Zika: tudo o que você precisa saber

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Zika: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

368.

Este é o número de bebês que tiveram suas vidas alteradas desde o início da epidemia de zika em 2015 até 2018. Não só deles, mas também das suas famílias.

Além da microcefalia, outras alterações neurológicas podem ser encontradas em recém-nascidos expostos ao vírus Zika durante a gestação, secundárias à má-formação cerebral, como convulsões, alterações comportamentais (como irritabilidade e distúrbios do sono) e atraso do desenvolvimento. 

Alterações que são, na maioria das vezes, irreversíveis

Não sabíamos da existência da doença em 2015, mas agora sabemos. E devemos nos proteger, principalmente pelos métodos de prevenção.

O que é a zika?

A Zika é uma doença febril aguda causada pelo vírus zika, arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae

Diferente da dengue e da febre chikungunya, pode causar síndrome congênita e má-formação fetal se a infecção for transmitida de mãe para filho durante a gestação.

Transmissão da zika

As principais formas de transmissão do vírus são:

  1. Através da picada do mosquito Aedes fêmea infectada. Ela se infecta quando pica uma pessoa que tem o vírus da zika no sangue, criando um ciclo homem-Aedes-homem. 
  2. Transmissão da mãe para o filho durante a gestação (vertical), causando síndrome congênita. 
  3. Via sexual sem o uso de preservativos.
  4. Via transfusional e transplante.

O vírus não pode ser transmitido diretamente entre pessoas por via respiratória.

Então em maior risco gestantes nos primeiros três meses de gravidez (primeiro trimestre), que é o momento em que o bebê está sendo formado. O risco parece existir também, porém em menor grau, quando a infecção é adquirida no segundo trimestre de gestação. Aparentemente, a partir do terceiro trimestre, o risco de microcefalia é baixo, pois o feto já está completamente formado.

Prevenção da zika

A melhor medida preventiva para quem vive em áreas que há mosquitos é eliminar os locais onde ele põe seus ovos, principalmente locais que contêm água parada, como por exemplo, recipientes de plástico, tambores, baldes ou pneus usados. Estes devem ser cobertos ou descartados adequadamente. Recipientes para comida de animais e vasos com flores devem ser esvaziados e limpos pelo menos uma vez por semana. Eliminando os ovos e as larvas do mosquito, reduzirá o número de mosquitos presentes nessas áreas e consequentemente, o número de infecções.

Já as principais medidas de proteção individual são:

  1. Evite surtos. Se possível, evite lugares conhecidos de transmissão de doenças epidêmicas. 
  2. Esteja ciente dos horários e lugares de exposição a picada do mosquito. Embora eles possam picar a qualquer hora, os mosquitos que transmitem doenças como dengue, zika e chikungunya picam durante o dia. Evite ficar ao ar livre ou use mais repelente durante esses horários.
  3. Use roupas apropriadas. Você diminui sua exposição usando camisas de mangas compridas, calças compridas, calçados fechados e chapéus. Enfiar a camisa dentro da calça, e depois as calças dentro das meias e usar sapatos fechados reduz o risco. Repelentes ou inseticidas, como a permetrina, podem ser aplicados nas roupas e equipamentos para maior proteção.
  4. Mosquiteiros. Quando as acomodações não são adequadamente protegidas ou não têm ar condicionado, as redes mosquiteiras são essenciais para fornecer proteção. Se as redes não chegarem ao chão, elas devem ser colocadas embaixo dos colchões. Redes de cama são mais eficazes quando são tratadas com um inseticidas. Existem algumas pré-tratadas.

Repelentes

O uso de repelente é a melhor forma de proteção individual. Os principais no mercado brasileiro com princípio ativo comprovado cientificamente e que funcionam na prevenção na picada de insetos são: 

  • DEET – Off!®, Repelex®.
  • Icaridina – Exposis®.
  • IR3535 – Merck IR 3535®.

Vários fatores podem influenciar na eficácia e a duração da proteção do produto, como a espécie do mosquito e do carrapato, temperatura ambiente, exposição à água, entre outros. 

Em geral, concentrações mais altas do ingrediente ativo proporcionam maior duração de proteção, independentemente do princípio ativo. Produtos com menos de 10 % de ingrediente podem oferecer apenas uma proteção limitada de 1 a 2 horas. Por exemplo, é recomendado o uso de produtos contendo mais de 20 % de DEET, próximos a 50 %. Maior que 50 % não oferece proteção maior.1

Independentemente do produto usado, se você começar a perceber picadas de insetos, reaplique o repelente de acordo com as instruções do rótulo.

Eles podem ser aplicados com filtro solar sem redução da sua atividade. No entanto, dados limitados mostram uma redução de um terço no fator de proteção solar de filtros solares quando repelentes de insetos contendo DEET são usados após a aplicação do protetor solar. Produtos que combinam filtro solar e repelente não são recomendados, porque o filtro solar é reaplicado com mais frequência e em maior quantidade. Ou seja, use produtos separados, aplicando a proteção solar primeiro e depois o repelente. Se for um repelente com DEET, reaplique o filtro solar com mais frequência. 

Roupas, chapéus, sapatos, mosquiteiros, jaquetas e equipamentos de acampamento podem ser tratados com permetrina para proteção adicional. 

A permetrina é um inseticida, acaricida e repelente altamente eficaz. A roupa tratada com o produto repele e mata carrapatos, piolhos, mosquitos e outros artrópodes que picam e incomodam. Roupas e outros itens devem ser tratados com 24 a 48 horas de antecedência para permitir a secagem. Siga as instruções do rótulo ao usar nas suas roupas. Lembre-se que nunca deve ser aplicada na pele, apenas em roupas, mosquiteiros ou outros tecidos, conforme indicado no rótulo do produto.

Algumas precauções que você deve tomar ao usar um repelente:

  1. Aplique repelentes somente na pele exposta ou na roupa, conforme indicado na etiqueta do produto. 
  2. Nunca use repelentes em cortes, feridas ou pele irritada.
  3. Ao usar sprays, não borrife diretamente no rosto – borrife as mãos primeiro e depois aplique no rosto. Não aplique nos olhos ou na boca e aplique com moderação nas orelhas.
  4. Lave as mãos após a aplicação para evitar a exposição acidental aos olhos ou ingestão.
  5. Crianças não devem manusear repelentes. Em vez disso, adultos devem aplicar repelentes nas suas próprias mãos primeiro, e depois gentilmente espalhar sobre a pele exposta da criança. 
  6. Evite aplicar diretamente nas mãos das crianças. Depois de voltar para casa, lave a pele e a roupa do seu filho com sabão e água ou dê banho na criança.
  7. Use apenas o suficiente para cobrir a pele ou a roupa exposta. Aplicação exagerada é desnecessária.
  8. Lave as roupas tratadas antes de usá-las novamente. Essa precaução pode variar com diferentes repelentes – verifique o rótulo do produto.

Se após o uso você desenvolver uma alergia na pele ou outro tipo de reação, como coceira ou inchaço, lave-se com água e sabão neutro e interrompa o uso. Se ocorrer uma reação grave, procure assistência médica urgente.

Zika na gestação

O aumento assustador do número de crianças com microcefalia causada pelo vírus nos leva a refletir sobre a importância de realizar um planejamento antes de engravidar. 

Se você está querendo engravidar e mora ou irá viajar para uma região onde há casos de zika, procure assistência médica. Uma avaliação prévia, associado a medidas de proteção, podem diminuir sua chance de contrair o vírus, principalmente no primeiro trimestre. 

Se está grávida, realize o pré-natal de forma correta. Caso apresente os sinais e sintomas da doença, fale com seu médico, principalmente se ocorrer erupção cutânea parecido como uma alergia. Serão realizadas ultrassonografias para detecção da má-formação. 

A confirmação da infecção ou a presença de microcefalia no bebê não são indicações para parto cesariana, sendo a indicação obstétrica a via de parto. 

A amamentação não é contraindicada. 

Síndrome congênita relacionada ao zika

A síndrome congênita ocorre, principalmente, se você contrair a infecção no primeiro trimestre de gestação. Através da placenta, o vírus é transmitido para o bebê. 

A doença é assintomática após o nascimento. O principal sinal nesta fase é um perímetro cefálico (tamanho da cabeça) abaixo do normal. 

Além da microcefalia, outras alterações neurológicas podem ser encontradas em recém-nascidos expostos ao vírus Zika durante a gestação, secundárias à má-formação cerebral, como convulsões, alterações comportamentais (como irritabilidade e distúrbios do sono) e atraso do desenvolvimento. 

A criança deverá ter um acompanhamento especial com pediatra, infectopediatra e equipe multidisciplinar. Eles terão papel fundamental para o desenvolvimento da criança. A avaliação das necessidades apresentadas é individual. 

Não há cura para a síndrome congênita, porém com o tratamento multidisciplinar é possível minimizar os danos. 

Sinais e sintomas da zika

A maioria das pessoas infectadas não apresentam sintomas. Quando apresentam são leves. Por esse motivo, muitas não percebem que foram infectadas. 

Os sintomas iniciam de 3 a 6 dias após a infecção e podem durar até uma semana. Os mais comuns são: 

  1. Febre.
  2. Erupção cutânea parecido como uma alergia.
  3. Dor de cabeça.
  4. Dor nas articulações.
  5. Conjuntivite (olhos vermelhos).
  6. Dor muscular.
  7. Cansaço.
  8. Dor retro-orbital.
  9. Anorexia.
  10. Vômito.
  11. Diarreia.
  12. Dor abdominal.

Se você apresentar alguns desses sintomas, procure assistência médica.

Como os sintomas podem ser parecidos com o da dengue, e esta possui uma fase crítica, é importante que seu médico difira a zika com a dengue.

Raramente apresenta complicações neurológicas como encefalite, meningoencefalite, parestesia, paralisia facial, mielite e a síndrome de Guillain-Barré. Os principais sintomas são:

  1. Sonolência.
  2. Dor de cabeça intensa.
  3. Convulsão.
  4. Perda de força.

Se você, gestante, apresentar um dos sintomas acima ou achar que está em risco para a doença, procure atendimento médico precocemente

Diagnóstico da zika

Seu médico pode diagnosticar a infecção simplesmente observando seus sintomas e a epidemiologia local, ou seja, se há casos em sua região ou na região onde você viajou. 

São solicitados sorologias para detectar anticorpos contra o vírus para confirmar a infecção, principalmente em gestantes e bebês com suspeita de infecção congênita.

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas da zika podem ser parecido com outras doenças, como: dengue, febre chikungunya, artrite séptica, malária, leptospirose, febre reumática, entre outros. 

Tratamento da zika

Não há medicação específica para o tratamento do vírus zika. 

São usados medicamentos para aliviar sintomas, como analgésicos. 

Descanse, beba bastante líquido e consulte um médico, se necessário.

Não tome aspirina e outros antiinflamatórios não esteróides devido a possibilidade do diagnóstico de dengue.

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição ao mosquito. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

Previna-se. Essa é a melhor forma de evitar que seu bebê tenha a síndrome congênita.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Febre chikungunya: tudo o que você precisa saber

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Febre chikungunya: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Diferente da dengue e da zika, o vírus chikungunya pode deixar sequelas graves, pois é a única que apresenta uma fase crônica

Ela dificilmente levará a morte, porém os sintomas podem ser graves e incapacitantes

Por ser uma doença de fácil prevenção, cabe a nós atitudes diárias para nos protegermos e protegermos quem está ao nosso redor. 

O que é a febre chikungunya

A febre chikungunya é uma doença febril aguda causada pelo vírus chikungunya, da família Togaviridae e do gênero Alphavirus

Diferente da dengue e da zika, você pode desenvolver a fase crônica da doença.

Transmissão da febre chikungunya

A principal forma de transmissão do vírus é através da picada do mosquito Aedes fêmea infectada. Ela se infecta quando pica uma pessoa que tem o vírus no sangue, criando um ciclo homem-Aedes-homem. 

Pode ocorrer transmissão da mãe para o filho durante a gestação, principalmente durante o parto, causando infecção neonatal grave. 

Até o momento, nenhum bebê foi infectado pelo vírus por meio da amamentação.

Raramente pode ser transmitido por via transfusional e transplante.

O vírus não pode ser transmitido diretamente entre pessoas por via sexual ou respiratória.

Prevenção da febre chikungunya

A melhor medida preventiva para quem vive em áreas que há mosquitos é eliminar os locais onde ele põe seus ovos, principalmente locais que contêm água parada, como por exemplo, recipientes de plástico, tambores, baldes ou pneus usados. Estes devem ser cobertos ou descartados adequadamente. Recipientes para comida de animais e vasos com flores devem ser esvaziados e limpos pelo menos uma vez por semana. Eliminando os ovos e as larvas do mosquito, reduzirá o número de mosquitos presentes nessas áreas e consequentemente, o número de infecções.

