Pesquisar
Close this search box.

ARTIGOS

19 dúvidas sobre vacinas

Por Dr. Richard Portier

em 8 de agosto de 2020.

É incrível como as pessoas associam “prevenção” com atividade física diária, alimentação balanceada, exames de rotina (como glicemia, colesterol, mamografia, papanicolau, entre outros) e esquecem que as vacinas são a melhor forma de prevenir doenças infecciosas. Principalmente para os adultos e idosos. 

Ao se vacinar, você não apenas se protege, mas também protege as pessoas ao seu redor. Graças a elas, doenças transmissíveis, como a poliomielite, foram erradicadas no Brasil. Porém, movimentos contrários surgiram, e a baixa adesão à vacinação fizeram com que doenças antes raras e graves, como o sarampo, voltassem, como ocorreu em todo o Brasil em 2019.

Na aula abaixo eu mostro quais são as principais vacinas para as pessoas vivendo com HIV e neste artigo as principais dúvidas em relação às vacinas.

O que são vacinas e como elas agem?

A vacina é a forma mais segura e eficaz de proteção contra determinadas doenças infecciosas causadas por vírus ou bactérias.

São feitas a partir do próprio microrganismo, de forma atenuada (vivo, porém enfraquecido) ou inativada (morta). 

Mas como nos protegem? Por exemplo, quando contraímos um vírus, nosso corpo irá se proteger contra através do nosso sistema imunológico, produzindo anticorpos.

As vacinas “fingem” quem são esses agentes infecciosos e fazem com que nossas defesas produzam os anticorpos. Assim, quando entramos em contato com o microrganismo selvagem, nosso corpo já está pronto para se defender. 

O que é o “efeito rebanho”?

Quanto mais pessoas vacinadas, menor a probabilidade daquele agente infeccioso estar circulando (se multiplicando) naquela população. Assim, pessoas não vacinadas também estão protegidas contra o microrganismo. Porém, elas permanecem em risco de contrair a infecção.

Preciso da minha carteira de vacinação?

Tanto os programas de vacinação de crianças e adolescentes, como o calendário de vacinação para adultos e idosos, são publicados anualmente pela Sociedade Brasileira de Imunização. Clique aqui para saber mais

Posso tomar duas ao mesmo tempo?

Com algumas exceções (como VPC13 e VPP23, bem como VPC13 e MenACWY), todas as vacinas inativadas podem ser administradas de forma segura e efetiva simultaneamente (no mesmo dia) em diferentes regiões do corpo, sem prejudicar a resposta imune ou aumentar as taxas de reações adversas. Isso pode ser útil em casos de viagem iminente.

Já as vacinas de vírus vivo devem ser administradas com uma diferença de 30 dias de intervalo, pois a resposta imunológica pode ser prejudicada. Por exemplo, a vacina da febre amarela e do sarampo. 

Esqueci de tomar uma dose de reforço, preciso começar do zero?

Pode ocorrer também de você esquecer de administrar uma dose de reforço. Isso não afeta a resposta imunológica. Consequentemente, não é necessário reiniciar ou adicionar doses.

Porém, existem algumas exceções a essa regra. Converse com seu médico caso isso ocorra.

Preciso comprovar que fui vacinado ou não sei se já tomei determinada vacina, posso me vacinar novamente?

O recomendado é tomar novamente. Não há problema em tomá-la. Apenas evite tomar a mesma vacina em um curto espaço de tempo.

O que são vacinas combinadas?

São vacinas que oferecem proteção para mais de uma doença, como a tríplice viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba.

Por que algumas têm duração para toda a vida e outras não?

Pois, algumas precisam da dose de reforço para manter a defesa por toda a vida.

Estou doente, posso tomar uma dose?

Doenças leves, como diarreia, infecção respiratória alta ou outras doenças febris não são contra-indicações à vacinação. 

Entretanto, durante uma doença aguda moderada ou grave o adiamento pode ser necessário. Essa precaução ocorre para evitar a sobreposição de efeitos adversos com a doença aguda.

