãe for coinfectada com o HIV. 

O teste diagnóstico não faz parte do atendimento pré-natal de rotina. No entanto, se uma mulher grávida tem fatores de risco para a infecção, ela deve realizar o exame.

Sinais e sintomas da hepatite C

Aproximadamente 80% das pessoas com hepatite C aguda não apresentam sintomas. Porém ela ainda pode transmitir o vírus. O tempo médio entre a exposição e o início do sintoma é de 6 a 7 semanas, mas pode variar de 2 semanas a 6 meses. 

Os principais sintomas da hepatite C aguda são: 

  1. Febre.
  2. Fadiga.
  3. Perda de apetite.
  4. Náusea.
  5. Vômito.
  6. Dor abdominal.
  7. Urina escura.
  8. Dor nas articulações.
  9. Icterícia (cor amarela na pele ou nos olhos).
  10. Diarreia.
  11. Erupção cutânea parecido como uma alergia.

A maioria das pessoas com hepatite C crônica também não apresentam sintomas. No entanto, se você viver muitos anos com o vírus, pode ter seu fígado danificado. 

Você só terá sintomas quando a doença já estiver avançada. As principais complicações são insuficiência hepática, cirrose e câncer de fígado.

A hepatite C crônica é a principal causa de cirrose e câncer de fígado e a razão mais comum para o transplante de fígado nos Estados Unidos. 

De cada 100 pessoas vivendo com o vírus da hepatite C, cerca de 60 a 90 pessoas desenvolvem infecção crônica. Desses, 60 a 70 pessoas continuarão a desenvolver doença hepática crônica, sendo que 5 a 20 pessoas irão desenvolver cirrose durante um período de 20 a 30 anos e 1 a 5 pessoas vão morrer de cirrose ou câncer de fígado.

Diagnóstico da hepatite C

O principal exame diagnóstico da hepatite C é o Anti-HCV. Após você contrair o vírus, este teste demora de 8 a 12 semanas para ser detectado, mantendo-se reagente para o resto da sua vida, mesmo se você curar a doença. Se positivo, é necessário confirmar o diagnóstico com a carga viral do vírus da hepatite C (PCR quantitativo). 

Por não apresentar sintomas na fase crônica, a hepatite C é considerada uma doença silenciosa. Portanto, se você está em risco de ter contraído o vírus, deve realizar o teste diagnóstico. Ele é indicado se você:

  • Nasceu entre 1945 a 1965.
  • É um usuário de drogas injetáveis ​​ou ex-usuário, mesmo que você tenha injetado apenas uma vez há muitos anos.
  • Recebeu uma transfusão de sangue ou transplante de órgão antes de 1992.
  • Está em tratamento de hemodiálise a bastante tempo.
  • Tem testes hepáticos anormais ou doença hepática.
  • É profissional de saúde.
  • Está vivendo com o HIV.
  • É sexualmente ativo.

Quando realizado o diagnóstico, é muito importante o seguimento médico para que se possa avaliar a evolução da doença hepática, com exames de sangue e de imagem de rotina, que serão solicitados pelo seu médico.

Diagnóstico diferencial

Os sintomas da hepatite, tanto aguda como crônica, podem ser parecidos com outras doenças, como: mononucleose, toxoplasmose, citomegalovirose e outras doenças virais, leptospirose, febre amarela, malária e dengue hemorrágica, hepatite alcoólica, medicamentosa, autoimune, doenças hemolíticas e obstrução mecânica das vias biliares (tumor, cálculo).

Tratamento da hepatite C

Não há medicação disponível para tratar a infecção aguda. Durante essa fase é necessário descanso, alimentação adequada e ingestão de líquidos, embora alguns casos mais graves possam necessitar de internação hospitalar.

Existem vários medicamentos disponíveis para tratar a infecção crônica e o seu médico irá prescrever o melhor tratamento para você de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções publicado pelo Ministério da Saúde em 2018, sendo que as chances de cura variam entre 80% a 100%.

Você deve evitar a ingestão de álcool. Sempre pergunte ao com seu médico quais medicamentos, suplementos ou chás você pode tomar, pois eles podem danificar ainda mais seu fígado. 

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição de risco. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

Quando diagnosticada precocemente, a hepatite C não deixa sequelas. Não deixe ela evoluiu para uma insuficiência hepática, cirrose ou câncer de fígado.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Hepatite B: tudo o que você precisa saber

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Hepatite B: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Os exames de sangue solicitados pelo seu médico para diagnosticar a hepatite B assustam, eu sei. 

São tantas letras… HGsAg, Anti-HBc total, Anti-HBs. Isso quando o médico não solicita Anti-HBc IgG e IgM, HBeAg, Anti-HBe.

Acredite, elas fazem sentido e auxiliam o seu médico, mostrando exatamente:

  1. Se você tem ou não hepatite B.
  2. Se já teve a doença.
  3. Se foi vacinado.

Ao longo dessa leitura você poderá identificar se está em risco de ter hepatite B, as formas de preveni-la e a necessidade de ser vacinado.

O que é a hepatite B e a diferença entre hepatite aguda e crônica

A hepatite B é uma doença hepática causada pelo vírus da hepatite B. Ela é contagiosa pois é transmitida, na maioria das vezes, pelo sangue. 

Existem duas condições em relação a hepatite B, similar a hepatite C: a infecção aguda e a crônica

  1. A infecção aguda é de curta duração e ocorre nos primeiros 6 meses após a exposição ao vírus.
  2. A infecção crônica é de longa duração e ocorre quando o vírus da hepatite B permanece no seu corpo após 6 meses.

O risco de cronificação depende, principalmente, da idade que ocorreu a infecção. Em menores de 1 ano chega a 90%, entre 1 e 5 anos varia entre 20 e 50% e em adultos é de cerca de 10%. Ou seja, ela cura espontaneamente na maioria dos adultos. 

Transmissão da hepatite B

Você pode contrair o vírus pelo sangue, saliva, sêmen, secreções vaginais. Menos frequente em outros fluidos corporais, como suor, leite materno, lágrimas e urina de pessoas infectadas. 

A transmissão pode ocorrer: 

  1. Verticalmente – transmissão da mãe vivendo com o vírus para o bebê durante o parto.
  2. Durante o sexo oral, vaginal e anal sem preservativo com um parceiro(a) vivendo com o vírus.
  3. Compartilhando agulhas, seringas ou outros equipamentos de drogas injetáveis, inaláveis (cocaína) e pipadas (crack).
  4. Compartilhando itens como lâminas de barbear ou escovas de dente com uma pessoa vivendo com o vírus. 
  5. Contato direto com o sangue ou feridas abertas de uma pessoa vivendo com o vírus.
  6. Exposição ao sangue de agulha ou outros instrumentos cortantes infectados, geralmente materiais não esterilizados, como por exemplo, material de manicure e pedicure, lâminas de barbear e depilar, tatuagens, piercing.
  7. Procedimento odontológicos e cirúrgicos, hemodiálise, transfusão, endoscopia, entre outros, quando as normas de biossegurança não são aplicadas. 
  8. Acidente de trabalho (por exemplo, com uma agulha contaminada) em ambientes de cuidados de saúde.

O vírus da hepatite B pode sobreviver fora do corpo por pelo menos 7 dias. Durante esse tempo, ele ainda pode causar infecção se entrar no corpo de uma pessoa que não esteja infectada. Limpe superfícies sujas com sangue com uma mistura de água sanitária e água, sempre utilizando luvas, mesmo se o sangue estiver seco. 

Diferentemente da hepatite A, ela não é transmitida rotineiramente por comida ou água. No entanto, pode ser transmitida por alimentos pré-mastigados por uma pessoa com o vírus.

Ele não se espalha por talheres, amamentação, abraços, beijos, toque, tosse ou espirros. Também não pode ser transmitido por picada de insetos. 

Embora qualquer um possa contrair hepatite B, alguns comportamentos podem deixar você em maior risco, entre eles: 

  1. Fazer sexo com uma pessoa vivendo com o vírus.
  2. Ter vários parceiros (as) sexuais.
  3. Ter uma infecção sexualmente transmissível.
  4. Homens que fazem com homens (HSH).
  5. Injetar drogas ou compartilhar agulhas, seringas ou outros equipamentos.
  6. Viver com uma pessoa que tem hepatite B crônica.
  7. Nascer de mãe vivendo com o vírus.
  8. Exposição ao sangue na atividade laboral. 
  9. Fazer hemodiálise.
  10. Viajar para países com taxas moderadas a altas de hepatite B.
  11. Fazer sexo violento.
  12. Fazer piercings ou tatuagens com instrumentos não estéreis.

Se você está preocupado com a possibilidade de ter sido exposto ao vírus da hepatite B, marque uma consulta com seu médico. A hepatite B é diagnosticada através de exames de sangue disponíveis no SUS e em laboratórios particulares. 

Prevenção da Hepatite B

O objetivo da vacina é prevenir que você contraia o vírus da hepatite B. Ela é recomendada para:

  1. Todos os bebês, sendo a primeira dose logo após o nascimento.
  2. Todas as crianças e adolescentes com menos de 19 anos de idade que não foram vacinados.
  3. Pessoas cujos parceiros (as) sexuais têm hepatite B.
  4. Pessoas sexualmente ativas.
  5. Pessoas que buscam avaliação ou tratamento para uma infecção sexualmente transmissível (IST).
  6. Homens que fazem sexo com homens (HSH).
  7. Pessoas que compartilham agulhas, seringas ou outros equipamentos de injeção de drogas.
  8. Pessoas que têm contato domiciliar próximo a alguém vivendo com o vírus da hepatite B.
  9. Profissionais de saúde.
  10. Pessoas com doença renal em estágio terminal, incluindo pré-diálise, hemodiálise, diálise peritoneal e pacientes em diálise domiciliar.
  11. Residentes e funcionários de instituição de longa permanência.
  12. Viajantes que irão viajar para regiões com taxas moderadas ou altas de hepatite B.
  13. Pessoas com doença hepática crônica.
  14. Pessoas vivendo com HIV.
  15. Qualquer pessoa que deseja proteção contra o vírus da hepatite B.

A vacina geralmente é administrada em uma série 3 ou 4 doses durante um período de 6 meses. Ela é muito eficaz e segura. A dor local é o efeito colateral mais comum.