Já as principais medidas de proteção individual são:

  1. Evite surtos. Se possível, evite lugares conhecidos de transmissão de doenças epidêmicas. 
  2. Esteja ciente dos horários e lugares de exposição a picada do mosquito. Embora eles possam picar a qualquer hora, os mosquitos que transmitem doenças como dengue, zika e chikungunya picam durante o dia. Evite ficar ao ar livre ou use mais repelente durante esses horários.
  3. Use roupas apropriadas. Você diminui sua exposição usando camisas de mangas compridas, calças compridas, calçados fechados e chapéus. Enfiar a camisa dentro da calça, e depois as calças dentro das meias e usar sapatos fechados reduz o risco. Repelentes ou inseticidas, como a permetrina, podem ser aplicados nas roupas e equipamentos para maior proteção.
  4. Mosquiteiros. Quando as acomodações não são adequadamente protegidas ou não têm ar condicionado, as redes mosquiteiras são essenciais para fornecer proteção. Se as redes não chegarem ao chão, elas devem ser colocadas embaixo dos colchões. Redes de cama são mais eficazes quando são tratadas com um inseticidas. Existem algumas pré-tratadas.

Repelentes

O uso de repelente é a melhor forma de proteção individual. Os principais no mercado brasileiro com princípio ativo comprovado cientificamente e que funcionam na prevenção na picada de insetos são: 

  • DEET – Off!®, Repelex®.
  • Icaridina – Exposis®.
  • IR3535 – Merck IR 3535®.

Vários fatores podem influenciar na eficácia e a duração da proteção do produto, como a espécie do mosquito e do carrapato, temperatura ambiente, exposição à água, entre outros. 

Em geral, concentrações mais altas do ingrediente ativo proporcionam maior duração de proteção, independentemente do princípio ativo. Produtos com menos de 10 % de ingrediente podem oferecer apenas uma proteção limitada de 1 a 2 horas. Por exemplo, é recomendado o uso de produtos contendo mais de 20 % de DEET, próximos a 50 %. Maior que 50 % não oferece proteção maior.1

Independentemente do produto usado, se você começar a perceber picadas de insetos, reaplique o repelente de acordo com as instruções do rótulo.

Eles podem ser aplicados com filtro solar sem redução da sua atividade. No entanto, dados limitados mostram uma redução de um terço no fator de proteção solar de filtros solares quando repelentes de insetos contendo DEET são usados após a aplicação do protetor solar. Produtos que combinam filtro solar e repelente não são recomendados, porque o filtro solar é reaplicado com mais frequência e em maior quantidade. Ou seja, use produtos separados, aplicando a proteção solar primeiro e depois o repelente. Se for um repelente com DEET, reaplique o filtro solar com mais frequência. 

Roupas, chapéus, sapatos, mosquiteiros, jaquetas e equipamentos de acampamento podem ser tratados com permetrina para proteção adicional. 

A permetrina é um inseticida, acaricida e repelente altamente eficaz. A roupa tratada com o produto repele e mata carrapatos, piolhos, mosquitos e outros artrópodes que picam e incomodam. Roupas e outros itens devem ser tratados com 24 a 48 horas de antecedência para permitir a secagem. Siga as instruções do rótulo ao usar nas suas roupas. Lembre-se que nunca deve ser aplicada na pele, apenas em roupas, mosquiteiros ou outros tecidos, conforme indicado no rótulo do produto.

Algumas precauções que você deve tomar ao usar um repelente:

  1. Aplique repelentes somente na pele exposta ou na roupa, conforme indicado na etiqueta do produto. 
  2. Nunca use repelentes em cortes, feridas ou pele irritada.
  3. Ao usar sprays, não borrife diretamente no rosto – borrife as mãos primeiro e depois aplique no rosto. Não aplique nos olhos ou na boca e aplique com moderação nas orelhas.
  4. Lave as mãos após a aplicação para evitar a exposição acidental aos olhos ou ingestão.
  5. Crianças não devem manusear repelentes. Em vez disso, adultos devem aplicar repelentes nas suas próprias mãos primeiro, e depois gentilmente espalhar sobre a pele exposta da criança. 
  6. Evite aplicar diretamente nas mãos das crianças. Depois de voltar para casa, lave a pele e a roupa do seu filho com sabão e água ou dê banho na criança.
  7. Use apenas o suficiente para cobrir a pele ou a roupa exposta. Aplicação exagerada é desnecessária.
  8. Lave as roupas tratadas antes de usá-las novamente. Essa precaução pode variar com diferentes repelentes – verifique o rótulo do produto.

Se após o uso você desenvolver uma alergia na pele ou outro tipo de reação, como coceira ou inchaço, lave-se com água e sabão neutro e interrompa o uso. Se ocorrer uma reação grave, procure assistência médica urgente.

Sinais e sintomas da febre chikungunya

A maioria das pessoas apresentam sintomas. Eles começam de 3 a 7 dias após a infecção e duram em média 7 dias. Os sintomas mais comuns são:

  1. Febre.
  2. Dor em várias articulações, principalmente pequenas articulações. Geralmente são bilaterais e simétricas.
  3. Dor de cabeça.
  4. Dor muscular.
  5. Inchaço das articulações.
  6. Erupção cutânea, parecido como uma alergia.
  7. Cansaço.
  8. Conjuntivite sem secreção
  9. Náusea.
  10. Vômitos.
  11. Diarreia.
  12. “Ínguas”.
  13. Dor retro-ocular. 

Se você apresentar alguns desses sintomas, procure assistência médica

Como os sintomas podem ser parecidos com o da dengue, e esta possui uma fase crítica, é importante que seu médico difira a chikungunya com a dengue.

A maioria dos pessoas melhoram em uma semana. Outras, permanecem ou pioram das dores nas articulações e musculatura durante meses. 

Caso os sintomas persistam por mais de 3 meses, está instalada a fase crônica. Os principais sintomas dessa fase são:

  1. Dor articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda.
  2. Edema nas articulações.
  3. Limitação de movimentos.
  4. Deformidades.
  5. Dormência e formigamentos nos membros.
  6. Distúrbio do sono.
  7. Alterações de humor.
  8. Depressão.
  9. Cansaço.

Os principais fatores de risco para cronificação são: 

  • Idade acima de 45 anos.
  • Sexo feminino.
  • Alteração articular preexistente.
  • Maior dor articular na fase aguda. 

A febre chikungunya dificilmente levará a óbito, mas os sintomas podem ser graves e incapacitantes. Agende uma consulta médica se permanecer com os sintomas.

Pessoas em maior risco para doença mais grave (como encefalite, miocardite, hepatite, pancreatite, entre outros) incluem recém-nascidos infectados na época do nascimento, idosos (≥65 anos) e pessoas com condições médicas como pressão alta, diabetes ou doença cardíaca. Os principais sintomas são:

  1. Sonolência.
  2. Dor de cabeça intensa.
  3. Convulsão.
  4. Perda de força.
  5. Dor torácica.
  6. Palpitação.
  7. Falta de ar.
  8. Diminuição no volume da urina.
  9. Pressão baixa.
  10. Sangramentos espontâneos.
  11. Vômitos persistentes. 

Caso você apresente um desses sintomas, procure um pronto atendimento imediatamente.

Diagnóstico da febre chikungunya

Seu médico pode diagnosticar a infecção simplesmente observando seus sintomas e a epidemiologia local, ou seja, se há casos em sua região ou na região onde você viajou.

São solicitados exames de sorologias para detectar anticorpos contra o vírus para confirmar a infecção. 

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas da febre chikungunya podem ser parecido com outras doenças, como: dengue, zika, artrite séptica, malária, leptospirose, febre reumática, entre outros. 

Tratamento da febre chikungunya

Não há medicação específica para o tratamento do vírus chikungunya. 

São usados medicamentos para aliviar sintomas, como analgésicos e opióides. 

Descanse, beba bastante líquido e consulte um médico.

Não tome aspirina e outros antiinflamatórios não hormonais durante a fase aguda, devido a possibilidade do diagnóstico de dengue.

Se você permanecer com os sintomas após 3 meses, graves e incapacitante, provavelmente você precisará de seguimento médico para controle da dor. Podem ser usados medicamentos com a amitriptilina, gabapentina, prednisona, hidroxifloroquina e metotrexate. Faça também fisioterapia. Converse com seu médico sobre o assunto. 

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição ao mosquito. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

Procure atendimento médico se você permanecer com dores. Existe tratamento para aliviar esse sintoma tão incapacitante.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Dengue: tudo o que você precisa saber

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Dengue: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

A dengue é uma doença muito conhecida devido a inúmeras epidemias nos últimos anos. 

Já fez e ainda faz parte da vida do brasileiro. 

Mesmo não vivendo uma epidemia no momento, as medidas de prevenção devem ser uma rotina no nosso dia-a-dia. Assim, nos protegemos e protegemos quem está ao nosso redor. 

É um trabalho de formiga. Se todos fizerem, todos serão beneficiados. 

O que é a dengue

A dengue é uma doença febril aguda causada pelo arbovírus do gênero Flavivirus.

São conhecidos quatro sorotipos: 

  1. DENV 1
  2. DENV 2
  3. DENV 3 
  4. DENV 4

E o que isso significa, Richard?

Que você pode ter até 4 vezes a doença da dengue. Isso ocorre pois, quando você contrai um determinado sorotipo do vírus, desenvolve imunidade para aquele sorotipo e não para os outros. 

Por exemplo, em 2016, você teve dengue e o sorotipo prevalente naquele ano era o DENV 1. Após curar da doença, criou imunidade para este sorotipo. 

No ano de 2017, achando que nunca mais pegaria o vírus por já ter pego no ano anterior, não se preveniu e teve novamente os sintomas. Isso ocorreu pois o sorotipo prevalente naquele ano era outro, o DEV 2, e você não tinha imunidade contra ele. Por isso ficou doente novamente. 

Nunca deixe de prevenir-se. Você deve ficar atento as regiões endêmicas, principalmente antes de viajar.

Transmissão da dengue

A principal forma de transmissão do vírus ocorre através da picada do mosquito Aedes fêmea infectada. 

Ela se infecta quando pica uma pessoa que tem o vírus da dengue no sangue, criando um ciclo homem-Aedes-homem. 

Também pode ser transmitido da mãe para o filho durante a gestação e a amamentação. 

Raramente pode ser transmitido por via transfusional e transplante.

O vírus não pode ser transmitido entre pessoas por via sexual ou respiratória.

Prevenção da dengue

A melhor medida preventiva para quem vive em áreas que há mosquitos é eliminar os locais onde ele põe seus ovos, principalmente locais que contêm água parada, como por exemplo, recipientes de plástico, tambores, baldes ou pneus usados. Estes devem ser cobertos ou descartados adequadamente. Recipientes para comida de animais e vasos com flores devem ser esvaziados e limpos pelo menos uma vez por semana. Eliminando os ovos e as larvas do mosquito, reduzirá o número de mosquitos presentes nessas áreas e consequentemente, o número de infecções.

Já as principais medidas de proteção individual são:

  1. Evite surtos. Se possível, evite lugares conhecidos de transmissão de doenças epidêmicas. 
  2. Esteja ciente dos horários e lugares de exposição a picada do mosquito. Embora eles possam picar a qualquer hora, os mosquitos que transmitem doenças como dengue, zika e chikungunya picam durante o dia. Evite ficar ao ar livre ou use mais repelente durante esses horários.
  3. Use roupas apropriadas. Você diminui sua exposição usando camisas de mangas compridas, calças compridas, calçados fechados e chapéus. Enfiar a camisa dentro da calça, e depois as calças dentro das meias e usar sapatos fechados reduz o risco. Repelentes ou inseticidas, como a permetrina, podem ser aplicados nas roupas e equipamentos para maior proteção.
  4. Mosquiteiros. Quando as acomodações não são adequadamente protegidas ou não têm ar condicionado, as redes mosquiteiras são essenciais para fornecer proteção. Se as redes não chegarem ao chão, elas devem ser colocadas embaixo dos colchões. Redes de cama são mais eficazes quando são tratadas com um inseticidas. Existem algumas pré-tratadas.

Repelentes

O uso de repelente é a melhor forma de proteção individual. Os principais no mercado brasileiro com princípio ativo comprovado cientificamente e que funcionam na prevenção na picada de insetos são: 

  • DEET – Off!®, Repelex®.
  • Icaridina – Exposis®.
  • IR3535 – Merck IR 3535®.

