Por Dr. Richard Portier
em 8 de agosto de 2020.
A toxoplasmose, conhecida como a doença do gato, preocupou Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 2018. Um surto da doença atingiu a cidade, e após meses de investigação, não conseguiram encontrar a origem do surto.
Mas por que ela preocupou tanto as autoridades, Richard?
Continue lendo esse artigo pois nele iremos abordar diversos tópicos sobre a toxoplasmose.
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii, protozoário intracelular obrigatório.
Ele é encontrado em todo o mundo, sendo que nos EUA mais de 60 milhões de pessoas estão infectadas.
Após contraí-lo, o parasita fica na forma inativa em nosso corpo. Quando nossa imunidade é comprometida por alguma doença ou medicamento, como por exemplo, a AIDS, ele pode reativar, causando lesões no cérebro.
Os gatos desempenham um papel importante na disseminação da toxoplasmose.
A transmissão do parasita ocorre após comerem roedores, pássaros ou outros pequenos animais infectados. O parasita então permanece nas fezes do gato até 3 semanas após a infecção. Ao defecar em caixas de areia e solos de jardins, pode contaminar frutas, vegetais e a água, infectando assim, outros animais e o homem.
A infecção ocorre ao:
Aqui vão algumas dicas para você prevenir a toxoplasmose:
Outros cuidados são importantes, principalmente se você está grávida ou com algum comprometimento do sistema imunológico:
Não existe vacina para toxoplasmose.
Se você foi infectada com o parasita antes de engravidar, seu bebê estará protegido por sua imunidade. Espere 6 meses após uma infecção aguda para engravidar.
Para saber se já teve contato com o parasita, faça o pré-natal. Seu médico irá solicitar um exame de sangue para detectar se há anticorpos (defesa) contra o Toxoplasma.
Quando a infecção ocorre enquanto você está grávida, ou pouco antes da gravidez, ela pode ser transmitida para o seu bebê, causando a toxoplasmose congênita.
O risco de infecção aumenta no decorrer dos trimestres, sendo que no primeiro é de 9%, no segundo 27% e no terceiro 59%. Porém, quanto mais cedo ocorre a infecção, mais grave é a doença para o bebê, levando até a morte fetal ou aborto espontâneo.
Como resultado da infecção intrauterina, o recém-nascido pode ser assintomático ou apresentar sintomas como:
Durante o desenvolvimento podem aparecer sintomas como:
A criança deverá ter um acompanhamento especial com pediatra, infectopediatra e equipe multidisciplinar. Eles terão papel fundamental para o desenvolvimento da criança. A avaliação das necessidades apresentadas é individual.
Não há cura para a síndrome congênita, porém com o tratamento multidisciplinar é possível minimizar os danos.
A maioria das pessoas que contraem o parasita não apresentam sinais e sintomas. Eles pode iniciar de 5 a 23 dias após a infecção, duram semanas a meses e são parecidos com os da gripe, como:
As lesões nos olhos podem ocorrer em pessoas com imunidade normal. A corrioretinite é a lesão mais frequente e pode ser aguda ou crônica. Os sinais e sintomas da toxoplasmose ocular são:
Casos graves ocorrem em indivíduos com algum tipo de imunossupressão, como, por exemplo, HIV | AIDS, câncer maligno, linfoma, leucemia e uso de medicamentos imunossupressores. Geralmente são lesões no cérebro, pulmão, coração e fígado.
A toxoplasmose cerebral é apresentação clínica mais grave e letal. Os principais sintomas são:
Se você suspeita que foi exposto ao parasita e apresentar sintomas, procure assistência médica.
O diagnóstico da doença é realizado através de exames de sangue específicos para a toxoplasmose. Eles são chamados de sorologias e detectam anticorpos produzidos pelo corpo em resposta a infecção.
Se você apresenta sintomas oculares, marque uma consulta com um oftalmologista, médico especialista em olhos, urgente. Se não tratada, a lesão pode levar a cegueira.
Os sinais e sintomas da toxoplasmose podem ser parecidos com outras doenças, como citomegalovírus, sífilis, rubéola, herpes, HIV | AIDS, neurocisticercose, e outras doenças febris.
Em pessoas saudáveis, não grávidas, o tratamento não é necessário, exceto se sintomatologia muito importante.
Para mulheres grávidas, pessoas com sistema imunológico enfraquecido ou lesão ocular ativa, o tratamento é obrigatório e é realizado com antibióticos. Geralmente são utilizados 3 medicamentos: a pirimetamina, sulfadiazina e o ácido folínico. Outra alternativa é o sulfametoxazol-trimetoprim (Bactrim).
Para gestantes, o uso da espiramicina ou clindamicina também está indicado.
Anote todos os seus sintomas, quando eles iniciaram e quando você teve a exposição de risco. Anote também suas dúvidas e leve-as ao médico. Não hesite em fazer outras perguntas caso elas ocorram no momento da consulta.
A toxoplasmose geralmente é uma doença que cura espontaneamente, porém, se você está gestante, é imunossuprimido ou apresentar sintomas visuais, ela pode ser grave e deixar sequelas permanentes.
Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.
Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.
Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV.
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