Desde que a vacina ficou disponível em 1982, mais de 100 milhões de pessoas receberam uma vacina contra hepatite B nos Estados Unidos e nenhum efeito colateral grave foi relatado.

Se você não concluiu a série de vacinas proposta, converse com seu médico para retomar a vacinação o mais rápido possível. Receber doses extras não é prejudicial. 

Ela é contraindicada para pessoas que apresentam alergia grave aos componentes da vacina.

Converse com seu médico. A vacina é gratuita pelo SUS e também está disponível em laboratórios particulares. 

Já a imunoglobulina é uma substância produzida a partir de uma amostra de sangue humano que contém anticorpos contra o vírus da hepatite B e é administrada apenas em casos específicos. 

Se for usar drogas injetáveis, não compartilhe seringas. Também não compartilhe itens como lâminas de barbear ou escovas de dentes.

Cuidado em salões de beleza e clínicas estéticas. Caso queira fazer uma tatuagem ou algum procedimento cirúrgico, fique atento às normas de biossegurança do local.

Hepatite B na gestação

Os exames de hepatite B fazem parte da rotina pré-natal. É importante que você faça o diagnóstico da doença para que, se houver a indicação de tratamento, inicie imediatamente para evitar a transmissão para o bebê. Ela ocorre principalmente na hora do parto e durante a amamentação, e raramente, durante a gestação (transplacentária). 

Após o nascimento, seu bebê receberá doses da vacina e imunoglobulina, começando nas primeiras 12 horas de vida. Essa terapia diminui em 95% a chance do seu filho adquirir o vírus. Duas ou três doses adicionais da vacina serão necessárias nos próximos 6 meses. O tempo e o número total de injeções serão influenciados por vários fatores, incluindo o tipo de vacina, a idade e o peso do bebê ao nascer. 

Sem vacinação, cerca de 90% dos bebês nascidos de mulheres com infecção pelo vírus da hepatite B podem desenvolver infecção crônica, o que pode levar a graves problemas de saúde. 

A vacina é recomendada para todos os bebês, independente se a mãe tem ou não o vírus. A hepatite B é uma doença grave, porém prevenível. 

Sinais e sintomas da hepatite B

Cerca de 70% dos adultos desenvolvem sintomas na infecção aguda. Ocorrem, em média, 90 dias após a exposição, entre 6 semanas e 6 meses. Mesmo não apresentando sintomas, você ainda pode transmitir o vírus.

Os principais sintomas da hepatite B aguda são: 

  1. Febre.
  2. Fraqueza.
  3. Perda de apetite.
  4. Mal-estar.
  5. Náusea.
  6. Vômito.
  7. Dor abdominal.
  8. Dor no corpo (mialgia).
  9. Urina escura.
  10. Dor nas articulações.
  11. Icterícia (cor amarela na pele ou nos olhos).
  12. Diarreia.
  13. Erupção cutânea parecido como uma alergia.
  14. Fezes sem cor.

Geralmente duram algumas semanas, mas você pode ficar doente por até 6 meses. Isso é chamado de síndrome pós-hepatite. Os sintomas que geralmente permanecem são o cansaço fácil, desconforto abdominal, intolerância a bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos. 

Menos de 0,5% podem desenvolver a hepatite fulminante, que se caracteriza pela evolução rápida para insuficiência hepática, ou seja, o fígado para de funcionar. Os principais sintomas são icterícia acentuada, vômitos, febre persistente, confusão mental, sonolência, entre outros. A doença é fatal em mais de 80% dos casos. 

Já na hepatite B crônica, você pode ter sintomas semelhantes aos da hepatite B aguda, mas a maioria das pessoas são assintomáticas. Cerca de 15% a 40% apresentam risco de complicações, como a insuficiência hepática, cirrose ou câncer de fígado (carcinoma hepatocelular). Mesmo o fígado se tornando doente, você pode não apresentar sintomas, porém exames de sangue demostraram anormalidades.

Diagnóstico da hepatite B

Por não apresentar sintomas na fase crônica, a hepatite B é considerada uma doença silenciosa. Portanto, se você está em risco de ter contraído o vírus, deve realizar os testes diagnósticos. Eles são indicados para todas as pessoas sexualmente ativas. 

Os principais exames são: HGsAg, Anti-HBc total e Anti-HBs. Porém podem ser solicitados: Anti-HBc IgG e IgM, HBeAg, Anti-HBe e carga viral para hepatite B (PCR quantitativo). Estes testes mostram se você:

  1. Tem infecção aguda ou crônica.
  2. Se já teve a doença e curou dela.
  3. É imune à hepatite B.
  4. Poderia se beneficiar da vacinação.

Seu médico saberá interpretá-los. 

Outros exames (como TGO, TGP, RNI, plaquetas, bilirrubinas) serão solicitados para avaliação do dano hepático causado pelo vírus, e poderão auxiliar no tratamento. 

Diagnóstico diferencial

Os sintomas da hepatite, tanto aguda como crônica, podem ser parecidos com outras doenças, como: mononucleose, toxoplasmose, citomegalovirose e outras doenças virais, leptospirose, febre amarela, malária, dengue hemorrágica, hepatite alcoólica, medicamentosa, autoimune, doenças hemolíticas e obstrução mecânica das vias biliares (tumor, cálculo).

Tratamento da hepatite B

Não há medicação específica para tratar a hepatite B aguda. Durante essa fase, é necessário descanso, alimentação adequada e ingestão de líquidos, embora alguns casos mais graves possam necessitar de internação hospitalar.

Na hepatite B crônica, vários fatores influenciam no tratamento, por isso é necessário que você procure atendimento médico

Nem todas as pessoas precisam tratar. Se houver indicação, a escolha do tratamento será baseada no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções, publicado pelo Ministério da Saúde em 2016. 

Independentemente se você irá tratar ou não, é necessário seguimento e monitoramento quanto aos sinais de doença hepática. Ele é realizado através do exame do médico, exames de sangue e exame de imagem do fígado, geralmente a cada 6 meses. 

No Brasil existem vários medicamentos aprovados para o tratamento e todos são disponibilizados gratuitamente pelo SUS

Você deve evitar a ingestão de álcool. Sempre pergunte ao com seu médico quais medicamentos, suplementos ou chás você pode tomar, pois eles podem danificar ainda mais seu fígado. 

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição de risco. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

Quando diagnosticada precocemente, a hepatite B não deixa sequelas. Não deixe ela evoluiu para uma insuficiência hepática, cirrose ou câncer de fígado.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Sífilis: tudo o que você precisa saber

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Sífilis: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Qual das três perguntas abaixo você tem em relação à sífilis?

  1. “Só fiz sexo sem camisinha uma vez na vida, tenho que fazer o exame de sífilis?”
  2. “O tratamento da sífilis é aquela injeção doída?”
  3. “Meu exame de sífilis nunca fica negativo mesmo depois que eu tratei. Por que isso acontece? Estou curado ou ainda tenho a doença?”

Essas são as dúvidas mais recorrentes entre meus pacientes. Apesar de ser uma infecção sexualmente transmissível (IST) de fácil diagnóstico e tratamento, quando não tratada, progride ao longo dos anos, podendo afetar órgãos como o cérebro, olhos e o coração. 

Seja qual for a sua dúvida, continue lendo esse artigo.

Transmissão da sífilis

3 formas de contrair a bactéria Treponema pallidum, causadora da sífilis: 

  • Sexual
  • Vertical (de mãe para o filho)
  • Contato sanguíneo

A mais comum é através do sexo vaginal, anal ou oral sem o uso de preservativo. A bactéria é transmitida através do cancro duro, ferida causada pela doença. Ela ocorre no pênis, na vagina, no ânus, nos lábios, na língua ou na boca. 

Além disso, a ferida facilita a transmissão de outras infecções, como o HIV, hepatite B e hepatite C.

Como qualquer pessoa pode adquirir sífilis através de sexo, todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o exame de sangue ao menos uma vez na vida. 

Algumas pessoas podem se beneficiar com testes mais frequentes, entre elas: 

  1. Homens que fazem sexo com homens (HSH).
  2. Pessoas vivendo com o HIV.
  3. Pessoas em uso de PrEP (profilaxia pré-exposição).
  4. Ter parceiro(a) com teste positivo para sífilis.

Se você acha que está em risco de ter a infecção, procure atendimento médico. Pergunte se você deve fazer o teste para sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis. 

Prevenção da sífilis

Se você é sexualmente ativo, pode diminuir sua probabilidade de contrair a sífilis:

  • Ao ter um relacionamento mutuamente monogâmico de longo prazo com um parceiro (a) que foi testado para sífilis e não tem a infecção ativa;
  • Usar preservativos da maneira certa sempre que fizer sexo. 

Infelizmente, o uso de preservativo não previne 100% a sífilis. A ferida pode estar em uma parte do corpo onde a camisinha não cobre. Por isso todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar os exames de sangue ao menos uma vez na vida para rastreio de infecções sexualmente transmissíveis.

Sífilis na gestação

Antes da gravidez, você e seu parceiro sexual devem realizar os exames de sífilis para tratamento imediato, se necessário. Isso evitará vários transtornos, pois o tratamento durante a gestação é mais complexo, além do risco do bebê ter a sífilis congênita.

Durante a gestação, você deve realizar os testes no primeiro trimestre ou na primeira consulta, e novamente, no início do terceiro trimestre. Estes exames são rotina em qualquer pré-natal. No caso de exposição sexual de risco ou violência, os exames devem ser realizados necessariamente por volta da 28ª semana de gestação. 

Caso você tenha sífilis e não tratar (ou tratar de forma inadequada), pode transmitir a infecção para o seu bebê pela placenta. A transmissão também pode ocorrer durante o parto se houver lesões genitais na mãe. Por isso é necessário tratamento correto imediato na gestação. 

Se o bebê contrair a bactéria e não for tratado, pode desenvolver a sífilis congênita. Os principais sinais e sintomas da doenças são: 

  1. Catarata.
  2. Atraso no desenvolvimento.
  3. Surdez.
  4. Deformidades ósseas.
  5. Convulsões.

Outras consequências da infecção podem levar o bebê a nascer com baixo peso, prematuro, natimorto (um bebê nascido morto) ou até morrer devido às sequelas.