Vários fatores podem influenciar na eficácia e a duração da proteção do produto, como a espécie do mosquito e do carrapato, temperatura ambiente, exposição à água, entre outros. 

Em geral, concentrações mais altas do ingrediente ativo proporcionam maior duração de proteção, independentemente do princípio ativo. Produtos com menos de 10 % de ingrediente podem oferecer apenas uma proteção limitada de 1 a 2 horas. Por exemplo, é recomendado o uso de produtos contendo mais de 20 % de DEET, próximos a 50 %. Maior que 50 % não oferece proteção maior.1

Independentemente do produto usado, se você começar a perceber picadas de insetos, reaplique o repelente de acordo com as instruções do rótulo.

Eles podem ser aplicados com filtro solar sem redução da sua atividade. No entanto, dados limitados mostram uma redução de um terço no fator de proteção solar de filtros solares quando repelentes de insetos contendo DEET são usados após a aplicação do protetor solar. Produtos que combinam filtro solar e repelente não são recomendados, porque o filtro solar é reaplicado com mais frequência e em maior quantidade. Ou seja, use produtos separados, aplicando a proteção solar primeiro e depois o repelente. Se for um repelente com DEET, reaplique o filtro solar com mais frequência. 

Roupas, chapéus, sapatos, mosquiteiros, jaquetas e equipamentos de acampamento podem ser tratados com permetrina para proteção adicional. 

A permetrina é um inseticida, acaricida e repelente altamente eficaz. A roupa tratada com o produto repele e mata carrapatos, piolhos, mosquitos e outros artrópodes que picam e incomodam. Roupas e outros itens devem ser tratados com 24 a 48 horas de antecedência para permitir a secagem. Siga as instruções do rótulo ao usar nas suas roupas. Lembre-se que nunca deve ser aplicada na pele, apenas em roupas, mosquiteiros ou outros tecidos, conforme indicado no rótulo do produto.

Algumas precauções que você deve tomar ao usar um repelente:

  1. Aplique repelentes somente na pele exposta ou na roupa, conforme indicado na etiqueta do produto. 
  2. Nunca use repelentes em cortes, feridas ou pele irritada.
  3. Ao usar sprays, não borrife diretamente no rosto – borrife as mãos primeiro e depois aplique no rosto. Não aplique nos olhos ou na boca e aplique com moderação nas orelhas.
  4. Lave as mãos após a aplicação para evitar a exposição acidental aos olhos ou ingestão.
  5. Crianças não devem manusear repelentes. Em vez disso, adultos devem aplicar repelentes nas suas próprias mãos primeiro, e depois gentilmente espalhar sobre a pele exposta da criança. 
  6. Evite aplicar diretamente nas mãos das crianças. Depois de voltar para casa, lave a pele e a roupa do seu filho com sabão e água ou dê banho na criança.
  7. Use apenas o suficiente para cobrir a pele ou a roupa exposta. Aplicação exagerada é desnecessária.
  8. Lave as roupas tratadas antes de usá-las novamente. Essa precaução pode variar com diferentes repelentes – verifique o rótulo do produto.

Se após o uso você desenvolver uma alergia na pele ou outro tipo de reação, como coceira ou inchaço, lave-se com água e sabão neutro e interrompa o uso. Se ocorrer uma reação grave, procure assistência médica urgente.

Sinais e sintomas da dengue

Cerca de 75% das pessoas são assintomáticas ao contrair o vírus. Porém 20% apresentam sintomas leves a moderados enquanto 5% apresentam sintomas graves. 

A doença pode apresentar 3 fases clínicas: febril, crítica e de recuperação.

Na fase febril, os sintomas duram de 2 a 7 dias e iniciam de 3 a 15 dias após a infecção Os principais são:

  1. Febre alta, de 39º a 40ºC. 
  2. Dor de cabeça forte.
  3. Dor retroorbitária (atrás dos olhos) forte.
  4. Dor nas articulações.
  5. Dor muscular e/ou óssea.
  6. Erupção cutânea, parecido com uma alergia.
  7. Náusea.
  8. Vômitos.
  9. Diarreia.
  10. Falta de apetite.
  11. Coceira.

Procure atendimento médico se você acha que está com dengue. Grande parte das pessoas recuperam-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. 

A fase crítica acontece em 5% das pessoas. Preste atenção aos sinais de alerta à medida que a temperatura diminui de 3 a 7 dias após o início dos sintomas. Vá imediatamente para um pronto socorro se você apresentar um dos seguintes sintomas:

  1. Dor abdominal intensa e contínua.
  2. Vômitos persistentes.
  3. Mancha vermelha ou qualquer outra mancha na pele.
  4. Sangramento do nariz ou gengivas.
  5. Vômito com sangue.
  6. Fezes pretas (como carvão) ou sangue nas fezes.
  7. Sonolência ou irritabilidade.
  8. Pele pálida, fria ou úmida.
  9. Dificuldade ao respirar.
  10. Desmaio.
  11. Acúmulo de líquidos.
  12. Diminuição do volume da urina.

Eles sintomas marcam o início de um período de 24 a 48 horas que podem levar à falha do sistema circulatório e choque (pressão baixa) e, possivelmente, a morte, sem tratamento imediato e apropriado. Você pode desenvolver baixa contagem de plaquetas e manifestações hemorrágicas, com a tendência a se machucar facilmente ou ter outros tipos de sangramentos na pele, nariz ou gengivas. Outras complicações, embora incomuns, são a hepatite, miocardite, pancreatite e encefalite.

Sintomas mais graves e complicações podem ocorrer em qualquer idade, porém apresentam risco maior pessoas com mais de 65 anos, gestantes, crianças pequenas e pessoas com doenças crônicas como:

  • Hipertensão arterial.
  • Diabetes mellitus.
  • Asma .
  • Doença hematológicas.
  • Doenças renais crônicas.
  • Doença grave do sistema cardiovascular.
  • Doença auto-imune.

Diagnóstico da dengue

Seu médico pode diagnosticar a infecção simplesmente observando seus sintomas e a epidemiologia local, ou seja, se há casos em sua região ou na região onde você viajou.

São solicitados exames de sangue para avaliar a gravidade da doença e exames sorológicos para detectar anticorpos e antígenos contra o vírus para confirmar a infecção. 

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas da dengue em cada apresentação podem ser parecidos com outras doenças, como:

  1. Fase febril: enteroviroses, influenza e outras viroses respiratórias, hepatites virais, malária, febre tifóide, chikungunya, zika, entre outras.
  2. Fase febril com erupção cutânea: rubéola, sarampo, enteroviroses, mononucleose infecciosa, parvovirose, citomegalovirose, farmacodermias, doença de Henoch-Schonlein, chikungunya, zika, entre outras.
  3. Fase crítica: hantavirose, febre amarela, leptospirose, malária grave, riquetsioses, septicemia, entre outros.

Tratamento da dengue

Não há medicação específica para o tratamento do vírus da dengue. 

O tratamento baseia-se principalmente na hidratação adequada, levando em consideração aos sinais e sintomas que você apresenta e a gravidade da doença. 

Procurar atendimento médico é essencial, pois ele irá estadiar em um dos 4 grupos (A, B, C e D). Cada um possui uma conduta em relação a hidratação (se via oral ou endovenosa) e a necessidade de internamento.

São usados medicamentos para aliviar sintomas, como analgésicos. Descanse e beba bastante líquido. Evite o uso de aspirina. Em caso de piora dos sintomas, com o aparecimento de algum sinal de alarme, procure imediatamente um pronto socorro. 

Vacina da dengue

Em dezembro de 2015 a primeira vacina da dengue (Dengvaxia® – Laboratório Sanofi Pasteur) foi aprovada no Brasil. 

Trata-se de uma vacina de vírus vivos atenuados, composta pelos quatro sorotipos do vírus da dengue. 

Ela está licenciada para crianças a partir de 9 anos, adolescentes e adultos até 45 anos. São aplicadas 3 doses com intervalos de 6 meses. 

Por ser composta por vírus atenuado, ela é contraindicada para pessoas com imunossupressão, alergia grave, tuberculose sem tratamento e gestantes. 

Além dessas populações, em 2017, as Sociedades Brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP), Infectologia (SBI) e Medicina Tropical (SBMT) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) também a contraindicão para pessoas que não tenham sido previamente infectados pelo vírus. 

Se você iniciou e ainda não completou o esquema vacinal, e desconhece seu status sorológico prévio à vacinação, converse com seu médico. Fatores como onde você vive, a intensidade da transmissão e a idade devem ser considerados na decisão da continuidade ou não do esquema vacinal.

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição ao mosquito. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

Quando diagnosticada precocemente e com a hidratação adequada, diminui sua chance de desenvolver a forma grave da doença.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Toxoplasmose: tudo o que você precisa saber

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ARTIGOS

Toxoplasmose: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

A toxoplasmose, conhecida como a doença do gato, preocupou Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 2018. Um surto da doença atingiu a cidade, e após meses de investigação, não conseguiram encontrar a origem do surto. 

Mas por que ela preocupou tanto as autoridades, Richard? 

  1. Nas gestantes a infecção aguda (recente) é uma das principais causas de má-formação fetal
  2. Em pessoas imunossuprimidas pode causar doença grave, principalmente no sistema nervoso central.
  3. Em pessoas saudáveis pode causar lesões nos olhos

Continue lendo esse artigo pois nele iremos abordar diversos tópicos sobre a toxoplasmose. 

O que é toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii, protozoário intracelular obrigatório. 

Ele é encontrado em todo o mundo, sendo que nos EUA mais de 60 milhões de pessoas estão infectadas. 

Após contraí-lo, o parasita fica na forma inativa em nosso corpo. Quando nossa imunidade é comprometida por alguma doença ou medicamento, como por exemplo, a AIDS, ele pode reativar, causando lesões no cérebro. 

Transmissão da toxoplasmose

Os gatos desempenham um papel importante na disseminação da toxoplasmose. 

A transmissão do parasita ocorre após comerem roedores, pássaros ou outros pequenos animais infectados. O parasita então permanece nas fezes do gato até 3 semanas após a infecção. Ao defecar em caixas de areia e solos de jardins, pode contaminar frutas, vegetais e a água, infectando assim, outros animais e o homem. 

A infecção ocorre ao: 

  1. Comer carne mal cozida e contaminada, especialmente carne de porco e carneiro.
  2. Beber água contaminada.
  3. Entrar em contato com fezes de gato.
  4. Ingerir frutas ou vegetais contaminados. 
  5. Entrar em contato com solo contaminado.
  6. Transmissão de mãe para filho (vertical).
  7. Receber um órgão transplantado ou sangue contaminado, embora seja raro.

Prevenção da toxoplasmose

Aqui vão algumas dicas para você prevenir a toxoplasmose:

  1. Escolha bem o estabelecimento antes de comer. Só porque o restaurante é luxuoso não quer dizer que ele seja seguro.
  2. Não tente ser o diferente. Evite alimentos crus, principalmente carnes, peixes e mariscos.
  3. Em áreas onde a higiene e o saneamento são inadequados ou desconhecidos, evite o consumo de saladas, vegetais não cozidos, sucos de frutas não pasteurizados, leite e derivados não pasteurizados.
  4. Evite consumo de alimentos e bebidas oferecidos por vendedores ambulantes.
  5. Evite beber água da torneira. Filtre ou ferva a água sempre.
  6. Como o lado de fora das latas e garrafas podem estar contaminadas, limpe e seque antes de abrir ou beber diretamente do recipiente.
  7. Cuidado com o gelo. Ele pode ser feito de água contaminada.

Outros cuidados são importantes, principalmente se você está grávida ou com algum comprometimento do sistema imunológico:

  1. Evite trocar a caixa de areia. Se ninguém puder realizar a tarefa, use luvas descartáveis ​​e lave suas mãos com água e sabão depois.
  2. Mantenha o gato dentro de casa.
  3. Não adote ou manipule gatos de rua.
  4. Alimente gatos apenas com comida enlatada ou bem cozida. Evite carnes cruas ou mal cozidas.
  5. Mantenha coberta a caixa de areia.
  6. Seu veterinário pode responder outras dúvidas em relação ao seu gato e o risco de toxoplasmose.

Não existe vacina para toxoplasmose.

Toxoplasmose na gestação

Se você foi infectada com o parasita antes de engravidar, seu bebê estará protegido por sua imunidade. Espere 6 meses após uma infecção aguda para engravidar. 

Para saber se já teve contato com o parasita, faça o pré-natal. Seu médico irá solicitar um exame de sangue para detectar se há anticorpos (defesa) contra o Toxoplasma.