A vacina pode causar doença?

As inativadas (morto) são produzidas a partir de uma parte do microrganismo, geralmente uma proteína. Assim, não possuem vida e não causam doença. 

Já as atenuadas (vivo) são produzidas a partir do microrganismo vivo, porém enfraquecido. Podem causar doenças, porém brandas. 

O principal exemplo é a vacina da febre amarela, que em certas pessoas, a chance de apresentar sintomas da doença são maiores devido a imunossupressão. 

Tenho uma doença crônica, posso tomar uma dose?

Pessoas com doenças que alteram a imunidade, ou seja, são imunossuprimidas, como leucemia, AIDS, algumas doenças crônicas, quimioterapia contra o câncer, radioterapia ou em uso de corticoides em altas doses, precisam de uma avaliação médica especializada antes de tomar qualquer vacina. 

As inativadas são administrada com segurança, porém a resposta imunológica pode ser prejudicada. 

Vacinas de vírus vivo possuem um risco aumentado de uma reação adversa, por isso são contraindicadas na maioria dos casos, salvo situações especiais. 

Existem contraindicações às vacinas?

Além das citadas acima, também são contraindicadas em casos de alergia grave a algum componente, como a proteína do ovo. 

As vacinas são seguras?

Todas as vacinas licenciadas são testadas em diversas fases, desde processos iniciais em não-humanos até a sua produção e aplicação, garantindo sua segurança e eficácia. Também são avaliadas por organizações independentes e governamentais, como o Centers for Disease Control and Prevention (CDC, EUA).

No Brasil, a ANVISA e o Ministério da Saúde são responsáveis pela fiscalização e certificação. Todos os efeitos colaterais relacionados às vacinas são notificados, possibilitando uma monitorização de longo prazo. 

Quais são os principais efeitos colaterais?

Como qualquer medicamento, as vacinas podem causar efeitos colaterais. 

A maioria dos sintomas são leves, entre eles dor, vermelhidão e inchaço local e desaparecem em poucos dias.

Efeitos colaterais graves, como reação alérgica, são muito raros. Procure assistência médica caso ocorra.

A segurança de todas as vacinas foram testadas em vários estudos e foram aprovados para uso pelas principais agências de saúde do mundo, entre elas o FDA (U.S. Food and Drug Administration).

As vacinas causam autismo?

As vacinas não causam autismo. Um estudo realizado entre 2001 e 2012, com mais de 95 mil crianças, demonstrou que não há associação entre as vacinas e o autismo ou outro déficit de desenvolvimento. Esses resultados foram publicados no JAMA, da Associação Médica Americana. 

Posso pegar uma doença mesmo tendo sido vacinado contra ela?

Sim, assim como tudo na medicina, as vacinas não são 100% eficazes. Algumas pessoas, por diversos fatores próprios e individuais, não desenvolvem os anticorpos necessários para a proteção. 

Porém, a proteção em rebanho irá proteger essa pessoa. Por isso a vacinação em massa é necessária.

Vivo com HIV. Quais vacinas devo tomar?

Abaixo estão todas as vacinas que as PVHIV devem tomar.

infectologista curitiba

Dr. Richard Portier

Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.

Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.

Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV. 

Médico Infectologista

CRMPR 32.357

RQE 23.586

Nenhuma informação desta página e dos nossos produtos substitui uma consulta presencial com seu médico. Jamais faça nenhuma mudança no seu tratamento sem antes consultar seu médico ou profissional de saúde. É só ele quem poderá avaliar de perto a sua situação atual e decidir se você está apto ou não à essas alterações. Portanto, é imprescindível que você tenha acompanhamento médico para sua segurança. Se tiver qualquer dúvida, envie um email para richard@richardportier.com que responderemos o mais breve possível. Obrigado!

© 2022 Richard Portier. CNPJ 31.671.711/0001-11. Todos os direitos reservados. Termos de uso.