Para proteger seu filho, você deve fazer os exames de sífilis pelo menos uma vez durante a gravidez e receber tratamento imediato, se necessário.

A sífilis não é transmitida através do leite materno. 

Sinais e sintomas da sífilis

Os sintomas da sífilis em adultos variam conforme o estágio da doença. O tempo médio entre a transmissão da sífilis e o início do primeiro sintoma é de 21 dias, mas pode variar de 10 a 90 dias.

Sífilis Primária

Durante o primeiro estágio, você pode notar uma mancha vermelha escura que rapidamente se transforma em uma única ferida (cancro duro) no local onde a bactéria entrou em seu corpo. Algumas pessoas podem apresentar múltiplas feridas, porém é incomum. Na maioria dos casos ela é pouco sintomática e passa despercebida.

A ferida é geralmente (mas nem sempre) redonda, com bordos endurecidos bem delimitados, indolor, com fundo liso e brilhante. Aumenta de tamanho (0,5 cm a 2 cm), dura de 2 a 6 semanas e desaparece independentemente de você tratar ou não. Também pode aparecer “ínguas” nas virilhas, geralmente em um lado só. 

Nas mulheres, a fase primária é de difícil percepção, pois a lesão não causa sintomas e sua localização geralmente não é visível. Ocorre principalmente na parede vaginal, cérvix e períneo.

Mesmo após a ferida desaparecer, você ainda deve realizar o tratamento, pois impedirá que sua infecção evolua para o estágio secundário.

Sífilis Secundária

Nesta fase, a bactéria se dissemina pelo corpo.

Você pode ter erupções cutâneas (como se fosse uma alergia) e/ou lesões na mucosa da boca, vagina ou ânus. Elas podem aparecer quando sua ferida primária está cicatrizando ou várias semanas após a cicatrização. A “alergia” são manchas ásperas avermelhadas em todo o corpo, porém são mais frequentes nas palmas das mãos e/ou na parte inferior dos pés e geralmente não coçam. 

Você também pode apresentar outros sintomas, como mal-estar, febre, “ínguas”, dor de garganta, perda de cabelo, dores de cabeça, perda de peso, dores musculares, cansaço, verrugas na região genital e feridas na língua . 

Os sintomas deste estágio duram entre 4 e 12 semanas e desaparecerão, independentemente se você tratar ou não. Sem o tratamento correto, sua infecção passará para o estágio latente e, possivelmente, terciário.

Sífilis Latente

O estágio latente da sífilis é um período em que não há sinais ou sintomas, sendo sua duração variável. 

A única forma de realizar o diagnóstico é através dos exames de sangue. Por ser a fase mais longa, é nela que a maioria das pessoas descobrem a doença. 

Se você não receber tratamento continuará com a bactéria em seu corpo por vários anos, com chances de evoluir para o estágio terciário. 

Sífilis Terciária

Poucas pessoas com sífilis desenvolvem o estágio terciário. No entanto, quando ocorre, pode afetar diferentes órgãos, como o cérebro, nervos, olhos, coração, pele, vasos sanguíneos, fígado, ossos e articulações, resultando em morte. A sífilis terciária é muito grave e acontece entre 10 a 30 anos após início da infecção. Os principais sinais e sintomas, por órgãos, são:

  1. Cérebro e sistema nervoso (neurosífilis): dor de cabeça severa, dificuldade em coordenar movimentos, paralisia, “formigamento” dos membros e demência. 
  2. Olhos (sífilis ocular): alterações em sua visão e até mesmo cegueira.
  3. Pele: lesões nodulares , que podem fistulizar (sair secreção) e fazer úlceras.
  4. Cardiovascular: aneurisma na artéria aorta, inflamação nas artérias (arterite), estenose das artérias coronárias, insuficiência das válvulas do coração e inflamação do coração (miocardite).
  5. Óssea e articular: inflamação da camada que protege o osso (periostite), inflamação do osso (osteíte), nódulos ou inflamação das articulações (artrite), inflamação dos tendões (sinovite), destruição dos ossos e articulações que levam a deformidades (artropatia de Charcot).

Diagnóstico da sífilis

O diagnóstico da sífilis ocorre de duas formas:

  1. Se você apresentar os sintomas descritos acima.
  2. Exames de sangue.

Como a maioria das vezes os sintomas não são visíveis, geralmente o diagnóstico é realizado através dos exames de sangue

Eles são divididos em duas classes: 

  1. Treponêmicos: os mais comuns são os ensaios imunoenzimáticos e FTA-ABS.
  2. Não treponêmicos: VDRL.

Cada um possui um significado, e juntos, dão o diagnóstico da sífilis. Seu médico saberá interpretar os diferentes resultados dos exames. 

Os treponêmicos permanecerão positivos, ou seja, reagentes, para o resto da sua vida, mesmo após o tratamento. 

Os não treponêmicos tendem a negativação, por isso são usados para o acompanhamento. No entanto podem permanecer positivos, mesmo após o tratamento. Isso é chamado de cicatriz sorológica

Falso-positivos podem ocorrer devido a reações cruzadas com outras doenças, como, por exemplo, lúpus, artrite reumatóide, hanseníase, entre outras. 

Pessoas com sífilis devem informar seus parceiros sexuais para que eles também realizem os exames e recebam tratamento, se necessário.

Diagnóstico diferencial

Os sintomas da sífilis podem ser parecidos com outras doenças, por isso os exames de sangue são fundamentais para o diagnóstico. Entre essas doenças estão:

  1. Sífilis primária: cancro mole, herpes genital, linfogranuloma venéreo, donovanose, câncer, leishmaniose tegumentar, trauma, entre outros.
  2. Sífilis secundária: efeito colateral de medicamentos, doenças. exantemáticas (como zika, dengue, varicela, sarampo), hanseníase, entre outros.
  3. Sífilis terciária: tuberculose, leishmaniose tegumentar, esporotricose, tumores, distúrbios psiquiátricos, entre outros.

Tratamento da sífilis

A sífilis tem tratamento e é curada com o uso de antibióticos prescritos pelo seu médico. E sim, é aquela que dói, a famosa Benzetacil. 

O tratamento recomendado para adultos e adolescentes com sífilis primária e secundária é a penicilina benzatina em 2 doses em um dia. Para sífilis latente é administrado 2 doses em intervalos semanais, por 3 semanas, totalizando 6 doses. Siga as orientações do seu médico e nunca se automedique. 

O tratamento recomendado para a neurossífilis e sífilis ocular é a penicilina cristalina por 10 a 14 dias. Como poucos hospitais possuem esse antibiótico, por isso, geralmente é tratada com ceftriaxona intravenosa pelo mesmo período.

Para pessoas alérgicas a penicilina, pode-se usar doxiciclina ou tetraciclinas. 

Após o tratamento, é necessário o acompanhamento médico com exames de sangue para que se confirme a cura da infecção. Sendo assim, retorne para a consulta com seu médico.

Após o tratamento você pode ser reinfectado com a bactéria. Por isso é importante o uso de preservativos e a realização dos exames de sangue anualmente se você é sexualmente ativo(a). 

É necessário também que seu parceiro(a) realize os exames, e se necessário, trate, para que a transmissão não continue a ocorrer entre o casal. 

Pode não ser óbvio que um parceiro(a) sexual tenha sífilis. Isso ocorre porque as feridas podem estar escondidas na vagina, no ânus, sob o prepúcio do pênis ou na boca. A menos que saiba que seu parceiro(a) foi testado(a) e tratado(a), pode estar em risco de ter sífilis novamente.

Não façam sexo até completar o tratamento. Espere, no mínimo, 7 dias após o fim da terapia para ter relações sexuais. 

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição de risco. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

Quando diagnosticada precocemente, a sífilis tem cura e não deixa sequelas. Pelo fácil diagnóstico e tratamento, você não pode deixar ela evoluiu para o estágio terciário.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

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RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

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19 dúvidas sobre vacinas

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ARTIGOS

19 dúvidas sobre vacinas

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

É incrível como as pessoas associam “prevenção” com atividade física diária, alimentação balanceada, exames de rotina (como glicemia, colesterol, mamografia, papanicolau, entre outros) e esquecem que as vacinas são a melhor forma de prevenir doenças infecciosas. Principalmente para os adultos e idosos. 

Ao se vacinar, você não apenas se protege, mas também protege as pessoas ao seu redor. Graças a elas, doenças transmissíveis, como a poliomielite, foram erradicadas no Brasil. Porém, movimentos contrários surgiram, e a baixa adesão à vacinação fizeram com que doenças antes raras e graves, como o sarampo, voltassem, como ocorreu em todo o Brasil em 2019.

Na aula abaixo eu mostro quais são as principais vacinas para as pessoas vivendo com HIV e neste artigo as principais dúvidas em relação às vacinas.

O que são vacinas e como elas agem?

A vacina é a forma mais segura e eficaz de proteção contra determinadas doenças infecciosas causadas por vírus ou bactérias.

São feitas a partir do próprio microrganismo, de forma atenuada (vivo, porém enfraquecido) ou inativada (morta). 

Mas como nos protegem? Por exemplo, quando contraímos um vírus, nosso corpo irá se proteger contra através do nosso sistema imunológico, produzindo anticorpos.

As vacinas “fingem” quem são esses agentes infecciosos e fazem com que nossas defesas produzam os anticorpos. Assim, quando entramos em contato com o microrganismo selvagem, nosso corpo já está pronto para se defender. 

O que é o “efeito rebanho”?

Quanto mais pessoas vacinadas, menor a probabilidade daquele agente infeccioso estar circulando (se multiplicando) naquela população. Assim, pessoas não vacinadas também estão protegidas contra o microrganismo. Porém, elas permanecem em risco de contrair a infecção.

Preciso da minha carteira de vacinação?

Tanto os programas de vacinação de crianças e adolescentes, como o calendário de vacinação para adultos e idosos, são publicados anualmente pela Sociedade Brasileira de Imunização. Clique aqui para saber mais

Posso tomar duas ao mesmo tempo?

Com algumas exceções (como VPC13 e VPP23, bem como VPC13 e MenACWY), todas as vacinas inativadas podem ser administradas de forma segura e efetiva simultaneamente (no mesmo dia) em diferentes regiões do corpo, sem prejudicar a resposta imune ou aumentar as taxas de reações adversas. Isso pode ser útil em casos de viagem iminente.