Quando a infecção ocorre enquanto você está grávida, ou pouco antes da gravidez, ela pode ser transmitida para o seu bebê, causando a toxoplasmose congênita

O risco de infecção aumenta no decorrer dos trimestres, sendo que no primeiro é de 9%, no segundo 27% e no terceiro 59%. Porém, quanto mais cedo ocorre a infecção, mais grave é a doença para o bebê, levando até a morte fetal ou aborto espontâneo. 

Como resultado da infecção intrauterina, o recém-nascido pode ser assintomático ou apresentar sintomas como:

  1. Prematuridade.
  2. Baixo peso.
  3. Estrabismo.
  4. Icterícia (cor amarelada nos olhos e na pele).
  5. Fígado e baço aumentados.

Durante o desenvolvimento podem aparecer sintomas como: 

  1. Coriorretinite.
  2. Hidrocefalia.
  3. Calcificações intracranianas.
  4. Microcefalia.
  5. Convulsões.
  6. Atraso no desenvolvimento.

A criança deverá ter um acompanhamento especial com pediatra, infectopediatra e equipe multidisciplinar. Eles terão papel fundamental para o desenvolvimento da criança. A avaliação das necessidades apresentadas é individual. 

Não há cura para a síndrome congênita, porém com o tratamento multidisciplinar é possível minimizar os danos. 

Sinais e sintomas da toxoplasmose

A maioria das pessoas que contraem o parasita não apresentam sinais e sintomas. Eles pode iniciar de 5 a 23 dias após a infecção, duram semanas a meses e são parecidos com os da gripe, como: 

  1. Febre.
  2. “Ínguas” no pescoço.
  3. Dores musculares. 
  4. Erupção de pele em todo o corpo, parecido como uma alergia.
  5. Dor de cabeça.
  6. Dor de garganta.
  7. Cansaço.

As lesões nos olhos podem ocorrer em pessoas com imunidade normal. A corrioretinite é a lesão mais frequente e pode ser aguda ou crônica. Os sinais e sintomas da toxoplasmose ocular são: 

  1. Visão reduzida.
  2. Visão turva, dor (geralmente com luz forte).
  3. Vermelhidão do olho.
  4. Lacrimejamento. 

Casos graves ocorrem em indivíduos com algum tipo de imunossupressão, como, por exemplo, HIV | AIDS, câncer maligno, linfoma, leucemia e uso de medicamentos imunossupressores. Geralmente são lesões no cérebro, pulmão, coração e fígado. 

A toxoplasmose cerebral é apresentação clínica mais grave e letal. Os principais sintomas são:

  1. Dor de cabeça.
  2. Febre.
  3. Alterações motoras.
  4. Confusão mental.
  5. Convulsões.

Se você suspeita que foi exposto ao parasita e apresentar sintomas, procure assistência médica.

Diagnóstico da toxoplasmose

O diagnóstico da doença é realizado através de exames de sangue específicos para a toxoplasmose. Eles são chamados de sorologias e detectam anticorpos produzidos pelo corpo em resposta a infecção. 

Se você apresenta sintomas oculares, marque uma consulta com um oftalmologista, médico especialista em olhos, urgente. Se não tratada, a lesão pode levar a cegueira. 

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas da toxoplasmose podem ser parecidos com outras doenças, como citomegalovírus, sífilis, rubéola, herpes, HIV | AIDS, neurocisticercose, e outras doenças febris.

Tratamento da toxoplasmose

Em pessoas saudáveis, não grávidas, o tratamento não é necessário, exceto se sintomatologia muito importante. 

Para mulheres grávidas, pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou lesão ocular ativa, o tratamento é obrigatório e é realizado com antibióticos. Geralmente são utilizados 3 medicamentos: a pirimetamina, sulfadiazina e o ácido folínico. Outra alternativa é o sulfametoxazol-trimetoprim (Bactrim). 

Para gestantes, o uso da espiramicina ou clindamicina também está indicado.

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição de risco. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta.

A toxoplasmose geralmente é uma doença que cura espontaneamente, porém, se você está gestante, é imunossuprimido ou apresentar sintomas visuais, ela pode ser grave e deixar sequelas permanentes.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

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Herpes Simples: tudo o que você precisa saber

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ARTIGOS

Herpes Simples: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Uma das infecções mais comuns por ser de fácil transmissão, o vírus da herpes simples permanece inativo dentro do corpo após contraí-lo. E pode reativar-se a qualquer momento. Por esse motivo, algumas pessoas podem desenvolver vários episódios de herpes durante a vida. 

“Por que essa coisa chata aparece sempre que estou estressado?”

A resposta está na pergunta.

Se você está tendo episódios frequentes, provavelmente as lesões estão atrapalhando suas atividades diárias. 

Não sofra…. existe tratamento para você. 

O que é herpes simples

O herpes simples é uma infecção sexualmente transmissível causada por dois tipos de vírus:

  1. Herpes simplex tipo 1 (HSV-1), que geralmente causa o herpes oral.
  2. Herpes simplex tipo 2 (HSV-2), que geralmente causa o herpes genital.

Uma em cada seis pessoas entre 14 e 49 anos tem herpes genital nos EUA. 

Após contrair o vírus, ele permanece no nosso corpo na forma inativa. O estresse é o principal fator de reativação.

Transmissão do herpes simples

A transmissão do herpes oral ocorre durante a infância ou na idade adulta através do contato não sexual com a saliva. Embora mais difícil, é transmitido da boca para a região genital através do sexo oral. Por isso alguns casos de herpes genital são causados pelo HSV-1.

A transmissão do herpes genital ocorre principalmente durante o sexo vaginal, anal ou oral sem preservativo com alguém que tenha a lesão ativa.

Se você não tem herpes, pode contraí-lo ao entrar em contato com o vírus:

  1. Através do contato sexual com uma parceiro (a) que tiver uma lesão ativa.
  2. Através da saliva, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão oral ativa.
  3. Através de secreções genitais, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão genital ativa .
  4. Através da pele na região oral, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão ativa. 
  5. Através da pele na região genital, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão ativa.

A ferida facilita a transmissão de outras infecções sexualmente ativas, como o sífilis, hepatite B e hepatite C.

Como o vírus é rapidamente inativado em temperatura ambiente, não é possível contraí-lo através de assentos sanitários, roupas de cama, piscinas, talheres, sabonetes ou toalhas. Também não é transmitido através do ar. 

Prevenção do herpes simples

Se você é sexualmente ativo, pode diminuir sua probabilidade de contrair a herpes simples:

  • Ao ter um relacionamento mutuamente monogâmico de longo prazo com um parceiro (a) que nunca apresentou herpes simples;
  • Usar preservativos da maneira certa sempre que fizer sexo. 

Infelizmente, o uso de preservativo não previne 100%. A ferida pode estar em uma parte do corpo onde a camisinha não protege. 

Se você está em um relacionamento com uma pessoa que já teve episódio de herpes simples, você diminui suas chances de contrair: 

  1. Seu parceiro (a) fazer a terapia supressiva. Ele (a) deve conversar com o médico sobre essa opção. 
  2. Evite ter sexo vaginal, anal ou oral quando seu parceiro (a) apresentar lesão ativa da infecção.

Ainda não existe vacina para herpes simples. 

Herpes simples na gestação

A infecção pode ser transmitida para o bebê antes do nascimento, porém é mais comum durante o parto

Se você apresenta sintomas próximo ao parto, avise seu médico. O tratamento diminui a chance de transmissão durante o nascimento. 

O herpes neonatal é uma doença grave e fatal. Apresenta-se como lesões cutâneas, oculares, disseminada e encefalite. 

Sinais e sintomas do herpes simples

A maioria das pessoas não apresentam sintomas.

Quando apresentam, são leves e iniciam de 1 a 26 dias após contraí-lo, em média 8 dias. 

As lesões têm aspecto de feridas, geralmente aparecem com uma ou mais bolhas em torno da região genital, retal ou boca. Essas bolhas se rompem, formando úlceras e crostas. A dor local aumenta durante os 7 primeiros dias, atingindo o pico até o 11º dia. A cura completa das lesões ocorre até o 20º dia. 

A formação de cicatriz é incomum e é indicativo de outras doença. 

No primeiro episódio você pode apresentar outros sintomas como: 

  1. Aumento da sensibilidade local.
  2. Coceira.
  3. Queimação.
  4. Febre.
  5. Dores no corpo.
  6. Cansaço. 
  7. “Ínguas”. 
  8. Secreção uretral transparente. 
  9. Ardência ao urinar.

Apresentar um novo episódio após a primeira infecção é muito comum. Acontece com 60% a 90% das pessoas. Geralmente são períodos mais curtos e menos graves do que a primeira vez, e tendem a diminuir com o tempo. É comum apresentar sintomas antes das lesões surgirem, como dor e coceira. Outros sintomas são incomuns. 

Casos graves são incomuns e ocorrerem no sistema nervoso, principalmente no cérebro. Ele pode causar meningite, encefalite, radiculopatia e mielite transversa. Sintomas de gravidade são:

  1. Febre.
  2. Dor de cabeça.
  3. Vômitos.
  4. Fotofobia.
  5. Confusão.
  6. Mudança comportamentais.
  7. Sonolência.
  8. Convulsões. 

Iniciam de 3 a 12 dias após as lesões cutâneas. Esses sintomas indicam uma doença grave que necessita de avaliação médica urgente e tratamento imediato. 

Pessoas imunossuprimidas (com AIDS, câncer, leucemia, linfoma, entre outros) podem apresentar lesões cutâneas disseminadas no corpo todo e esofagite (infecção no esôfago).

Podem ocorrer lesões também no cérvix, ânus, faringe, gengiva e olhos. 

Diagnóstico do herpes simples

Seu médico pode diagnosticar o herpes simples apenas observando seus sintomas. 

É possível coletar amostras das lesões e testá-las para confirmar o diagnóstico, mas não é feito de rotina. 

O exame é realizado através do método de PCR, que detecta genes do vírus. Esse teste é necessário em casos graves, como na meningite. 

Por fim, é muito importante que realize exames para outras infecções sexualmente transmissíveis.

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas do herpes simples são parecidos com outras doenças, como:

  1. Herpes oral: candidíase oral, aftas, síndrome de Stevens-Johnson, herpangina, herpes zóster, escabiose e infecções bacterianas.
  2. Herpes genital: sífilis, cancróide, linfogranuloma venéreo, candidíase genital e ulcerações traumáticas. 
  3. Encefalite herpética: meningite bacteriana, meningoencefalite criptocócica, meningoencefalite tuberculosa e neurotoxoplasmose. 

Tratamento do herpes simples

O tratamento varia de acordo com o tipo de herpes e a recorrência dos episódios. 

São utilizados medicamentos antivirais, principalmente o aciclovir. Outras opções são o valaciclovir e famciclovir. 

O tratamento é importante pois diminui o tempo de sintomas e evita a transmissão para outras pessoas. Analgésicos e antiinflamatórios são prescritos para alívio da dor. 

Se você tem episódios recorrentes que atrapalham sua vida, pode se beneficiar com a terapia supressiva – utilizará um dos antivirais citados acima de forma contínua, por no mínimo 6 meses, em dose especial. Converse com seu médico sobre a melhor opção de tratamento.

Mesmo se você não tratar, a lesão desaparecerá sozinha. 

Em pessoas com o sistema imunológico comprometido, as feridas genitais são mais dolorosas e podem ser graves. 

Não toque nas lesões para evitar que o vírus se espalhe para outras partes do seu corpo, principalmente os olhos. Lave as mãos frequentemente. Aguarde, no mínimo, 7 dias após as lesões desaparecerem completamente para ter relações sexuais com seu parceiro (a). 

A encefalite herpética é uma emergência e necessita de tratamento hospitalar com o aciclovir via endovenoso. Se você apresentar sintomas, não hesite e vá a um pronto atendimento o mais rápido possível.

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

O herpes simples tem tratamento, incluindo terapia supressiva. Não mude suas atividades diárias por causa da lesão. Trate-a.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

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Tuberculose: tudo o que você precisa saber

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ARTIGOS

Tuberculose: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo.

Mas por que existe essa letalidade, Richard? 

Pois é um quebra-cabeça.

  1. Existem várias definições que podem ser difíceis de compreender. 
  2. Apesar de ter sinais e sintomas característicos, detectar a bactéria em seu corpo não é simples. 
  3. Há tratamento, apesar de um diagnóstico provável ou não confirmado. Porém ele é longo e pode ter efeitos colaterais. 

Juntando as peças é possível realizar o diagnóstico e curar a tuberculose. 

Ao longo dessa leitura irei apresentar essas peças.

