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ARTIGOS

Herpes Simples: tudo o que você precisa saber

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

Uma das infecções mais comuns por ser de fácil transmissão, o vírus da herpes simples permanece inativo dentro do corpo após contraí-lo. E pode reativar-se a qualquer momento. Por esse motivo, algumas pessoas podem desenvolver vários episódios de herpes durante a vida. 

“Por que essa coisa chata aparece sempre que estou estressado?”

A resposta está na pergunta.

Se você está tendo episódios frequentes, provavelmente as lesões estão atrapalhando suas atividades diárias. 

Não sofra…. existe tratamento para você. 

O que é herpes simples

O herpes simples é uma infecção sexualmente transmissível causada por dois tipos de vírus:

  1. Herpes simplex tipo 1 (HSV-1), que geralmente causa o herpes oral.
  2. Herpes simplex tipo 2 (HSV-2), que geralmente causa o herpes genital.

Uma em cada seis pessoas entre 14 e 49 anos tem herpes genital nos EUA. 

Após contrair o vírus, ele permanece no nosso corpo na forma inativa. O estresse é o principal fator de reativação.

Transmissão do herpes simples

A transmissão do herpes oral ocorre durante a infância ou na idade adulta através do contato não sexual com a saliva. Embora mais difícil, é transmitido da boca para a região genital através do sexo oral. Por isso alguns casos de herpes genital são causados pelo HSV-1.

A transmissão do herpes genital ocorre principalmente durante o sexo vaginal, anal ou oral sem preservativo com alguém que tenha a lesão ativa.

Se você não tem herpes, pode contraí-lo ao entrar em contato com o vírus:

  1. Através do contato sexual com uma parceiro (a) que tiver uma lesão ativa.
  2. Através da saliva, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão oral ativa.
  3. Através de secreções genitais, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão genital ativa .
  4. Através da pele na região oral, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão ativa. 
  5. Através da pele na região genital, se o seu parceiro (a) tiver uma lesão ativa.

A ferida facilita a transmissão de outras infecções sexualmente ativas, como o sífilis, hepatite B e hepatite C.

Como o vírus é rapidamente inativado em temperatura ambiente, não é possível contraí-lo através de assentos sanitários, roupas de cama, piscinas, talheres, sabonetes ou toalhas. Também não é transmitido através do ar. 

Prevenção do herpes simples

Se você é sexualmente ativo, pode diminuir sua probabilidade de contrair a herpes simples:

  • Ao ter um relacionamento mutuamente monogâmico de longo prazo com um parceiro (a) que nunca apresentou herpes simples;
  • Usar preservativos da maneira certa sempre que fizer sexo. 

Infelizmente, o uso de preservativo não previne 100%. A ferida pode estar em uma parte do corpo onde a camisinha não protege. 

Se você está em um relacionamento com uma pessoa que já teve episódio de herpes simples, você diminui suas chances de contrair: 

  1. Seu parceiro (a) fazer a terapia supressiva. Ele (a) deve conversar com o médico sobre essa opção. 
  2. Evite ter sexo vaginal, anal ou oral quando seu parceiro (a) apresentar lesão ativa da infecção.

Ainda não existe vacina para herpes simples. 

Herpes simples na gestação

A infecção pode ser transmitida para o bebê antes do nascimento, porém é mais comum durante o parto

Se você apresenta sintomas próximo ao parto, avise seu médico. O tratamento diminui a chance de transmissão durante o nascimento. 

O herpes neonatal é uma doença grave e fatal. Apresenta-se como lesões cutâneas, oculares, disseminada e encefalite. 

Sinais e sintomas do herpes simples

A maioria das pessoas não apresentam sintomas.

Quando apresentam, são leves e iniciam de 1 a 26 dias após contraí-lo, em média 8 dias. 

As lesões têm aspecto de feridas, geralmente aparecem com uma ou mais bolhas em torno da região genital, retal ou boca. Essas bolhas se rompem, formando úlceras e crostas. A dor local aumenta durante os 7 primeiros dias, atingindo o pico até o 11º dia. A cura completa das lesões ocorre até o 20º dia. 