Já as vacinas de vírus vivo devem ser administradas com uma diferença de 30 dias de intervalo, pois a resposta imunológica pode ser prejudicada. Por exemplo, a vacina da febre amarela e do sarampo. 

Esqueci de tomar uma dose de reforço, preciso começar do zero?

Pode ocorrer também de você esquecer de administrar uma dose de reforço. Isso não afeta a resposta imunológica. Consequentemente, não é necessário reiniciar ou adicionar doses.

Porém, existem algumas exceções a essa regra. Converse com seu médico caso isso ocorra.

Preciso comprovar que fui vacinado ou não sei se já tomei determinada vacina, posso me vacinar novamente?

O recomendado é tomar novamente. Não há problema em tomá-la. Apenas evite tomar a mesma vacina em um curto espaço de tempo.

O que são vacinas combinadas?

São vacinas que oferecem proteção para mais de uma doença, como a tríplice viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba.

Por que algumas têm duração para toda a vida e outras não?

Pois, algumas precisam da dose de reforço para manter a defesa por toda a vida.

Estou doente, posso tomar uma dose?

Doenças leves, como diarreia, infecção respiratória alta ou outras doenças febris não são contra-indicações à vacinação. 

Entretanto, durante uma doença aguda moderada ou grave o adiamento pode ser necessário. Essa precaução ocorre para evitar a sobreposição de efeitos adversos com a doença aguda.

A vacina pode causar doença?

As inativadas (morto) são produzidas a partir de uma parte do microrganismo, geralmente uma proteína. Assim, não possuem vida e não causam doença. 

Já as atenuadas (vivo) são produzidas a partir do microrganismo vivo, porém enfraquecido. Podem causar doenças, porém brandas. 

O principal exemplo é a vacina da febre amarela, que em certas pessoas, a chance de apresentar sintomas da doença são maiores devido a imunossupressão. 

Tenho uma doença crônica, posso tomar uma dose?

Pessoas com doenças que alteram a imunidade, ou seja, são imunossuprimidas, como leucemia, AIDS, algumas doenças crônicas, quimioterapia contra o câncer, radioterapia ou em uso de corticoides em altas doses, precisam de uma avaliação médica especializada antes de tomar qualquer vacina. 

As inativadas são administrada com segurança, porém a resposta imunológica pode ser prejudicada. 

Vacinas de vírus vivo possuem um risco aumentado de uma reação adversa, por isso são contraindicadas na maioria dos casos, salvo situações especiais. 

Existem contraindicações às vacinas?

Além das citadas acima, também são contraindicadas em casos de alergia grave a algum componente, como a proteína do ovo. 

As vacinas são seguras?

Todas as vacinas licenciadas são testadas em diversas fases, desde processos iniciais em não-humanos até a sua produção e aplicação, garantindo sua segurança e eficácia. Também são avaliadas por organizações independentes e governamentais, como o Centers for Disease Control and Prevention (CDC, EUA).

No Brasil, a ANVISA e o Ministério da Saúde são responsáveis pela fiscalização e certificação. Todos os efeitos colaterais relacionados às vacinas são notificados, possibilitando uma monitorização de longo prazo. 

Quais são os principais efeitos colaterais?

Como qualquer medicamento, as vacinas podem causar efeitos colaterais. 

A maioria dos sintomas são leves, entre eles dor, vermelhidão e inchaço local e desaparecem em poucos dias.

Efeitos colaterais graves, como reação alérgica, são muito raros. Procure assistência médica caso ocorra.

A segurança de todas as vacinas foram testadas em vários estudos e foram aprovados para uso pelas principais agências de saúde do mundo, entre elas o FDA (U.S. Food and Drug Administration).

As vacinas causam autismo?

As vacinas não causam autismo. Um estudo realizado entre 2001 e 2012, com mais de 95 mil crianças, demonstrou que não há associação entre as vacinas e o autismo ou outro déficit de desenvolvimento. Esses resultados foram publicados no JAMA, da Associação Médica Americana. 

Posso pegar uma doença mesmo tendo sido vacinado contra ela?

Sim, assim como tudo na medicina, as vacinas não são 100% eficazes. Algumas pessoas, por diversos fatores próprios e individuais, não desenvolvem os anticorpos necessários para a proteção. 

Porém, a proteção em rebanho irá proteger essa pessoa. Por isso a vacinação em massa é necessária.

Vivo com HIV. Quais vacinas devo tomar?

Abaixo estão todas as vacinas que as PVHIV devem tomar.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

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8 dúvidas sobre a PEP

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8 dúvidas sobre a PEP

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

“Richard, tive uma relação sexual, e acredito que contrai o HIV, o que eu faço?”

Use a PEP até 72 horas após essa relação.

Uma das emergências da Infectologia, após esse período seu efeito é incerto. Por isso você deve ser ágil. 

Neste artigo iremos abordar as principais dúvidas em relação a PEP….

O que é a Profilaxia Pós-Exposição (PEP)?

A PEP significa Profilaxia Pós-Exposição. Ela envolve tomar medicamentos contra o HIV em até 72 horas após o contato com o vírus. 

Ela pode ser indicada de duas formas:

  1. Após exposição ocupacional, como por exemplo, quando um profissional de saúde sofre uma perfuração por agulha ou entra em contato com um material biológico. 
  2. Após exposição não ocupacional, como por exemplo, após o uso de drogas injetáveis, agressão sexual ou relação sexual de alto risco.

Se você acredita que contraiu o HIV, procure assistência médica imediata. A PEP é uma emergência, lembre-se disso. Após 72 horas, provavelmente não funcionará. 

Se houver indicação, você tomará, todos os dias, três medicações, que juntos, são dois comprimidos: tenofovir disoproxil, lamivudina e dolutegravir. O tratamento tem duração de 28 dias. 

Durante o tratamento você deve praticar abstinência sexual. Porém, em caso de relação sexual, use preservativos com os parceiros (as) sexuais.

A PEP serve para mim?

Se você é HIV-negativo e nas últimas 72 horas: 

  1. Acha que pode ter contraído o HIV durante uma relação sexual (por exemplo, sexo sem preservativo ou se rompeu).
  2. Compartilhou agulhas e outros materiais ao injetar drogas.
  3. Foi agredido sexualmente.

Procure assistência médica urgente. A PEP é uma emergência, lembre-se disso. Após 72 horas, provavelmente não funcionará. 

Durante o tratamento você deve praticar abstinência sexual. Porém, em caso de relação sexual, use preservativos com os parceiros (as) sexuais. 

Posso usar a PEP sempre que tiver relação sexual sem preservativo?

A PEP deve ser usado em caso de emergência. Ela não é a melhor forma de prevenção. A PrEP é a melhor opção para você. 

Sou profissional de saúde e acho que fui exposto ao HIV no trabalho. Preciso usar a PEP?

Se você teve um acidente de trabalho com um perfurocortante ou entrou em contato com material biológico, reporte ao serviço responsável no seu hospital. 

Apesar da transmissão ser extremamente rara, algumas medidas são necessárias, como a solicitação dos exames para o paciente e para você, a notificação do acidente e, se necessário, o início da PEP em até 72 horas do acidente. 

Preciso iniciar a PEP até quantas horas após a exposição?

A PEP deve ser iniciada em até 72 horas após uma após uma relação sexual na qual você acredita que contraiu o vírus. 

Se houver indicação, você tomará, todos os dias, três medicações, que juntos, são dois comprimidos: tenofovir disoproxil, lamivudina e dolutegravir. O tratamento tem duração de 28 dias. 

Ela é eficaz na prevenção da infecção pelo HIV quando tomada corretamente, mas não é 100% efetiva. Quanto mais cedo você começar a medicação, melhor. 

Posso apresentar efeitos colaterais ao usar a PEP?

As medicações podem causar efeitos colaterais, e se você apresentar algum sintoma, fale com seu médico. Sempre informe as medicações que você já para evitar interações medicamentosas.

Onde posso iniciar a PEP?

Clique aqui e encontre o serviço de saúde do SUS que oferece a PEP na sua cidade.

Preciso pagar a PEP?

Não, ela é oferecida gratuitamente pelo SUS.

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Dr. Richard Portier

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Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

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PrEP: perguntas e respostas

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PrEP: perguntas e respostas

Por Dr. Richard Portier

em 5 de fevereiro de 2023.

Tomar medicamentos contra o HIV todos os dias ou sob demanda pode impedir que eu contraia o vírus HIV? Apesar da pergunta parecer estranha, a resposta é “sim”.

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é mais uma forma segura de prevenir a transmissão do HIV, e combinada com o preservativo, é eficaz na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. 

Neste artigo estão as principais perguntas em relação à PrEP. Todas as informações foram retiradas da Nota técnica No 8/2023-CGAHV/.DCCI/SVS/MS “Dispõe sobre recomendações e atualizações acerca do uso da Profilaxia Pré-Exposição de risco à infecção pelo HIV (PrEP) oral, incluindo a modalidade sob demanda”.

O que é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)?

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) consiste no uso contínuo ou sob demanda de medicamentos contra o HIV por uma pessoa que não tem a infecção pelo vírus. 

Mas o que é profilaxia? A palavra “profilaxia” significa prevenir uma infecção. Por exemplo, as vacinas. Elas te protegem contra uma determinada infecção. Quando você toma a vacina para gripe, reduz seu risco de ficar doente pelo vírus da gripe. A mesma lógica vale para a PrEP. Sua eficácia, segurança e efetividade foram demonstradas em diversos estudos.

O medicamento atualmente disponível pelo SUS é um comprimido composto por dois medicamentos contra o HIV: tenofovir desoproxila fumarato 300 mg e emtricitabina 200 mg. 

Existem duas modalidades para o uso da PrEP: diária ou sob demanda. Explicarei detalhadamente a diferença entre as duas ao longo do artigo.

Adicionar outras formas de prevenção, como o uso de preservativos, associado à PrEP, pode reduzir ainda mais o risco contrair o vírus, além de proteger contra outras infecções sexualmente transmissíveis.

Qual é a eficácia da PrEP?