O que é a tuberculose e 4 definições

A tuberculose é uma doença infecciosa transmissível causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis

As duas primeiras definições são relacionadas aos locais onde a bactéria faz doença:

  1. Na maioria das vezes ela causa doença nos pulmões, sendo assim chamada de tuberculose pulmonar.
  2. Ela também ocorre em outros órgãos, como, por exemplo, nos rins, ossos, linfonodos (“ínguas”) e no cérebro. Quando acontece fora dos pulmões é chamada de extra pulmonar.

O terceiro e o quarto está relacionado a desenvolver ou não a doença. Como resultado, existem duas condições relacionadas à tuberculose: 

  1. Infecção latente por tuberculose: você contrai a bactéria porém não fica doente. Ela fica inativa dentro do seu corpo.
  2. Doença da tuberculose: você contrai a bactéria e fica doente. Pode ocorrer semanas ou anos após a infecção. 

Transmissão da tuberculose

A bactéria é transmitida pelo ar. Quando você tem a tuberculose pulmonar e tosse, espirra ou fala, pode transmitir para pessoas próximas. Estão em maior risco aquelas que passam mais tempo como você, como membros da família, amigos, colegas de trabalho ou colegas de escola.

Apenas a tuberculose pulmonar é transmissível. A tuberculose extrapulmonar não é infecciosa.

Ela não é transmitida por:

  1. Aperto de mão .
  2. Compartilhar comida ou bebida.
  3. Compartilhar assentos sanitários.
  4. Compartilhar escovas de dentes.
  5. Através do beijo.

Se você acha que está em risco, procure assistência médica

Prevenção da tuberculose

O tratamento da tuberculose latente é a melhor forma de prevenção da tuberculose (ver abaixo). 

Existe também a vacina contra a tuberculose que é aplicada logo após o nascimento. Ela previne a forma miliar e meníngea da doença.

Tuberculose na gestação

Existe risco maior para você e seu bebê se a doença da tuberculose não for tratada. Ele pode apresentar baixo peso ao nascer, e raramente, nascer com tuberculose.

As gestantes devem iniciar o tratamento assim que a tuberculose for detectada. Os antibióticos de primeira escolha não são nocivos ao bebê, apenas alguns utilizados para tuberculose resistente. 

A amamentação não é contra-indicada, porém necessita de cuidados especiais. 

Diferença entre tuberculose latente e doença da tuberculose

Tuberculose latente

Após contrair a bactéria, ela pode viver no seu corpo sem deixá-lo doente. Isso é chamado de tuberculose latente. Você:

  1. Não tem sintomas.
  2. Não se sente doente.
  3. Não transmite para outras pessoas.
  4. Geralmente tem uma reação positiva ao teste cutâneo (teste tuberculínico conhecido como PPD).
  5. Pode desenvolver a doença da tuberculose se não receber tratamento.

A maioria das pessoas não desenvolvem a doença da tuberculose, ou seja, a bactéria permanece inativa por toda a vida. Porém algumas pessoas apresentam um risco maior de desenvolver a doença (veja abaixo). 

Doença da tuberculose

Quando a bactéria entra no seu corpo e você não consegue combatê-la, ela causará a doença da tuberculose.

Você pode desenvolver a doença logo após ser infectado (dentro de semanas) ou anos depois, quando o sistema imunológico se enfraquece por outro motivo.

Se você tem a doença da tuberculose:

  1. Tem sintomas.
  2. Se sente doente.
  3. Pode transmitir a bactéria para outras pessoas.
  4. Geralmente tem um teste cutâneo positivo.
  5. Pode ter uma raio-x de tórax anormal.
  6. O exame de escarro pode ser positivo.
  7. Precisa de tratamento.

Cerca de 5 a 10% das pessoas infectadas, que não receberam tratamento para a infecção latente da tuberculose, desenvolveram a doença. Algumas pessoas apresentam risco maior:

  1. Contatos próximos de uma pessoa com tuberculose confirmada.
  2. Pessoas que migraram de áreas com altas taxas de infecção.
  3. Bebés, crianças e adolescentes expostos a adultos com risco aumentado para a doença.
  4. Grupos com altas taxas de transmissão, como pessoas em situação de rua e usuários de drogas injetáveis.​
  5. Pessoas que trabalham em instituições de alto risco, como hospitais, abrigos para sem-teto, estabelecimentos prisionais, lares de idosos e residências para pessoas vivendo com HIV.
  6. Pessoas com condições médicas que enfraquecem o sistema imunológico, como HIV | AIDS, linfoma, leucemia, silicose, diabetes, doença renal crônica, desnutridos, transplantados, câncer e que usam medicamentos imunossupressores, como o corticóide.
  7. Pessoas que se infectaram com bactéria nos últimos 2 anos.
  8. Idosos.

Se você acha que está em risco, procure assistência médica

Sinais e sintomas da tuberculose

A tuberculose pulmonar pode causar sintomas como:

  1. Tosse produtiva (com catarro) a mais de 3 semanas.
  2. Dor no peito.
  3. Tosse com sangue.
  4. Perda de peso.
  5. Fraqueza.
  6. Cansaço.
  7. Falta de apetite.
  8. Febre.
  9. Suor noturno.

Os sintomas da doença em outras partes do corpo dependem do órgão afetado, porém você pode apresentar os 6 últimos sintomas descritos acima. 

Diagnóstico da tuberculose

O diagnóstico da doença da tuberculose não é fácil pois envolve sete etapas: 

  1. História médica: o médico irá fazer várias perguntas, entre elas, quais são os sintomas, quando começaram, risco de exposição, se possui outras doença, entre outras.
  2. Exame médico: os sinais que você apresenta podem fornecer informações valiosas ao médico.
  3. Teste tuberculínico: conhecido como PPD, ele auxilia no diagnóstico, porém não confirma a doença. Entrarei em mais detalhes abaixo.
  4. Exame de imagem: raio-x de tórax ou tomografia de pulmão podem detectar alterações nos pulmões. As lesões aparecem em qualquer parte e diferem em tamanho, forma, densidade e cavitação. Essas alterações podem sugerir a doença da tuberculose, porém, igual o PPD, não confirma a doença.
  5. Diagnóstico microbiológico: quando a bactéria é detectada, confirma-se a doença da tuberculose. Isso ocorre quando algum teste microbiológico é positivo. Existem vários testes, mas os principais são realizados nas amostras de escarro ou biópsia do órgão onde há suspeita da doença. Nessa amostra são realizados três testes. O primeiro chama-se Bacterioscopia pela técnica de Ziehl-Nielsen. O microbiologista olha o material no microscópio e vê se há bactéria ou não. O segundo é quando se detecta o DNA da bactéria na amostra (técnica de PCR). E o terceiro é através da cultura – quando a bactéria se desenvolve em um meio, por exemplo, uma placa de sangue.
  6. Resistência aos medicamentos: esse teste é realizado em situações específicas e detecta quais antibióticos funcionam contra a bactéria. 
  7. Anatomopatológico: é realizado no fragmento de biópsia do órgão onde há suspeita da doença. Essa amostra é analisada pelo médico patologista e pode ajudar no diagnóstico, porém, como o PPD e os exames de imagem, não confirma a doença.

O diagnóstico da tuberculose é complexo. Envolve várias etapas que nem sempre estão presentes, principalmente os testes microbiológicos. Por isso, na maioria das vezes, o diagnóstico é provável. 

Só juntando várias peças desse quebra-cabeça é possível chegar ao diagnóstico. 

Teste tuberculínico (PPD)

O teste cutâneo para a tuberculose, também chamado de teste tuberculínico ou PPD, é realizado em duas etapas:

  1. Primeiro é injetado na pele uma pequena quantidade de líquido (chamada tuberculina), na parte inferior do braço.
  2. Após 48 a 72 horas um profissional de saúde treinado mede a reação que ocorre no braço.

O resultado depende do tamanho da reação:

  1. Teste cutâneo positivo: significa que a pessoa já entrou em contado com a bactéria da tuberculose.
  2. Teste cutâneo negativo: significa que a pessoa provavelmente nunca entrou em contado com a bactéria da tuberculose. 

O PPD não confirma, porém ajuda no diagnóstico da tuberculose latente e da doença da tuberculose. 

Se você recebeu a vacina BCG, o PPD pode ser positivo, ou seja, um falso-positivo. 

Diagnóstico diferencial da tuberculose

Os sinais e sintomas da tuberculose podem ser parecidos com outras doenças, como pneumonias, micoses pulmonares (paracoccidioidomicose, histoplasmose), sarcoidose, carcinoma brônquico, síndrome respiratória aguda grave (SRAG), entre outras.

Tratamento da tuberculose

Tratamento da tuberculose latente

Como explicado anteriormente, se você tem a tuberculose latente, não apresenta sintomas e não transmite a bactéria. No entanto, se a bactéria tornarem-se ativa, você pode desenvolver a doença.

Ela é diagnóstica através do PPD positivo. Porém, antes do tratamento, é necessário descartar doença ativa. 

Nem todos precisam realizar o tratamento. Alguns grupos são prioritários, como:

  1. Pessoas com PPD maior que 5 milímetros.
    • Pessoas vivendo com o HIV.
    • Contato próximo e recente com uma pessoa com a doença da tuberculose.
    • Pessoas com alterações em exame de imagem compatíveis com doença antiga.
    • Receptores de transplante de órgãos.
    • Pessoas imunossuprimidas por outras razões (por exemplo, uso de corticóide em altas doses e imunossupressores).
  2. Pessoas com PPD maior que 10 milímetros.
    • Pessoas que vivem em regiões com altas taxas de tuberculose.
    • Usuários de drogas injetáveis.
    • Pessoas que trabalham em instituições de alto risco, como hospitais, abrigos para sem-teto, laboratório de microbiologia, estabelecimentos prisionais, lares de idosos e residências para pessoas vivendo com HIV.
    • Crianças menores de 4 anos de idade ou crianças e adolescentes expostos a adultos em categorias de alto risco.

O tratamento é realizado com o antibiótico isoniazida por 9 meses. Ele é disponível exclusivamente pelo SUS. Durante o tratamento é muito importante o acompanhamento médico, principalmente pelos possíveis efeitos colaterais. 

Tratamento da doença da tuberculose

Após o diagnóstico confirmado ou provável da doença, faça o tratamento corretamente. Tome os medicamentos exatamente como foram prescritos e finalize a terapia. 

Se você abandona o tratamento no meio do caminho, ficará doente novamente e pior, a bactéria se tornar resistente aos antibióticos utilizados. Isso deixa o tratamento mais difícil, pois além de um tempo maior, é necessário medicamentos intravenosos. 

O tratamento envolve vários antibióticos que serão tomados por 6 meses (em alguns casos 9). Existem 10 medicamentos atualmente aprovados para a terapia. Todos são disponíveis exclusivamente pelo SUS. Os de primeira escolha são: 

  1. Isoniazida.
  2. Rifampina.
  3. Etambutol.
  4. Pirazinamida.

Durante os 2 primeiros meses você irá tomar os 4 antibióticos. Nos últimos 4 meses serão apenas a rifampicina e isoniazida. 

O acompanhamento médico é essencial, principalmente pelos possíveis efeitos colaterais e para avaliação da efetividade do tratamento. Vários fatores podem fazer o tratamento não funcionar e seu médico poderá identificá-los.

Efeitos adversos são comuns. Informe o seu médico imediatamente se você apresentar alguns deles. Entre os principais estão: 

  1. Perda do apetite.
  2. Náusea ou vômito.
  3. Urina escura .
  4. Icterícia (cor amarelada nos olhos ou na pele).
  5. Formigamento, dormência ou queimação nas mãos ou nos pés.
  6. Fraqueza persistente, cansaço.
  7. Febre.
  8. Dor abdominal.
  9. Hematomas ou sangramento.
  10. Visão turva ou visão alterada.
  • Você pode notar a urina alaranjada. Esse efeito é comum devido a rifampicina. Não se preocupe, apenas informe o seu médico.

Os antibióticos podem interagir com outros medicamentos que você toma, como por exemplo, medicamentos contra o HIV e anticonvulsivantes. Informe todos os medicamentos que você usa diariamente, incluindo suplementos e chás.

Vacina contra a tuberculose (BCG)

A vacina BCG utilizada no Brasil é preparada com bacilos vivos atenuados, a partir de cepas do Mycobacterium bovis, e apresenta eficácia em torno de 75% contra as formas miliar e meníngea da tuberculose, em indivíduos não infectados pela bactéria. 

É administrada em 1 dose por via intradérmica, na inserção do músculo deltoide direito. Essa localização permite a fácil verifiicação da existência da cicatriz vacinal e limita as reações à região axilar. 

Crianças de 0 a 4 anos de idade são prioridades:

  • Recém-nascidos com peso maior ou igual a 2kg devem ser vacinados na maternidade logo após o nascimento.
  • Crianças nessa faixa etária que não apresentam cicatriz vacinal 6 meses após a vacinação, devem ser revacinadas apenas um vez. 