A formação de cicatriz é incomum e é indicativo de outras doença. 

No primeiro episódio você pode apresentar outros sintomas como: 

  1. Aumento da sensibilidade local.
  2. Coceira.
  3. Queimação.
  4. Febre.
  5. Dores no corpo.
  6. Cansaço. 
  7. “Ínguas”. 
  8. Secreção uretral transparente. 
  9. Ardência ao urinar.

Apresentar um novo episódio após a primeira infecção é muito comum. Acontece com 60% a 90% das pessoas. Geralmente são períodos mais curtos e menos graves do que a primeira vez, e tendem a diminuir com o tempo. É comum apresentar sintomas antes das lesões surgirem, como dor e coceira. Outros sintomas são incomuns. 

Casos graves são incomuns e ocorrerem no sistema nervoso, principalmente no cérebro. Ele pode causar meningite, encefalite, radiculopatia e mielite transversa. Sintomas de gravidade são:

  1. Febre.
  2. Dor de cabeça.
  3. Vômitos.
  4. Fotofobia.
  5. Confusão.
  6. Mudança comportamentais.
  7. Sonolência.
  8. Convulsões. 

Iniciam de 3 a 12 dias após as lesões cutâneas. Esses sintomas indicam uma doença grave que necessita de avaliação médica urgente e tratamento imediato. 

Pessoas imunossuprimidas (com AIDS, câncer, leucemia, linfoma, entre outros) podem apresentar lesões cutâneas disseminadas no corpo todo e esofagite (infecção no esôfago).

Podem ocorrer lesões também no cérvix, ânus, faringe, gengiva e olhos. 

Diagnóstico do herpes simples

Seu médico pode diagnosticar o herpes simples apenas observando seus sintomas. 

É possível coletar amostras das lesões e testá-las para confirmar o diagnóstico, mas não é feito de rotina. 

O exame é realizado através do método de PCR, que detecta genes do vírus. Esse teste é necessário em casos graves, como na meningite. 

Por fim, é muito importante que realize exames para outras infecções sexualmente transmissíveis.

Diagnóstico diferencial

Os sinais e sintomas do herpes simples são parecidos com outras doenças, como:

  1. Herpes oral: candidíase oral, aftas, síndrome de Stevens-Johnson, herpangina, herpes zóster, escabiose e infecções bacterianas.
  2. Herpes genital: sífilis, cancróide, linfogranuloma venéreo, candidíase genital e ulcerações traumáticas. 
  3. Encefalite herpética: meningite bacteriana, meningoencefalite criptocócica, meningoencefalite tuberculosa e neurotoxoplasmose. 

Tratamento do herpes simples

O tratamento varia de acordo com o tipo de herpes e a recorrência dos episódios. 

São utilizados medicamentos antivirais, principalmente o aciclovir. Outras opções são o valaciclovir e famciclovir. 

O tratamento é importante pois diminui o tempo de sintomas e evita a transmissão para outras pessoas. Analgésicos e antiinflamatórios são prescritos para alívio da dor. 

Se você tem episódios recorrentes que atrapalham sua vida, pode se beneficiar com a terapia supressiva – utilizará um dos antivirais citados acima de forma contínua, por no mínimo 6 meses, em dose especial. Converse com seu médico sobre a melhor opção de tratamento.

Mesmo se você não tratar, a lesão desaparecerá sozinha. 

Em pessoas com o sistema imunológico comprometido, as feridas genitais são mais dolorosas e podem ser graves. 

Não toque nas lesões para evitar que o vírus se espalhe para outras partes do seu corpo, principalmente os olhos. Lave as mãos frequentemente. Aguarde, no mínimo, 7 dias após as lesões desaparecerem completamente para ter relações sexuais com seu parceiro (a). 

A encefalite herpética é uma emergência e necessita de tratamento hospitalar com o aciclovir via endovenoso. Se você apresentar sintomas, não hesite e vá a um pronto atendimento o mais rápido possível.

Conclusão

Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta. 

O herpes simples tem tratamento, incluindo terapia supressiva. Não mude suas atividades diárias por causa da lesão. Trate-a.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

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