Segundo a revisão sistemática “Oral pre-exposure prophylaxis (PrEP) to prevent HIV: a systematic review and meta-analysis of clinical effectiveness, safety, adherence and risk compensation in all populations”, publicado na British Medical Journal, em maio de 2022, a PrEP é particularmente eficaz com uma redução da taxa de infecção pelo HIV em 75% considerando todos os ensaios clínicos analisados (total de seis), subindo para 86% em estudos com alta adesão. Apenas um ensaio clínico randomizado investigou a eficácia da PrEP sob demanda. Este relatou uma redução da taxa de infecção pelo HIV em 86%, idêntica ao único estudo comparável entre usuários da PrEP diária (ambos recrutaram uma grande amostra de HSH atingiram altos níveis de adesão).

A PrEP é uma vacina?

Não, ela não funciona como uma vacina.

O que é a modalidade PrEP diária?

A modalidade da PrEP diária consiste em tomar o medicamento todos os dias, uma vez ao dia.

Quais pessoas podem tomar a modalidade PrEP diária?

A PrEP diária deve ser considerada para qualquer pessoa a partir de 15 anos, com peso corporal igual ou maior a 35 kg, com vida sexualmente ativa e que apresente potencial risco para infecção pelo HIV.

Qual é o tempo necessário para a modalidade PrEP diária iniciar a proteção?

Ao se iniciar PrEP diária, leva-se um tempo para se atingir as concentrações do medicamento necessárias e protetoras no sangue e em outros tecidos, conforme a seguir:

  • Mulheres cisgênero, pessoas trans ou não binárias designadas como sexo feminino ao nascer, e qualquer pessoa em uso de hormônio a base de estradiol, que façam uso de PrEP diária, devem tomar o medicamento por pelo menos 7 (sete) dias para atingir níveis de proteção ideais. Antes dos sete dias iniciais de introdução da PrEP, medidas adicionais de prevenção devem ser adotadas.
  • Homens cisgêneros, pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, e travestis e mulheres transexuais – que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol – e que usem PrEP, seja ela diária ou sob demanda, devem tomar uma dose de 2 (dois) comprimidos de 2 a 24 horas antes da relação sexual para alcançar níveis protetores do medicamento no organismo para relações sexuais anais. Ressalta-se que os estudos de PrEP sob demanda não apresentam evidências de proteção para relações sexuais (neo)vaginal receptivas.

Qual o tempo necessário para interromper a PrEP diária com segurança?

Para interromper o uso de PrEP também se faz necessário tomar os medicamentos por um período determinado, conforme a seguir:

  • Homens cisgêneros, pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, e travestis e mulheres transexuais – que não estejam em uso de hormônios a base de estradiol – devem tomar o medicamento por mais 2 (dois) dias após a última prática sexual anal (insertiva ou receptiva);
  • Mulheres cis, pessoas trans designadas como sexo feminino ao nascer e qualquer pessoa em uso de hormônio à base de estradiol devem tomar PrEP por mais 7 (sete) dias após a última prática sexual.

O que é a modalidade PrEP sob demanda?

A modalidade da PrEP sob demanda consiste em tomar o medicamento antes e depois da relação sexual.

Ela funciona da seguinte forma:

  • Dose inicial de 2 (dois) comprimidos de 2 a 24 horas antes da relação sexual;
  • + 1 (um) comprimido 24 horas após a dose inicial de dois comprimidos;

+ 1 (um) comprimido 24 horas após a segunda dose.

O que fazer caso aconteça uma nova relação sexual na sequência?

Se a uma nova relação sexual ocorrer no dia consecutivo após completar as doses 2+1+1, tomar 1 (um) comprimido por dia até 48 horas após o último evento sexual.

Se ocorrer um intervalo de mais de um dia entre o último comprimido e o próximo evento sexual, recomenda-se reiniciar o esquema 2+1+1.

Quais pessoas são elegíveis para tomar a modalidade PrEP sob demanda?

São elegíveis para uso da PrEP sob demanda homens cisgêneros heterossexuais, bissexuais, gays e outros HSH, pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, e travestis e mulheres transexuais – que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol e que tenham uma frequência menor de relações sexuais, nos seguintes termos:

  • Tenham habitualmente relação sexual anal com frequência menor do que 2 (duas) vezes por semana, e
  • Consigam planejar quando a relação sexual ocorrerá e/ou possam antecipar (ou retardar) a relação sexual, para permitir o uso da dose inicial recomendada entre 2 a 24 horas antes da relação sexual.
  • Para indivíduos desses grupos que tenham práticas sexuais mais frequentes, segue sendo recomendado o uso de PrEP diária.

Quais pessoas não são elegíveis para a modalidade PrEP sob demanda?

  • Qualquer pessoa que não seja homem cisgênero; pessoa não binária designada como do sexo masculino ao nascer; travesti ou mulher transexual;
  • Pessoas do grupo elegível que estejam em uso de hormônios à base de estradiol;
  • Pessoas do grupo elegível que tenham dificuldade em compreender ou gerir o regime posológico 2+1+1, uma vez que pode ser mais complexo que o de uso diário;

Como alternar o uso da modalidade PrEP diária com a modalidade PrEP sob demanda?

Pessoas do grupo elegível para uso de PrEP sob demanda podem alternar seu uso com PrEP diária, conforme as circunstâncias e estilo de vida de cada indivíduo, levando em consideração a frequência, previsibilidade e possibilidade de planejamento de quando ocorrerá a relação sexual. Profissionais de saúde devem orientar tais usuários sobre como proceder para a alternância entre esses esquemas:

Se a pessoa em uso de PrEP sob demanda for ter relação sexual nos dias subsequentes da realização do esquema 2+1+1, ela deve tomar um comprimido por dia enquanto manter relações sexuais e parar de tomar o medicamento apenas 2 dias após o último ato sexual.

Por outro lado, se o indivíduo inicialmente optar pelo uso de PrEP oral diária, mas depois seus encontros sexuais tornarem-se menos frequentes ou previsíveis, o esquema da PrEP sob demanda (2+1+1) pode ser usado em seu lugar conforme preconizado.

É seguro usar a PrEP?

O principal efeito colateral é a náusea, porém ela diminui com o tempo. Nenhum efeito colateral grave foi relatado. Caso você tenha algum sintoma após o início da medicação, procure assistência médica.

Como iniciar a PrEP?

Se você acha que a PrEP pode ser adequada para você, procure assistência médica no SUS ou agende uma consulta particular com um médico infectologista. Qualquer infectologista pode prescrever a PrEP para retirada gratuitamente no SUS.

É necessário pagar pela PrEP?

Não. A PrEP é oferecida gratuitamente pelo SUS. Mas você também pode comprar a medicação. Porém, é necessário prescrição médica.

Como é o acompanhamento médico?

Ao usar a PrEP, pode ter relações sexuais sem preservativo?

Não deve. Mas por que? A PrEP te protege contra o HIV, porém não protege contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis, gonorreia, clamídia, hepatite B e hepatite C.

Usar preservativo torna a PrEP mais eficaz e te protege contra outras infecções. 

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

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Diagnóstico do HIV: as principais dúvidas sobre os testes

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ARTIGOS

Diagnóstico do HIV: as principais dúvidas sobre os testes

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

A única forma de saber se você contraiu o HIV é através do teste. O CDC (Center of Disease Control and Prevention) e a US Preventive Services Task Force recomendam que todas as pessoas com idades entre 13 e 64 anos sejam testadas para o HIV pelo menos uma vez na vida.

Existem várias formas de realizar o exame, sendo a principal através de uma amostra de sangue. 

Neste artigo discutiremos as principais dúvidas em relação aos testes diagnóstico e o que fazer caso ele venha positivo…

Preciso fazer o teste do HIV?

O CDC (Center of Disease Control and Prevention) e a US Preventive Services Task Force recomendam que todas as pessoas com idades entre 13 e 64 anos sejam testadas para o HIV pelo menos uma vez na vida. Hoje cerca de uma em cada sete pessoas nos Estados Unidos não sabe que vive com o vírus. No Brasil são aproximadamente 135 mil pessoas.

Se você responder sim a qualquer uma das seguintes questões, você deve fazer o teste de HIV o mais rápido possível e, no mínimo, uma vez ao ano, pois é considerada população chave para o exame:

  1. Você é um homem que fez sexo com outro homem?
  2. Você fez sexo anal ou vaginal com um parceiro (a) que vive com o HIV?
  3. Você já teve mais de um parceiro (a) sexual desde o seu último teste de HIV?
  4. Você injetou drogas?
  5. Você trocou sexo por drogas ou dinheiro?
  6. Você foi diagnosticado ou procurou tratamento para outra infecção sexualmente transmissível?
  7. Você foi diagnosticado ou tratado para hepatite ou tuberculose?
  8. Você teve relações sexuais com alguém que poderia responder a qualquer uma das perguntas acima ou alguém cuja história sexual você não conhece?

Homens que fazem sexo com outros homens podem se beneficiar com testes mais frequentes (por exemplo, a cada 3 a 6 meses). 

Se você está grávida, fale com o seu médico sobre realizar o teste. Ele faz parte da rotina de pré-natal.

Antes de fazer sexo com um novo parceiro (a), vocês devem falar sobre o histórico sexual e de drogas. Na dúvida, use preservativos.

Realizar o teste para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis é importante para se proteger, e principalmente, proteger as outras pessoas.

Por que o teste pode me ajudar?

A única maneira de saber se você vive com o HIV é fazer o teste.

  1. Se o teste for positivo, você iniciará o tratamento e permanecerá saudável por muitos anos, evitando a AIDS. 
  2. Com o tratamento você evita a transmissão para outras pessoas.
  3. Se o teste for negativo, poderá se prevenir.
  4. Se estiver grávida, o diagnóstico precoce resulta em um tratamento precoce, diminuindo muito o risco de transmitir para o bebê. 

Eu acho que não tenho chance de contrair o HIV. Devo me testar?

O CDC (Center of Disease Control and Prevention) e a US Preventive Services Task Force recomendam que todas as pessoas com idades entre 13 e 64 anos sejam testadas para o HIV pelo menos uma vez na vida. Hoje cerca de uma em cada sete pessoas nos Estados Unidos não sabe que tem o vírus. No Brasil são aproximadamente 135 mil pessoas. 