Ela está contraindicada em gestantes e pessoas imunossuprimidas, como por exemplo, AIDS, neoplasias malignas, em uso de corticóide crônico e outras terapias imunossupressoras. 

Conclusão

A tuberculose é um desafio para você e para o seu médico. Porém ela tem tratamento e cura. Fique atento aos riscos e sintomas e procure assistência médica imediata.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

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Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Febre Amarela: tudo o que você precisa saber

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ARTIGOS

Febre Amarela: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

A febre amarela assustou o Brasil em 2016 e 2017. 

A doença foi exposta na imprensa nos últimos anos, principalmente pela epidemia que vivemos. Porém ela é facilmente prevenida através da vacina. 

Para o viajante, a vacina é muito importante. Não emitir o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia pode arruinar sua viagem. 

Alguns países tem como requisito de entrada a vacinação contra a febre amarela. Se você chegar neste país sem comprovação de vacinação:

  • Te colocam em quarentena por até 6 dias.
  • Sua entrada é recusada. 

Esse documento é fundamental para a sua viagem, assim como outras medidas de prevenção. Porém algumas pessoas precisam de uma avaliação médica para definir os riscos e benefícios da vacina, já que ela é composta por vírus atenuado. 

Continue lendo esse artigo pois nele iremos abordar diversos aspectos da febre amarela, mas principalmente sobre a vacina.

O que é a febre amarela

A febre amarela é uma doença febril aguda causada por um arbovírus do gênero Flavivírus. Ele é encontrado em áreas tropicais e subtropicais na América do Sul e na África, inclusive no Brasil. 

Transmissão da febre amarela

O vírus é transmitido principalmente através da picada de mosquitos das espécies Aedes e Haemagogus infectados, permanecendo assim durante toda a vida. Eles adquirem o vírus ao picar primatas infectados (humanos ou não humanos) e, depois, transmitem a outros primatas (humanos ou não humanos).

Existem dois ciclos de transmissão: 

  • O silvestre envolve a transmissão do vírus entre primatas não humanos (por exemplo, macacos) e espécies de mosquitos encontrados na mata. O vírus é transmitido pelos insetos para os humanos quando estes estão visitando ou trabalhando na selva.
  • O ciclo urbano envolve a transmissão do vírus entre humanos e mosquitos urbanos, principalmente o Aedes aegypti. Esse ciclo foi erradicado no Brasil em 1942. 

Não há transmissão de pessoa para pessoa.

Prevenção da febre amarela

A vacina é principal forma de prevenir a infecção. Ela é composta por vírus vivo atenuado. No Brasil, após a epidemia de 2016 e 2017, é aplicada em todas as regiões do país. 

É realizada em apenas 1 dose e demora, no mínimo, 10 dias para proteger você. 

É recomendada para pessoas com 9 meses ou mais de idade que viajam ou moram em áreas de risco na América do Sul e na África. 

Ela é contraindicada para:

  1. Crianças com menos de 6 meses de idade.
  2. Qualquer pessoa com alergia grave a qualquer componente da vacina, incluindo ovos, proteínas de galinha ou gelatina.
  3. Qualquer pessoa que já teve uma reação grave a uma dose da vacina contra febre amarela .

“Richard, por que algumas pessoas não podem tomar a vacina ou precisão de uma prescrição médica para tomá-la?”

Pois é injetado, dentro de você, vírus vivo da febre amarela, porém, atenuado (mais fraco). O objetivo é desenvolver a defesa no seu organismo, para quando entrar em contato com o vírus selvagem, consiga se defender. Porém algumas pessoas com as condições descritas abaixo apresentam risco aumentado de eventos adversos graves – doença grave ou, muito raramente, morte. Isso porque elas podem não ter imunidade suficiente para se proteger contra o vírus “fraco” da vacina. Por isso é importante discutir com seu médico sobre os riscos e benefícios. 

  1. Sistema imunológico enfraquecido devido a alguma doença, como a AIDS, câncer maligno, leucemia, linfoma, transplante ou tratamento com imunossupressores (como corticóide, quimioterapia, entre outros).
  2. Distúrbio do timo.
  3. Adultos com 60 anos de idade ou mais.
  4. Mulheres grávidas e mães que amamentam.

Para a maioria das pessoas, uma dose fornece proteção para toda a vida. Ela está disponível gratuitamente no SUS. Vá até a unidade de saúde mais próxima da sua residência e se informe sobre como aplicá-la.

Reações são geralmente leves, como dores de cabeça, dores musculares e febre baixa. Eventos adversos graves são raros e podem ocorrer nas populações citadas acima. 

Sinais e sintomas da febre amarela

Os sintomas iniciam subitamente entre 3 a 6 dias após a transmissão do vírus e duram cerca de 3 dia. Os principais são: 

  1. Febre repentina.
  2. Calafrios.
  3. Dor de cabeça intensa.
  4. Dor nas costas.
  5. Dores no corpo.
  6. Náuseas e vômitos.
  7. Fadiga e fraqueza. 

A maioria das pessoas melhoram após os sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% das pessoas terão uma breve melhora, e então, desenvolverão a forma grave da doença. Os sintomas de gravidade são:

  1. Febre alta.
  2. Diarreia e vômitos com aspecto de borra de café.
  3. Icterícia (cor amarela da pele e da parte branca dos olhos).
  4. Sangramento espontâneo, principalmente na gengiva, nariz e ouvidos. Você também pode vomitar sangue (hematêmese) ou as fezes podem ficar pretas igual carvão (melena).
  5. Pressão baixa.
  6. Diminuição do volume de urina, até ficar sem urinar (oligúria e anúria).
  7. Insuficiência de órgãos. 
  8. Coma.

Aproximadamente 20 a 50% das pessoas que desenvolvem a doença grave morrem.

Se você mora em uma região endêmica da infecção, e apresenta alguns desses sintomas, procure atendimento médico imediato. A febre amarela é uma doença grave que leva a morte. 

Diagnóstico da febre amarela

O diagnóstico é baseado através dos sintomas, principalmente em regiões onde há epidemia. 

Para confirmar a infecção, são realizados exames chamados de sorologias, que detectam anticorpos produzidos pelo corpo em resposta a infecção. 

Outros exames de sangue são realizados para avaliar o funcionamento de diferentes órgãos, como o fígado e rins. 

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas da doença podem ser parecidos com outras, como a malária, leptospirose, hepatite A, hepatite B, hepatite C, febre hemorrágicas virais, dengue hemorrágica, infecções bacterianas graves, entre outras. 

Tratamento da febre amarela

Não há tratamento específico para a febre amarela. 

Se você apresentar sintomas graves, deve ser hospitalizado para monitorização e tratamento de suporte. É realizado hidratação, além do uso de analgésicos e antitérmicos.

Certos medicamentos devem ser evitados, como a aspirina ou outros antiinflamatórios (como o ibuprofeno), porque aumentam o risco de sangramento.

Febre Amarela e o Viajante

A vacina da febre amarela é a mais importante para o viajante.

Não emitir o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia pode arruinar sua viagem, por isso ela é fundamental. Alguns países tem como requisito obrigatório de entrada a vacinação contra a febre amarela. Outros

exigem o comprovante se você vem de uma área de risco.

No Brasil, a Anvisa é o responsável pela emissão deste documento que comprova que você tomou a vacina contra a febre amarela. A partir do dia 28 do janeiro de 2019 ficou mais fácil obtê-lo. Com a transformação digital do serviço, a solicitação, o acompanhamento e o recebimento do certificado têm trâmite totalmente digital no prazo de até 5 dias úteis. Clique aqui para mais informações.

Se você não tem um histórico de vacinação, provavelmente terá que tomar doses extras de determinadas vacinas. Marque sua consulta com pelo menos 6 semanas de antecedência para avaliar se você pode tomar a vacina.

Conclusão

É fácil prevenir a febre amarela. Basta tomar a vacina. Se você apresenta risco de desenvolver efeitos colaterais, agende procure assistência médica para avaliar o risco-benefício da vacinação.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Gripe: tudo o que você precisa saber

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Gripe: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Qual das seguintes ”verdades” você já escutou?

  1. “Eu tomo a vacina da gripe e fico gripado mesmo assim! Ela não funciona! Nunca mais vou tomar!”
  2. “Eu tomo a vacina da gripe e ela me deixa gripado! Nunca mais vou tomar!”
  3. “Meu vizinho falou que um conhecido dele tomou a vacina da gripe e morreu mesmo assim! Essa vacina não funciona! Nunca vou tomar!”

Esses mitos, que se espalham rapidamente, trazem todos os anos mortes e sobras de vacinas.

Nesse artigo irei explicar tudo sobre a gripe (influenza), a diferença entre gripe e resfriado e, principalmente, desmistificar a vacina e as falsas verdades ditas acima.

O que é a gripe, por que ela é conhecida como influenza e a diferença entre gripe e resfriado

A gripe é uma doença respiratória contagiosa causada pelo vírus influenza. Por esse motivo também é conhecida como influenza.

Ele infecta as vias aéreas altas, como o nariz e a garganta e, às vezes, a via aérea baixa, como os pulmões.

A principal diferença entre a gripe e o resfriado comum, é que a primeira pode causar desde uma doença leve até grave que leva à morte.

Mas por que você fica gripado quase todos os anos? Existem vários tipos de vírus influenza circulando no mundo e a cada ano há um vírus predominante. Além disso, o vírus sofre mudanças (mutações). Consequentemente, nosso corpo não consegue se defender contra ele, ficando doente. 

Vou te dar um exemplo… Existem 3 tipos de influenza: 

  • A.
  • B.
  • C. 

Cada tipo sofre mutações, formando subtipos. No tipo A existem subtipos como o H1N1, H3N2, H5N1, entre outros. Em cada ano, um deles é predominante, e como você nunca entrou em contato com ele, não possui defesa. O principal objetivo da vacina é desenvolver essa defesa em você, e assim, não ter a doença. 

Veja essa história (hipotética)… Ano de 2018, o vírus influenza predominante é o H3N2. João, que tem asma, tomou a vacina daquele ano. José, que tem diabetes, não, por acreditar que a vacina faz mal a ele. João agora tem a defesa (imunidade) contra o vírus H3N2, enquanto Jóse não tem. 

Maria, com sintomas da gripe, espirra nos dois. João, por ter a defesa, nada acontece. Jóse, por não ter, e apresentar um fator de risco para desenvolver doença grave, fica com sintomas e precisa ser internado no hospital. 

Anualmente a vacina é feita de acordo com os vírus influenza predominantes naquele ano. Por isso deve tomar a vacina todos os anos, principalmente se você tem uma doença crônica. Ao tomar a vacina, faz a defesa (imunidade), assim, não apresenta sintomas da doença.

“Mas por que eu fico gripado todos os anos mesmo tomando a vacina da gripe?”. 

A vacina protege contra os vírus influenza que causam doença grave, porém não protege contra os vírus que causam o resfriado comum, como o vírus sincicial respiratório. Consequentemente você não terá defesa contra eles. E ao entrar em contato terá sintomas. 

Transmissão da gripe

Apesar do vírus circular durante todo o ano, a infecção é mais comum no outono e no inverno. 

No Brasil ocorre vigilância durante todos os meses, onde são parceiros hospitais e laboratórios públicos e privados. Os dados coletados mostram quais vírus estão circulando, mutações e o impacto que as infecções estão causando na população.

O vírus é transmitido de forma direta principalmente por pequenas gotículas produzidas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou conversa. Essas gotículas entram em contato com pessoas próximas através da boca, nariz, olhos ou mãos. 

Também é possível contrair de forma indireta por meio do contato com a secreção infectada. Por exemplo, uma pessoa infectada espirra na mão, segura com ela em um corrimão e deixa suas secreções ali. Outra pessoa passa a mão no corrimão e coça o nariz. Ela pode contrair o vírus dessa forma. 

O período de transmissão ocorre quando a pessoa está sem sintomas (2 dias antes) e nos primeiros 7 dias após o início da doença. Crianças e pessoas com sistema imunológico enfraquecido podem transmitir por um tempo maior.

Prevenção da gripe

A principal forma de prevenção é tomar a vacina para a gripe todos os anos. Ela é eficaz e segura, e é composta por vírus inativado. E por que tomá-la? Esses são os benefícios da vacina: 

  1. Evita que você fique gripado.
  2. Reduz o risco de hospitalização associada à gripe.
  3. É uma importante ferramenta preventiva para pessoas com doenças crônicas.
  4. É associada a taxas mais baixas de eventos cardíacos, como infarto, em pessoas com doença cardíaca, especialmente entre aqueles que sofreram um evento cardíaco recente.
  5. Reduz hospitalizações entre pessoas com diabetes (79%) e doença pulmonar crônica (52%).
  6. Ajuda a proteger as mulheres durante e após a gravidez. Ser vacinado também pode protege o bebê após o nascimento.
  7. Um estudo que analisou a eficácia da vacina em mulheres grávidas descobriu que a vacinação reduz o risco de infecção respiratória aguda associada à gripe em cerca de metade das gestantes.
  8. Outros estudos mostram que a vacina aplicada na mãe protegeu o bebê por vários meses após o nascimento.
  9. Um estudo de 2017 foi o primeiro a mostrar que a vacinação pode reduzir significativamente o risco de uma criança morrer de gripe.
  10. Faz com que os sintomas da gripe sejam mais leves.
  11. Protege as pessoas ao seu redor.

No SUS, a estratégia de vacinação é direcionada para grupos prioritários com predisposição para complicações da doença. Os principais grupos são:

  1. Crianças com idade entre 6 meses e 5 anos.
  2. Gestantes.
  3. Puérperas até 45 dias após o parto.
  4. Profissionais de saúde dos serviços públicos e privados.
  5. Toda a população indígena a partir dos 6 meses de idade.
  6. Pessoas com 60 anos ou mais.
  7. Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.
  8. Pessoas privadas de liberdade e funcionários do sistema prisional.
  9. Professores das escolas públicas e privadas.
  10. Pessoas com com doença crônicas citadas acima. Nestes casos é necessário a prescrição médica no ato da vacinação. 

Recomenda-se para crianças entre 6 meses a 8 anos, que estarão recebendo a vacina pela primeira vez, duas doses em intervalo de 30 dias entre a uma e outra para induzir a resposta imune apropriada. No serviço privado, maiores de 6 meses podem ser vacinados mediante prescrição médica. 

Se você tem condições financeiras, não deixe de se vacinar. Além dos benefícios citados acima, você impede a proliferação do vírus. 

A vacina é contraindicada para menores de 6 meses e para pessoas que já apresentaram alergia grave (reação anafilática). 

Efeitos colaterais podem ocorrer mas a maioria são leves, como dor no local da aplicação, dor no corpo e mal-estar. 

Outra dúvida muito frequente é a diferença entre a vacina trivalente (disponibilizada pelo SUS) e quadrivalente (disponibilizada pela rede privada). A primeira protege contra 3 diferentes vírus (2 influenza tipo A e 1 tipo influenza B), enquanto a segunda contra 4 diferentes (2 influenza subtipo A e 2 influenza tipo B). Hoje, no Brasil, não existe estudo mostrando qual é a melhor.

Outras dicas importantes de prevenção:

  1. Tenha bom senso: evite contato com pessoas gripadas. Não compartilhe comida, talheres e itens pessoais. 
  2. Evite tocar nos olhos, nariz e boca.
  3. Lave as mãos com sabão e use álcool em gel com frequência.
  4. Não coma aves mal cozidas ou cruas, nem animais exóticos.  

Sinais e sintomas da gripe

Os sintomas iniciam em cerca de 1 a 4 dias após a transmissão, com uma média de 2 dias. Os principais são:

  1. Febre ou sensação de febre/calafrios, porém nem todos apresentam.
  2. Tosse.
  3. Dor de garganta.
  4. Nariz escorrendo ou entupido.
  5. Dores musculares.
  6. Dores de cabeça.
  7. Fadiga (muito cansado).
  8. Algumas pessoas podem ter vômitos e diarreia.

Alguns sintomas como fraqueza, tosse seca e mal-estar podem persistir por algumas semanas após a resolução da gripe. 

Nos casos graves a pessoa pode apresentar sintomas como:

  1. Falta de ar.
  2. Respiração acelerada.
  3. Dor no peito.
  4. Pressão baixa. 

Nesses casos, é necessário suporte médico imediato

As principais complicações são: 

  1. Pneumonia bacteriana.
  2. Infecções de ouvido.
  3. Sinusite.
  4. Desidratação.
  5. Miocardite.
  6. Encefalite.
  7. Descompensação de doenças crônicas.

Sintomas graves e complicações ocorrem em qualquer idade. Porém o risco é maior em pessoas com mais de 65 anos, gestantes, crianças pequenas e pessoas com doenças crônicas como:

  • Asma.
  • Condições neurológicas e de neurodesenvolvimento incluindo distúrbios cerebrais, medula espinhal, nervos periféricos e musculares, como paralisia cerebral, epilepsia, acidente vascular cerebral, deficiência intelectual, atraso de desenvolvimento moderado a grave, distrofia muscular ou lesão da medula espinhal.
  • Doença pulmonar crônica como doença pulmonar obstrutiva crônica e fibrose cística.
  • Doença cardíaca como cardiopatia congênita, insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana.
  • Doenças hematológica como a anemia falciforme.
  • Doenças endócrinas como diabetes mellitus.
  • Doenças renais como insuficiência renal crônica.
  • Doença hepáticas como cirrose.
  • Doenças metabólicas como distúrbios metabólicos hereditários e distúrbios mitocondriais.
  • Sistema imunológico enfraquecido devido a doença como pessoas com HIV | AIDS e câncer ou medicação como uso de corticóide crônico.
  • Pessoas com menos de 19 anos de idade que estão recebendo terapia com aspirina a longo prazo.
  • Pessoas com obesidade extrema. 

Diagnóstico de gripe

É muito difícil distinguir a gripe de outras infecções virais, como o resfriado comum. Existem testes para identificar qual tipo de vírus está causando a infecção, porém são realizados em pacientes hospitalizados.

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas da influenza não são específicos e podem ser similares a outras infecções virais, como rinovírus, parainfluenza, vírus sincicial respiratório, adenovírus, coronavírus, entre outros. Também pode ser similar a outras doenças bacterianas, como sinusite, amigdalite, otite, entre outros.

Tratamento da gripe

A maioria das pessoas com gripe tem sintomas leves que não precisam de cuidados médicos ou medicamentos antivirais. Você deve ficar em casa e evitar o contato com outras pessoas, para diminuir a chance de transmissão. Hidrate-se bem e coma refeições leves. Tome analgésicos e antitérmicos se necessário. 

O tratamento antiviral é recomendado para pessoas:

  1. Hospitalizadas.
  2. Com alguma doença crônica. 
  3. Estão em maior risco de complicações associadas à influenza. 

Consulte um médico imediatamente se você está em alguns desses grupos. O tratamento é mais eficaz se iniciado dentro de 48 horas após o início dos sintomas. 

A principal medicação utilizada no Brasil é o oseltamivir (Tamiflu). Geralmente o tratamento é por 5 dias. 

Conclusão

A gripe faz parte do nosso dia-a-dia, principalmente durante o inverno. Tomar a vacina anualmente deve ser uma rotina, igual um check-up. Faça a higiene das mãos de forma adequada e se proteja. Saiba identificar os sinais e sintomas e os fatores de risco para procurar assistência médica quando necessário.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.

Herpes Zóster: tudo o que você precisa saber

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ARTIGOS

Herpes Zóster: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Um caminhão de comprimidos…. Esse é o tratamento do herpes zóster. 

E a dor? É muito forte. 

Por ser um doença muito comum e com gravidade diferente entre as pessoas, principalmente em relação a dor, geram bastante dúvidas. 

Quase 1 em cada 3 pessoas nos Estados Unidos desenvolve herpes zóster em algum momento da vida.

Neste artigo iremos abordar diversos aspectos do herpes zóster, e da neuralgia pós-herpética.

O que é herpes zóster

O herpes zóster, conhecido popularmente como cobreiro, é uma doença infecciosa causada pelo mesmo vírus da catapora (varicela), o vírus varicela-zoster. As erupções bolhosas na pele ocorrem após reativação do vírus muitos anos depois da primeira infecção. O vírus, que estava dormente (inativo) nos nervos reativa-se, porém não se sabe o porquê disso ocorrer.

Transmissão do herpes zóster

O vírus varicela-zoster pode ser transmitido de forma direta através de uma pessoa com lesões de pele ativas (fase de bolhas) para alguém que nunca teve catapora ou nunca recebeu a vacina contra catapora. 

Pode ocorrer através de secreções respiratórias ou contato direto com as lesões. Enquanto você permanecer com bolhas, pode transmitir o vírus. Se só apresentar crostas, deixa de transmitir a infecção. 

Indiretamente, e raramente, pode ser transmitido por meio de objetos contaminados com secreções das bolhas. 

Algumas pessoas têm um risco maior de desenvolver a herpes zoster, entre elas:

  1. Idosos.
  2. Certos tipos de câncer, como leucemia e linfoma.
  3. Pessoas vivendo com o HIV.
  4. Pessoas em uso de imunossupressores, como corticóides em altas doses e medicamentos pós-transplante.
  5. Pessoas com doença crônicas.
  6. Uso de inibidores de bomba de prótons, como omeprazol. 

Prevenção do herpes zoster

A única maneira de reduzir o risco de desenvolver a herpes zóster e a neuralgia pós-herpética é através da vacina

No Brasil, a única disponível é composta por vírus vivos atenuados da varicela-zoster. Uma dose é recomendada para maiores de 60 anos, porém pode ser administrada para maiores de 50 anos. 

Por ser uma vacina de vírus atenuado, ela é contraindicada para pessoas com imunossupressão, alergia grave, tuberculose sem tratamento e gestantes. 

Outra vacina, porém não disponível no Brasil, é chamada de Shingrix®. Ela é recomenda que adultos saudáveis com 50 anos, em duas doses. Quando estiver licenciada em nosso país, essa página será atualizada. 

Se você está com lesões bolhosas, siga as seguintes recomendações:

  1. Cubra as lesões.
  2. Evite tocar ou coçar as lesões.
  3. Lave as mãos frequentemente. 
  4. Evite o contato com mulheres grávidas que nunca tiveram catapora ou vacina contra varicela; bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer; pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como por exemplo, recebendo medicamentos imunossupressores ou em quimioterapia, pós-transplantados e pessoas vivendo com o HIV

Sinais e sintomas do herpes zóster

Antes da lesão de pele ocorrer, você sentirá dor, coceira, ardor ou formigamento na área onde a erupção aparecerá. Isso acontece entre 1 a 5 dias antes das bolhas (vesículas) surgirem. Outros sintomas comuns são:

  1. Febre
  2. Dor de cabeça
  3. Mal-estar
  4. Arrepios
  5. Dor de estômago.

As lesões são erupções cutâneas bolhosas dolorosas que aparecem em um lado do rosto ou corpo, distribuídas como uma faixa (pois a lesão acompanha o nervo). Elas permanecem de 7 a 10 dias, evoluem para lesões crostosas e desaparecem dentro de 2 a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são a torácica (53%), cervical (20%), nervo trigêmeo do rosto (15%) e lombossacra (11%).

Em casos raros (geralmente em pessoas com sistema imunológico debilitado), a erupção cutânea pode ser mais disseminada e parecida com a catapora. 

Pessoas com herpes zóster disseminado e/ou recidivante devem investigar neoplasias malignas, HIV | AIDS e outras doenças imunossupressoras.

Doença mais grave ocorre em face. Pode afetar o olho ou causar meningite/encefalite. Nesses casos, a avaliação médica imediata é necessária. Raramente ela causará pneumonia e morte. 

Neuralgia pós-herpética

A complicação mais comum é a neuralgia pós-herpética. 

Ela manifesta-se como dores intensas nas áreas onde ocorreram as erupções cutâneas, mesmo após o desaparecimento das lesões.

A dor pode ser grave e debilitante, mas geralmente desaparece após semanas ou meses. Porém, algumas pessoas permanecem com os sintomas durante muitos anos, interferindo em suas atividades diárias.

O risco de desenvolver a neuralgia pós-herpética aumenta com a idade. Cerca de 10 a 13% das pessoas desenvolvem essa complicação. Raramente ela ocorre em pessoas com menos de 40 anos de idade.

Diagnóstico do herpes zóster

Seu médico pode diagnosticar o herpes-zóster simplesmente observando seus sintomas. É possível coletar amostras das lesões e testá-las para confirmar o diagnóstico, mas não é realizado de rotina. 

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas da doença podem ser parecidos com outras, como a varíola (erradicada), coxsackioses, infecções cutâneas, dermatite herpetiforme, impetigo, erupção variceliforme de Kaposi, riquetsioses, entre outras. 

Tratamento do herpes zóster

O tratamento do herpes zóster é realizado com antivirais, analgésicos e anti-histamínicos prescritos pelo seu médico. 