Mesmo se você estiver em um relacionamento monogâmico (você e seu parceiro (a) estão fazendo sexo apenas um com o outro), é necessário realizar o teste pelo menos uma vez. 

Estou grávida. Preciso realizar o teste?

O teste do HIV faz parte da rotina de pré-natal no Brasil, pois o diagnóstico precoce resulta em um tratamento precoce, diminuindo o risco de transmissão para o bebê.

Quais testes estão disponíveis e como eles funcionam?

No Brasil são realizados dois tipos de testes: os que pesquisam anticorpos e os que identificam antígenos. Ambos são realizados no sangue, porém podem ser feitos na urina e na saliva. Mas o que eles significam?

  1. Anticorpos são proteínas produzidas pelo seu sistema imunológico quando você entra em contato com o HIV. Ou seja, os testes detectam esses anticorpos. Eles começam a ser detectáveis em 4 a 12 semanas após a infecção. Por isso, se você fez o exame antes dessas 4 semanas, e ele veio negativo, é importante repeti-lo após um mês para confirmar esse resultado. Esse período em que os anticorpos ainda não estão detectáveis é chamado de janela imunológica. Procure assistência médica para saber se está neste período
  2. Antígenos fazem parte do próprio vírus e estão presentes durante a infecção do HIV. Este teste é usado para confirmar o diagnóstico. 

Os testes laboratoriais são aqueles coletados de maneira clássica em laboratórios e pesquisam primeiramente os anticorpos, e se positivo, confirmam através dos antígenos. Já os testes rápidos pesquisam apenas anticorpos e o resultado estará disponível em até 30 minutos. Ambos são oferecidos gratuitamente pelo SUS.

Clique aqui para ver onde a testagem está disponível. 

Quanto tempo demora para o teste ficar positivo caso eu tenha contraído o HIV e o que é janela imunológica?

Nenhum teste detecta o vírus imediatamente após a infecção. Se você acredita que contraiu o HIV nas últimas 72 horas, procure assistência médica para iniciar a profilaxia pós-exposição (PEP).

O tempo entre o momento em que a pessoa contraiu foi o HIV até o teste ser positivo é chamado de janela imunológica. Este período varia de pessoa para pessoa e depende do tipo de teste usado para detectar o vírus.

Os testes de anticorpos começam a ser detectáveis em 4 a 12 semanas após a infecção. Por isso, se você fez o exame antes dessas 4 semanas, e ele veio negativo, é importante repeti-lo após um mês para confirmar esse resultado. Procure assistência médica para saber se está na janela imunológica. 

Onde posso realizar o teste?

Você pode realizá-los gratuitamente pelo SUS. Clique aqui para ver onde a testagem está disponível. Também é realizado em laboratórios privados.

Como o teste é realizado?

Eles podem ser realizados de duas formas: 

  1. Os testes laboratoriais são amostras de sangue coletadas de maneira clássica em laboratórios e pesquisam primeiramente os anticorpos, e se positivo, confirmam com os antígenos. 
  2. Testes rápidos pesquisam apenas anticorpos e o resultado estará disponível em até 30 minutos. São coletados através de uma picada no dedo ou uma amostra de saliva.

Caso o exame venha negativo, é importante repetir o teste após um mês por causa da janela imunológica. 

Caso seja positivo, uma nova amostra será coletada para confirmação do diagnóstico. Repetido o resultado, clique aqui para saber os próximos passos.

Terei que pagar pelo meu teste do HIV?

Não, você pode realizá-los gratuitamente pelo SUS. Clique aqui para ver onde a testagem está disponível.

O que o resultado negativo significa?

Um resultado negativo não significa necessariamente que você não tenha o HIV. Isso ocorre por causa do período de janela imunológica, que é o tempo entre o momento que a pessoa contraiu foi o HIV até o teste ser positivo. 

Caso o exame venha negativo, é importante repetir o teste após um mês. Procure assistência médica para saber em qual período você está. 

Se eu tenho o resultado negativo quer dizer que meu parceiro (a) também tem?

Não, o resultado do seu teste revela apenas o seu resultado.

O vírus não é necessariamente transmitido toda vez que você faz sexo. Portanto, seu parceiro (a) também deve realizar o exame.

Deu positivo. E agora?

Clique aqui para saber os próximos passos.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

14 perguntas sobre a prevenção do HIV

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ARTIGOS

14 perguntas sobre a prevenção do HIV

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Hoje existem diversas formas para prevenir o HIV. Elas variam desde o uso de preservativos durante a relação sexual até o uso de medicamentos contra o vírus todos os dias. Quanto mais meios de prevenção você utilizar, mais seguro estará. 

Se você está vivendo com o HIV, o tratamento não é apenas a melhor opção para manter-se saudável, mas também a melhor forma de evitar a transmissão.

Neste artigo iremos abordar as principais perguntas em relação a prevenção do vírus…

Como eu posso evitar contrair/transmitir o HIV durante o sexo vaginal e anal?

Existem várias formas para prevenir o HIV. Quanto mais ações você fizer, menor a probabilidade de transmissão.

  1. Use preservativos da maneira correta toda vez que fizer sexo oral, vaginal e anal. 
  2. Reduza o seu número de parceiros (as) sexuais, assim diminui suas chances de ter uma relação sexual com uma pessoa que vive com HIV e não está em tratamento.
  3. Faça a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). Essa forma consiste no uso contínuo de medicamentos contra o HIV por uma pessoa que não tem a infecção pelo vírus. Mas o isso significa? Tomar os medicamentos todos os dias reduz sua chance de contrair o vírus. Sua eficácia, segurança e efetividade foram demonstradas em diversos estudos. 
  4. Faça a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Envolve tomar os medicamentos contra o HIV em até 72 horas após uma exposição de maior probabilidade de contrair o HIV. Pode ser indicada após exposição ocupacional, como por exemplo, quando um profissional de saúde sofre uma perfuração por agulha ou entra em contato com um material biológico; ou pós exposição não ocupacional, como por exemplo, após o uso de drogas injetáveis, agressão sexual ou relação sexual. Se você acha que foi exposto ao HIV, procure assistência médica imediata. A PEP é uma emergência, lembre-se disso. Após 72 horas, provavelmente não funcionará. Quanto mais cedo você começar a medicação, melhor. 
  5. Fale para o seu parceiro (a) sexual vivendo com o HIV tratar corretamente a infecção. A Sociedade Brasileira de Infectologia e o Ministério da Saúde publicaram em 2018 e 2019, respectivamente, dois pareceres técnicos intitulados “Indetectável = Intransmissível”. Mas o que isso significa? Foram realizados dois grandes estudos, chamados HPTN 0528 e PARTNER. Estas pesquisas mostraram que, quando pessoas vivendo com o HIV mantém suas cargas virais indetectáveis por, pelo menos, seis meses e usam de maneira contínua suas medicação, realizam o acompanhamento médico regular e fazem os exames laboratoriais solicitados pelo médico, ao fazerem sexo com pessoas HIV negativas, não transmitem o vírus.

Como eu posso evitar contrair/transmitir o HIV durante o sexo oral?

O risco de transmissão do HIV durante o sexo oral é baixa.

Fatores que aumentam a probabilidade de transmissão do vírus são a ejaculação na boca com úlceras orais ou sangramento gengival, ou se o órgão genital apresentar úlceras e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Usar preservativo ou a PrEP reduz ainda mais a chance de transmissão. 

Caso a sua boca entre contato com fezes ou outras secreções corporais durante o sexo oral, procure assistência médica, principalmente pela chance de contrair a hepatite A e hepatite B. 

 

Preservativos previnem a transmissão do HIV?

Se você usá-los da maneira correta toda vez que fizer sexo, os preservativos são altamente eficazes na prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.

Existem dois tipos principais de preservativos: masculino e feminino.

  1. Preservativo masculino: o de látex oferece a melhor proteção. Os de poliuretano (plástico) ou poliisopreno (borracha sintética) são boas opções para pessoas com alergias ao látex, porém se rompem mais frequentemente. De membrana natural (como pele de cordeiro) possuem pequenos orifícios, portanto, não bloqueiam o vírus e outras ISTs. Usar lubrificante à base de água ou silicone diminui a chance do preservativo se romper ou escorregar durante o sexo. Não use lubrificantes à base de óleo (por exemplo, vaselina, óleo mineral, óleos de massagem, loções para o corpo e óleo de cozinha) porque rompem a camisinha mais facilmente. Não use lubrificantes contendo nonoxinol-9, pois irrita a parede da vagina e do ânus e aumenta o risco de transmissão.
  2. Preservativo feminino: oferece proteção semelhante ao preservativo masculino. Algumas pessoas usam durante o sexo anal, porém sua eficácia não é igual. É seguro usar lubrificante junto. 

Usar lubrificante reduz minha chance de contrair/transmitir o HIV?

Sim, usar lubrificante à base de água ou silicone diminui a chance do preservativo se romper ou escorregar durante o sexo. Não use lubrificantes à base de óleo (por exemplo, vaselina, óleo mineral, óleos de massagem, loções para o corpo e óleo de cozinha) porque rompem a camisinha mais facilmente. Não use lubrificantes contendo nonoxinol-9, pois irrita a parede da vagina e do ânus e aumenta a chance de transmissão do HIV.

Circuncisão previne o HIV?

Homens circuncidados apresentam menor chance de transmissão do vírus comparado a não circuncidados, porém não diminui a chance como as outras formas de prevenção. Ou seja, deve-se utilizar os outros métodos de prevenção em todas as relações sexuais. 

Posso tomar medicamentos para evitar contrair o HIV?

Sim, através da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

A PrEP consiste no uso contínuo de medicamentos contra o HIV por uma pessoa que não tem a infecção pelo vírus. 

Mas o que é profilaxia? A palavra “profilaxia” significa prevenir uma infecção. Por exemplo, as vacinas. Elas te protegem contra uma determinada infecção. Quando você toma a vacina para gripe, reduz seu risco de ficar doente pelo vírus da gripe. A mesma lógica vale para a PrEP. Tomar os medicamentos todos os dias reduz sua chance de contrair o vírus. Sua eficácia, segurança e efetividade foram demonstradas em diversos estudos. 

Se você acha que a PrEP pode ser adequada para você, procure assistência médica. Clique aqui e encontre o serviço de saúde do SUS que oferece a PrEP na sua cidade.

Você também comprar a medicação. Porém é necessário acompanhamento médico e prescrição médica. Para isso, a melhor opção é agendar uma consulta com um médico infectologista.

O medicamento atualmente usado é um comprimido composto por dois medicamentos contra o HIV: tenofovir disoproxil fumarato e emtricitabina. A profilaxia funciona ao tomar de forma consistente todos os dias. 

Estudos mostram que ao usá-lo todos os dias, você pode diminuir seu risco de contrair o vírus através do sexo em mais de 90%, ou ao usar drogas injetáveis em mais de 70%. Porém, se você não tomá-lo diariamente, a PrEP não é eficaz. 

A maioria das pessoas que tomam essa medicação não apresentam efeitos colaterais graves. Mas é muito importante o acompanhamento médico após o início da PrEP, e se você tiver algum efeito colateral, falar com seu médico.

Adicionar outras formas de prevenção, como o uso de preservativos, pode reduzir ainda mais o risco contrair o vírus, além de te proteger contra outras infecções sexualmente transmissíveis.

Posso tomar medicações após uma relação sexual na qual acredito que contrai o HIV?

Sim, através da Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Ela envolve tomar os medicamentos contra o HIV em até 72 horas após a relação sexual.

Ela pode ser indicada de duas formas:

  1. Após exposição ocupacional, como por exemplo, quando um profissional de saúde sofre uma perfuração por agulha ou ao entrar em contato com um material biológico. 
  2. Após exposição não ocupacional, como por exemplo, após o uso de drogas injetáveis, agressão sexual ou relação sexual.

Se você acha que foi exposto ao vírus, procure assistência médica imediata. A PEP é uma emergência, lembre-se disso. Após 72 horas, provavelmente não funcionará. 

Se houver indicação, você tomará, todos os dias, três medicações, que juntos, são dois comprimidos: tenofovir disoproxil, lamivudina e dolutegravir. O tratamento tem duração de 28 dias. 

Ela é eficaz na prevenção da infecção pelo HIV quando tomada corretamente, mas não é 100% efetiva. Quanto mais cedo você começar a medicação após uma exposição de risco, melhor. 

As medicações podem causar efeitos colaterais, e se você apresentar alguns deles, fale com seu médico. Sempre informe as medicações você já toma, pois pode ocorrer interações medicamentosas.

Durante o tratamento você deve praticar abstinência sexual. Porém, em caso de relação sexual, use camisinhas com os parceiros (as) sexuais. 

Posso tomar uma vacina para prevenir o HIV?

Não, ainda não existe vacina para prevenir o HIV.

Posso usar microbicidas para evitar contrair o HIV?

Microbicidas são géis, filmes ou supositórios que podem matar ou neutralizar vírus e bactérias. Nenhum deles previnem a transmissão. 

Estou vivendo com o HIV, como posso impedir a transmissão para outras pessoas?

Há muitas formas de diminuir a probabilidade de transmitir o HIV a um parceiro (a). Quanto mais ações você fizer, mais seguro estará.

  1. Tome seus medicamentos da maneira correta todos os dias. Foram realizados dois grandes estudos, chamados HPTN 0528 e PARTNER. Estas pesquisas mostraram que, quando pessoas vivendo com o HIV mantém suas cargas virais indetectáveis por, pelo menos, seis meses e usam de maneira contínua suas medicação, realizam o acompanhamento médico regular e fazem os exames laboratoriais solicitados pelo médico, ao fazerem sexo com pessoas HIV negativas, não ocorre transmissão do vírus. Ou seja, tomar seus medicamentos todos os dias é a melhor forma de prevenção.
  2. Use preservativos da maneira correta toda vez que fizer sexo oral, vaginal e anal.
  3. Converse com seu parceiro (a) sobre a Profilaxia Pré-exposição (PrEP). Ela consiste no uso contínuo de medicamentos contra o HIV por uma pessoa que não tem a infecção pelo vírus. 
  4. Converse com seus parceira (a) sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Ela envolve tomar os antirretrovirais em até 72 horas após uma exposição de risco. 
  5. Faça os exames e o tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis e incentive seus parceiro (a) a fazer o mesmo anualmente. 

Estou com a carga viral indetectável. Eu ainda posso transmitir o HIV?

A Sociedade Brasileira de Infectologia e o Ministério da Saúde publicaram em 2018 e 2019, respectivamente, dois pareceres técnicos intitulados “Indetectável = Intransmissível”. Mas o que isso significa?

Foram realizados dois grandes estudos, chamados HPTN 0528 e PARTNER. Estas pesquisas mostraram que, quando pessoas vivendo com o HIV mantém suas cargas virais indetectáveis por, pelo menos, seis meses e usam de maneira contínua suas medicação, realizam o acompanhamento médico regular e fazem os exames laboratoriais solicitados pelo médico, ao fazerem sexo com pessoas HIV negativas, não ocorre transmissão do vírus.

O estudo HPTN 052 acompanhou 1.763 casais heterossexuais – um parceiro era HIV positivo e o outro HIV negativo – em nove países. Esses casais praticavam principalmente sexo vaginal. Nenhuma transmissão do vírus ocorreu entre os parceiros quando a pessoa que vive com HIV estava em tratamento e tinha uma carga viral indetectável.

Já o estudo PARTNER acompanhou 888 casais de 14 países europeus. Ele incluiu casais homossexuais e heterossexuais que mantinham relações sexuais desprotegidas. Todas as pessoas vivendo com HIV estavam em tratamento e tinham carga viral indetectável. Assim como o estudo anterior, nenhuma transmissão ocorreu.

Embora um pequeno número de pessoas tenha contraído o vírus nos dois estudos, essas infecções vieram de um parceiro sexual fora do relacionamento ou quando o parceiro (a) HIV positivo tinha uma carga viral detectável por abandono de tratamento.

O que podemos concluir: o risco de transmitir o vírus por via sexual é insignificante. Portanto, podemos dizer com segurança, que alcançar e permanecer com carga viral indetectável não é apenas a melhor escolha que as pessoas vivendo com HIV podem fazer para manter a sua saúde, mas também a melhor maneira de prevenir a transmissão através do sexo.

Para isso é necessário manter a adesão ao tratamento perfeita, avaliar regularmente a carga viral e comparecer às consultas médicas regularmente.

Como eu posso evitar contrair/transmitir o HIV ao usar drogas?

A melhor maneira de reduzir o risco de transmissão do HIV é parar de usar drogas. Procure assistência médica pois hoje existem várias opções de tratamento. Porém se você optar por continuar usando, aqui estão algumas dicas: 

  1. Use apenas agulhas ou outros materiais novos e estéreis.
  2. Nunca compartilhe agulhas ou outros materiais.
  3. Limpe as agulhas usadas com alvejante somente quando você não conseguir novas. Isso reduz o risco, mas não o elimina.
  4. Limpe sua pele com um novo algodão e álcool antes de injetar.
  5. Use luvas para não entrar em contato com sangue de outras pessoas.
  6. Descarte as agulhas com segurança após o uso. Mantenha-as longe de outras pessoas.
  7. Faça o exame de HIV pelo menos uma vez por ano, caso não viva com HIV.
  8. Faça a Profilaxia Pré-exposição (PrEP), caso não viva com HIV.

Como eu posso prevenir a transmissão para o meu bebê?

Se você é HIV-negativa, mas tem um parceiro que vive com HIV, e está pensando em engravidar, converse com seu médico. Para isso é necessário que ele mantenha a adesão ao tratamento perfeita, avalie regularmente a carga viral e compareça às consultas médicas regularmente. Caso tenha carga viral detectável, você pode se beneficiar com a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para evitar contrair o vírus. 

Se você vive com HIV, tome seus medicamentos corretamente todos os dias. O risco de transmissão é menor que 1% ao tratar. Após o parto, mesmo com carga viral indetectável, você não deve amamentar seu bebê.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

19 principais dúvidas sobre a transmissão do HIV

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ARTIGOS

19 principais dúvidas sobre a transmissão do HIV

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Existem vários mitos sobre a transmissão do HIV. E falsas informações aumentam o preconceito em relação às pessoas vivendo com o vírus. 

Neste artigo estão as principais dúvidas sobre esse tema…

Como o HIV é transmitido de uma pessoa para outra?

Os principais formas para contrair ou transmitir o HIV são: 

  1. Relação sexual.
  2. Compartilhar agulhas ou outros materiais ao injetar drogas.
  3. Vertical (através de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação). 

Apenas algumas secreções corporais de uma pessoa vivendo com o HIV podem transmitir o vírus, como: 

  1. Sangue.
  2. Sêmen.
  3. Líquido pré-ejaculatório.
  4. Secreções retais.
  5. Secreções vaginais.
  6. Leite materno. 

Mas como ocorre? Durante a relação sexual, uma dessas secreções infectada com o vírus entra em contato com uma membrana mucosa, como por exemplo, o reto, a vagina, o pênis e a boca ou um tecido danificado, como por exemplo, um pequeno corte na região genital. Também pode ser diretamente injetado na corrente sanguínea através de uma agulha, como no uso de drogas injetáveis. 

Também existem outras formas de transmissão que na teoria podem ocorre, porém são extremamente raras: 

  1. Transfusão sanguínea: o risco de receber transfusões de sangue e derivados ou através do transplantes de órgãos é extremamente pequeno por causa dos testes rigorosos realizados antes desses procedimentos e das normas de biossegurança amplamente realizados no Brasil.
  2. Alimentos: a contaminação ocorre quando o sangue infectado da boca de um cuidador se mistura com alimentos durante a mastigação. Os únicos casos conhecidos estão entre crianças.
  3. Ser mordido por uma pessoa com HIV: poucos casos documentados. Não há risco de transmissão se a pele estiver intacta.
  4. Beijos: se ambos os parceiros tiverem feridas ou sangramentos gengivais. O HIV não é transmitido através da saliva.
  5. Tatuagem ou materiais de manicure: é possível a transmissão através materiais reutilizados ou mal esterilizados.

O HIV sobrevive fora do corpo?

O HIV não se multiplica e não sobrevive durante muito tempo fora do corpo humano (como em superfícies).