O antiviral de escolha, geralmente, é o aciclovir. Quanto mais precoce o início do tratamento, melhor. Mas ele não diminui o risco de desenvolver a neuralgia pós-herpética. 

O uso de corticóides, como a prednisona, também não altera a chance de apresentar a neuralgia. 

As lesões de pele geralmente desaparecem mesmo não realizando o tratamento. 

Compressas úmidas podem ajudar a aliviar a coceira. Corte suas unhas e evite coçar. Isso impede uma infecção por bactérias na região. 

Casos em face ou complicações, como a meningite e encefalite, podem necessitar de internação hospitalar para tratamento com antivirais intravenosos. 

Se a dor persistir, mesmo após as lesões desaparecerem, poderá necessitar de tratamento para a neuralgia pós-herpética. Ela é realizada com analgésicos e medicamentos chamados moduladores de dor. Os principais são a amitriptilina, carbamazepina e benzodiazepínicos. Marque uma consulta com seu médico para saber mais sobre esses medicamentos. 

Conclusão

Caso você desenvolva o herpes zóster, não sofra. Procure atendimento médico, principalmente para controle da dor. Hoje existem medicamentos que tratam esse sintoma tão terrível que atrapalha suas atividades diárias.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

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Infecções Sexualmente Transmissíveis: tudo o que você precisa saber

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ARTIGOS

Infecções Sexualmente Transmissíveis: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

As infecções sexualmente transmissíveis são comuns e podem ser causadas por mais de 30 diferentes microrganismo, entre eles: 

  1. Vírus.
  2. Bactérias.
  3. Fungos.
  4. Protozoários. 

São transmitidas por:

  1. Contato sexual – principal forma.
  2. Da mãe para a filho durante a gestação, o parto ou a amamentação.
  3. Através do uso de itens contaminados – como seringas, materiais de manicure e tatuagem. 

Quando você contrai uma infecção sexualmente transmissível, a chance de contrair outra aumenta

Por exemplo, você está com uma lesão ativa de herpes simples da região genital e tem relação sexual sem preservativo com uma pessoa com sífilis. A sua ferida é uma porta de entrada para qualquer infecção. Ao entrar em contato com o sangue infectado dessa pessoa, a bactéria irá entrar no seu corpo através da lesão e causar doença. 

Por esse motivo todas as pessoas sexualmente ativas devem fazer todos os exames de sangue pelo menos uma vez na vida

Dentre as principais infecções estão: HIV, sífilis, hepatite B, hepatite C, HPV, herpes simples, vaginose bacteriana, clamídia, gonorreia e tricomoníase. Neste artigo iremos abordar as quatro últimas por apresentarem sintomatologias semelhantes

Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é a infecção vaginal mais comum em mulheres entre 15 e 44 anos. 

Está ligada a um desequilíbrio entre as bactérias “boas” e “nocivas” que normalmente são encontradas na vagina, com diminuição acentuada ou desaparecimento de lactobacilos acidófilo (Lactobacillus spp) e aumento de bactérias anaeróbias (Prevotella sp. e Mobiluncus sp.), G. vaginalis, Ureaplasma sp., Mycoplasma sp., e outros. Por esse motivo não é considerada uma infecção sexualmente transmissível, porém é desencadeada pela relação sexual.

Ela raramente afeta mulheres que nunca tiveram relações sexuais e não é transmitida por assentos sanitários, roupas de cama ou piscinas.

Prevenção da vaginose bacteriana

Você pode prevenir a infecção:

  1. Limitar o número de parceiros (as) sexuais.
  2. Evite lavar a região genital com ducha.

Vaginose bacteriana na gestação

Mulheres grávidas com a doença estão mais propensas a ter bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer. 

Sinais e sintomas da vaginose bacteriana

Os principais são: 

  1. Corrimento vaginal fino, branco ou cinzento.
  2. Dor, coceira ou ardor na vagina.
  3. Odor forte, principalmente depois da relação sexual.
  4. Queimação ao urinar.

Se você apresentar alguns desses sintomas, procure assistência médica.

Diagnóstico da vaginose bacteriana

Seu médico fará o exame ginecológico em busca de sinais de corrimento vaginal. Também é possível fazer testes diagnósticos na secreção.

Tratamento da vaginose bacteriana

O tratamento da infecção é realizado com antibióticos, prescritos pelo seu médico. 

Parceiros sexuais masculinos de mulheres diagnosticadas não precisam ser tratados, porém pode ser transmitida entre parceiras sexuais femininas.

Se não tratada, o infecção pode causar sérios riscos à saúde, incluindo:

  1. Aumenta sua chance de contrair o HIV ao ter relações sexuais com alguém vivendo com o vírus.
  2. Se você está vivendo com o HIV, aumenta a sua chance de transmitir o vírus ao seu parceiro (a) sexual.
  3. Torna mais provável que o seu bebê nasça prematuro ou com baixo peso ao nascer.
  4. Aumenta suas chances de contrair outras infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia e gonorreia. 
  5. Pode evoluir para doença inflamatória pélvica, infecção grave e com possibilidade de internação hospitalar.

Clamídia

A clamídia é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que pode infectar tanto homens quanto mulheres. Se não tratada, evolui com sequelas no sistema reprodutivo.

Transmissão da clamídia

A transmissão ocorre durante o sexo vaginal, anal ou oral sem preservativos com alguém com clamídia. Mesmo tratando uma vez a infecção, você pode contraí-la novamente. 

Prevenção da clamídia

A principal forma de prevenção é através do uso de preservativo durante a relação sexual.

Clamídia na gestação

Se você está grávida, pode transmitir a infecção para o bebê durante o parto. Isso pode causar uma infecção ocular ou pneumonia em seu recém-nascido. A infecção também pode aumenta a chance de prematuridade do bebê. Faça o pré-natal corretamente, assim o diagnóstico será realizado precocemente. 

Sinais e sintomas de clamídia

A maioria das pessoas com clamídia não apresentam sintomas.

Os principais sintomas nas mulheres são: 

  1. Corrimento vaginal anormal.
  2. Sensação de ardor ao urinar.

Nos homens os principais sintomas são:

  1. Secreção saindo da uretra do pênis.
  2. Sensação de queimação ao urinar.
  3. Dor e/ou inchaço nos testículos.

Homens e mulheres também podem se infectar com clamídia no reto. Acontece durante sexo anal receptivo ou por disseminação de outro local infectado (como a vagina). Geralmente não causa sintomas, porém apresentam-se como: 

  1. Dor anal.
  2. Secreção saindo no ânus.
  3. Sangramento.

Diagnóstico da clamídia

Você deve ser examinado pelo seu médico se detectar algum destes sintomas ou se seu parceiro (a) tiver uma infecção sexualmente transmissível.

Testes laboratoriais podem ser realizados para diagnosticar clamídia. Geralmente são realizados em amostra de urina ou secreção da vagina, pênis ou ânus. 

Tratamento da clamídia

A clamídia tem tratamento e cura. É realizado com antibióticos prescritos pelo seu médico. 

Seu parceiro (a) sexual deve realizar o tratamento, se não, pode retransmitir a bactéria para você.

Não façam sexo até ambos completarem o tratamento. Espere, no mínimo, 7 dias após o fim da terapia para ter relações sexuais. 

Se não tratada, a infecção pode levar a complicações graves nas mulheres, como a doença inflamatória pélvica, dor pélvica a longo prazo, incapacidade de engravidar e gravidez ectópica (gravidez fora do útero). Os homens raramente têm complicações ligados à infecção.

Gonorreia

A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que pode infectar tanto homens quanto mulheres.

Pode causar infecções na região genital, no reto e na garganta. É muito comum, especialmente entre jovens de 15 a 24 anos.

Transmissão da gonorreia

Você pode contrair a gonorreia durante o sexo vaginal, anal ou oral sem preservativo com alguém que tenha gonorreia. Mesmo tratando uma vez a infecção, você pode contraí-la novamente. 

Prevenção da gonorreia

A principal forma de prevenção é através do uso de preservativo durante a relação sexual.

Gonorreia na gestação

Se você estiver grávida, pode transmitir a infecção para seu bebê durante o parto. Isso pode causar sérios problemas de saúde recém-nascido. Faça o pré-natal corretamente, assim o diagnóstico será realizado precocemente. 

Sinais e sintomas da gonorreia

A maioria das pessoas não apresentam sintomas

Nos homens apresentam-se como: 

  1. Sensação de queimação ao urinar.
  2. Secreção branca, amarela ou verde saindo da uretra do pênis.
  3. Testículos doloridos ou inchados.

Nas mulheres, muitas vezes os sintomas são leves e podem ser confundidos com uma infecção da bexiga. Geralmente apresentam-se como: 

  1. Sensação dolorosa ou ardência ao urinar.
  2. Corrimento vaginal.
  3. Sangramento vaginal entre os períodos menstruais.

Homens e mulheres também podem se infectar com gonorreia no reto. Acontece durante o sexo anal receptivo ou por disseminação de outro local infectado (como a vagina). Geralmente não causa sintomas, porém apresentam-se como: 

  1. Secreção saindo no ânus.
  2. Coceira anal.
  3. Dor anal.
  4. Sangramento.

Diagnóstico da gonorreia

Você deve ser examinado pelo seu médico se detectar algum destes sintomas ou se seu parceiro (a) tiver uma infecção sexualmente transmissível.

Testes laboratoriais podem ser realizados para diagnosticar gonorreia. Geralmente são realizados em amostra da secreção da vagina, pênis, ânus ou garganta. 

Tratamento da gonorreia

A gonorreia tem tratamento e pode ser curada. É realizado com antibióticos prescritos pelo seu médico. 

Seu parceiro (a) sexual deve realizar o tratamento, se não, pode retransmitir a bactéria para você.

Infelizmente está se tornando mais difícil tratar a infecção, já que algumas cepas de gonorreia estão resistentes a certos antibióticos. Se seus sintomas persistirem mesmo após o início do tratamento, retorne ao médico para ser reavaliado.

Não façam sexo até ambos completarem o tratamento. Espere, no mínimo, 7 dias após o fim da terapia para ter relações sexuais. 

A infecção não tratada pode causar sequelas graves. Nas mulheres, pode causar gravidez ectópica (gravidez fora do útero), infertilidade e dor pélvica/abdominal a longo prazo. Nos homens, pode causar dor no saco escrotal e infertilidade.

Raramente, a infecção pode se espalhar para o sangue ou articulações.

Tricomoníase

A tricomoníase é causada pelo protozoário chamado Trichomonas vaginalis e é mais comum em mulheres do que em homens.

Transmissão da tricomoníase

O parasita é transmitido de uma pessoa com a infecção para outra durante o sexo sem preservativo

Nas mulheres, a parte mais afetada é o trato genital inferior (vulva, vagina, colo do útero ou uretra). Nos homens, é o interior do pênis (uretra). É incomum ocorrer em outras partes do corpo, como as mãos, boca ou ânus. 

Mesmo não apresentando sintomas, a pessoa pode transmitir a infecção. 

Prevenção da tricomoníase

A principal forma de prevenção é através do uso de preservativo durante a relação sexual.

Tricomoníase na gestação

Mulheres grávidas com a doença estão mais propensas a ter bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer.

Sinais e sintomas da tricomoníase

Cerca de 70% das pessoas infectadas não apresentam sinais ou sintomas.

Quando ocorrem, variar entre uma leve irritação e infecção grave. Geralmente iniciam entre 5 a 28 dias após transmissão. 

Os homens apresenta-se com:

  1. Irritação no interior do pénis.
  2. Queimação após micção ou ejaculação.
  3. Secreção saindo da uretra do pênis.

Enquanto nas mulheres

  1. Ardor, vermelhidão ou dor na região genital.
  2. Desconforto durante a micção.
  3. Corrimento vaginal que pode ser claro, branco, amarelado ou esverdeado, com odor forte. 

Outro sintoma muito comum em ambos os sexos é a dor durante a relação sexual. Sem tratamento, a infecção pode durar meses ou até anos.

Diagnóstico da tricomoníase

Você deve ser examinado pelo seu médico se detectar algum destes sintomas ou se o seu parceiro (a) tiver uma infecção sexualmente transmissíveis.

Tratamento da tricomoníase

A tricomoníase tem tratamento e cura. É realizado com antiparasitários prescritos pelo seu médico. 

Seu parceiro (a) sexual deve realizar o tratamento, se não, pode retransmitir o parasita para você.

Não façam sexo até ambos completarem o tratamento. Espere, no mínimo, 7 dias após o fim da terapia para ter relações sexuais.

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição de risco. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

Quando diagnosticadas precocemente, as infecções sexualmente transmissíveis podem ser tratadas, e assim, não causaram maiores problemas na sua saúde.

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Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

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Médico Infectologista

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