O vírus não é transmitido:

  1. Abraçar.
  2. Apertar as mãos.
  3. Compartilhar sanitários.
  4. Compartilhar pratos.
  5. Dar beijos sociais.
  6. Saliva, lágrimas ou suor sem contato com sangue.
  7. Mosquitos, carrapatos ou outros insetos sugadores de sangue.
  8. Ar.
  9. Água.

Posso contrair/transmitir o HIV através do sexo anal?

Sim, o sexo anal é comportamento sexual de maior probabilidade para contrair ou transmitir o HIV.

A probabilidade de transmissão é maior através do sexo anal receptivo (passivo) do que o insertivo (ativo). Isso ocorre pois a mucosa retal é fina e chance de trauma local é grande.

No insertivo, o vírus pode entrar através da uretra ou de pequenos cortes, arranhões ou feridas abertas em qualquer parte do pênis ou do saco escrotal. 

Posso contrair/transmitir o HIV através do sexo vaginal?

Sim, tanto a mulher quanto o homem podem contrair ou transmitir o HIV através do sexo vaginal, embora a probabilidade seja menor comparado ao sexo anal.

Quando uma mulher faz sexo vaginal com um parceiro que vive com o HIV, o vírus pode entrar em seu corpo através da membrana mucosa que reveste a vagina e o colo do útero. 

Os homens também podem contraí-lo ao fazer sexo vaginal com uma mulher que vive com HIV. Isso ocorre pois o vírus pode entrar através da uretra ou de pequenos cortes, arranhões ou feridas abertas em qualquer parte do pênis e da região do saco escrotal. 

Posso contrair/transmitir o HIV através do sexo oral?

Sim, porém a probabilidade é baixa.

Fatores que aumentam o risco de transmissão do vírus através do sexo oral são a ejaculação na boca com úlceras orais ou sangramento gengival, ou se o órgão genital apresentar úlceras e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

O risco de contrair/transmitir o HIV é diferente entre as pessoas?

O CDC (Center of Disease Control and Prevention) e a US Preventive Services Task Force recomendam que todas as pessoas com idades entre 13 e 64 anos sejam testadas para o HIV pelo menos uma vez na vida. Hoje cerca de uma em cada sete pessoas nos Estados Unidos não sabe que vive com o vírus. No Brasil são aproximadamente 135 mil pessoas.

Se você responder sim a qualquer uma das seguintes questões, você deve fazer o teste de HIV o mais rápido possível e, no mínimo, uma vez ao ano, pois é considerada população chave para o exame:

  1. Você é um homem que fez sexo com outro homem?
  2. Você fez sexo anal ou vaginal com um parceiro (a) que vive com o HIV?
  3. Você já teve mais de um parceiro (a) sexual desde o seu último teste de HIV?
  4. Você injetou drogas?
  5. Você trocou sexo por drogas ou dinheiro?
  6. Você foi diagnosticado ou procurou tratamento para outra infecção sexualmente transmissível?
  7. Você foi diagnosticado ou tratado para hepatite ou tuberculose?
  8. Você teve relações sexuais com alguém que poderia responder a qualquer uma das perguntas acima ou alguém cuja história sexual você não conhece?

Homens que fazem sexo com outros homens podem se beneficiar com testes mais frequentes (por exemplo, a cada 3 a 6 meses). 

Se você está grávida, fale com o seu médico sobre realizar o teste. Ele faz parte da rotina de pré-natal.

Antes de fazer sexo com um novo parceiro (a), vocês devem falar sobre o histórico sexual e de drogas. Na dúvida, use preservativos.

Realizar o teste para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis é importante para se proteger, e também proteger as outras pessoas.

Mulheres que fazem sexo com mulheres estão em risco de contrair/transmitir o HIV?

A transmissão do HIV entre mulheres é rara. Porém pode ocorrer em no contato com secreções corporais ou sangue menstrual infectados com o vírus. 

Existe uma conexão entre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)?

Sim, ter outra IST aumenta o risco de contrair ou transmitir o HIV.

Se você é HIV negativo, mas tem uma IST, a chance de contrair o vírus em uma relação sexual sem preservativo é três vezes maior. E por que isso ocorre? Pois a infecção aguda causa irritação, lesões ou feridas na pele (por exemplo, sífilis, herpes simples ou HPV) que facilitam a entrada do HIV no corpo durante o contato sexual. Mesmo ISTs que não causam lesões abertas (por exemplo, clamídia, gonorréia, tricomoníase) também possuem um risco aumentado. 

Se você vive com HIV e também tem outra IST, também tem cerca de 3 vezes mais chance de transmiti-lo através do contato sexual. Isso ocorre pois há vírus nas lesões, no sêmen ou em outras secreções genitais.

Como a carga viral do HIV afeta a probabilidade de contrair/transmitir o vírus?

A Sociedade Brasileira de Infectologia e o Ministério da Saúde publicaram em 2018 e 2019, respectivamente, dois pareceres técnicos intitulados “Indetectável = Intransmissível”. Mas o que isso significa?

Foram realizados dois grandes estudos, chamados HPTN 0528 e PARTNER. Estas pesquisas mostraram que, quando pessoas vivendo com o HIV mantém suas cargas virais indetectáveis por, pelo menos, seis meses e usam de maneira contínua suas medicação, realizam o acompanhamento médico regular e fazem os exames laboratoriais solicitados pelo médico, ao fazerem sexo com pessoas HIV negativas, não ocorre transmissão do vírus.

O estudo HPTN 052 acompanhou 1.763 casais heterossexuais – um parceiro era HIV positivo e o outro HIV negativo – em nove países. Esses casais praticavam principalmente sexo vaginal. Nenhuma transmissão do vírus ocorreu entre os parceiros quando a pessoa que vive com HIV estava em tratamento e tinha uma carga viral indetectável.

Já o estudo PARTNER acompanhou 888 casais de 14 países europeus. Ele incluiu casais homossexuais e heterossexuais que mantinham relações sexuais desprotegidas. Todas as pessoas vivendo com HIV estavam em tratamento e tinham carga viral indetectável. Assim como o estudo anterior, nenhuma transmissão ocorreu.

Embora um pequeno número de pessoas tenha contraído o vírus nos dois estudos, essas infecções vieram de um parceiro sexual fora do relacionamento ou quando o parceiro (a) HIV positivo tinha uma carga viral detectável por abandono de tratamento.

O que podemos concluir: o risco de transmitir o vírus por via sexual é insignificante. Portanto, podemos dizer com segurança, que alcançar e permanecer com carga viral indetectável não é apenas a melhor escolha que as pessoas vivendo com HIV podem fazer para manter a sua saúde, mas também a melhor maneira de não o transmitir o vírus através do sexo.

Para isso é necessário manter a adesão ao tratamento perfeita, avaliar regularmente a carga viral e comparecer às consultas médicas regularmente.

Posso contrair/transmitir o HIV injetando drogas?

Sim, seu risco de contrair ou transmitir o HIV é muito alto se você compartilhar agulhas ou outros materiais (como algodão ou água) para injetar drogas. Isso ocorre pois sangue pode transmitir o vírus, a hepatite B e a hepatite C. 

Posso contrair/transmitir o HIV usando outras drogas?

Quando você está bêbado ou sobre o efeito de outras drogas como o crack, maconha, cocaína, ecstasy e LSD, aumentam a sua chances de tomar decisões ruins que o colocam em maior probabildiade de contrair ou transmitir o vírus, como fazer sexo sem preservativo ou compartilhar agulhas ao injetar drogas.

Já estou vivendo com o vírus, posso contrair outro tipo de HIV?

Sim, a superinfecção pelo HIV ocorre quando uma pessoa vivendo com o vírus é infectada por outra cepa. Essa nova cepa substitui ou permanece junto com a original. 

Mas por isso ocorre? O novo vírus pode ser resistente às medicações que você toma, por isso ele consegue se multiplicar, deixando sua carga viral detectável.

Profissionais de saúde estão em risco de contrair/transmitir o HIV?

O risco é extremamente baixo se você utilizar os equipamentos de proteção individual. 

A transmissão pode ocorrer se você sofrer um acidente com um objeto perfurocortante contaminado com o vírus. Porém a chance de contrair é inferior a 1%.

É possível contrair/transmitir o HIV em ambientes de saúde, como em um hospital?

Embora a transmissão do HIV seja possível em ambientes de saúde, é extremamente raro.

Exija que o profissional de saúde utilize equipamentos de proteção individual, como luvas, ao coletar sangue ou outra secreção corporal. 

O risco de contrair o vírus através de transfusões de sangue e derivados ou transplantes de órgãos é extremamente pequeno no Brasil, pois as leis de biossegurança são rigorosas. Porém fique atento em outros países.

Posso contrair/transmitir o HIV a partir do contato casual como beijos sociais e abraços ou através de vasos sanitários e utensílios de cozinha ou espirro e tosse?

Não, o vírus não é transmitido:

  1. Abraçar.
  2. Apertar as mãos.
  3. Compartilhar sanitários.
  4. Compartilhar pratos.
  5. Dar beijos sociais.
  6. Saliva, lágrimas ou suor sem contato com sangue.
  7. Mosquitos, carrapatos ou outros insetos sugadores de sangue.
  8. Ar.
  9. Água.

Posso contrair/transmitir o HIV através de tatuagem ou piercing?

Apesar de extremamente raro, é possível contrair ou transmitir o HIV através de uma agulha ou outro material mal esterilizado.

Certifique-se que a pessoa que está fazendo o procedimento esteja devidamente licenciada e que use apenas agulhas, tintas e outros equipamentos novos ou esterilizados.

Posso contrair/transmitir o HIV através do cuspir ou ao arranhar?

Não, o HIV não é transmitido através da saliva, e não há risco de transmissão através de arranhadura. 

Posso contrair/transmitir o HIV através da picada de mosquito?

Não, o HIV não é transmitido através da picada de mosquitos ou outros insetos.

Posso contrair/transmitir o HIV através de alimentos?

Embora seja extremamente raro, o HIV pode ser transmitido pela ingestão de alimentos que foram pré-mastigados por alguém que vive com HIV. A contaminação ocorre quando o sangue infectado da boca de um cuidador se mistura com a comida durante a mastigação. Os únicos casos conhecidos são entre crianças.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

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