Por Dr. Richard Portier
em 8 de agosto de 2020.
A febre amarela assustou o Brasil em 2016 e 2017.
A doença foi exposta na imprensa nos últimos anos, principalmente pela epidemia que vivemos. Porém ela é facilmente prevenida através da vacina.
Para o viajante, a vacina é muito importante. Não emitir o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia pode arruinar sua viagem.
Alguns países tem como requisito de entrada a vacinação contra a febre amarela. Se você chegar neste país sem comprovação de vacinação:
Esse documento é fundamental para a sua viagem, assim como outras medidas de prevenção. Porém algumas pessoas precisam de uma avaliação médica para definir os riscos e benefícios da vacina, já que ela é composta por vírus atenuado.
Continue lendo esse artigo pois nele iremos abordar diversos aspectos da febre amarela, mas principalmente sobre a vacina.
A febre amarela é uma doença febril aguda causada por um arbovírus do gênero Flavivírus. Ele é encontrado em áreas tropicais e subtropicais na América do Sul e na África, inclusive no Brasil.
O vírus é transmitido principalmente através da picada de mosquitos das espécies Aedes e Haemagogus infectados, permanecendo assim durante toda a vida. Eles adquirem o vírus ao picar primatas infectados (humanos ou não humanos) e, depois, transmitem a outros primatas (humanos ou não humanos).
Existem dois ciclos de transmissão:
Não há transmissão de pessoa para pessoa.
A vacina é principal forma de prevenir a infecção. Ela é composta por vírus vivo atenuado. No Brasil, após a epidemia de 2016 e 2017, é aplicada em todas as regiões do país.
É realizada em apenas 1 dose e demora, no mínimo, 10 dias para proteger você.
É recomendada para pessoas com 9 meses ou mais de idade que viajam ou moram em áreas de risco na América do Sul e na África.
Ela é contraindicada para:
“Richard, por que algumas pessoas não podem tomar a vacina ou precisão de uma prescrição médica para tomá-la?”
Pois é injetado, dentro de você, vírus vivo da febre amarela, porém, atenuado (mais fraco). O objetivo é desenvolver a defesa no seu organismo, para quando entrar em contato com o vírus selvagem, consiga se defender. Porém algumas pessoas com as condições descritas abaixo apresentam risco aumentado de eventos adversos graves – doença grave ou, muito raramente, morte. Isso porque elas podem não ter imunidade suficiente para se proteger contra o vírus “fraco” da vacina. Por isso é importante discutir com seu médico sobre os riscos e benefícios.
Para a maioria das pessoas, uma dose fornece proteção para toda a vida. Ela está disponível gratuitamente no SUS. Vá até a unidade de saúde mais próxima da sua residência e se informe sobre como aplicá-la.
Reações são geralmente leves, como dores de cabeça, dores musculares e febre baixa. Eventos adversos graves são raros e podem ocorrer nas populações citadas acima.
Os sintomas iniciam subitamente entre 3 a 6 dias após a transmissão do vírus e duram cerca de 3 dia. Os principais são:
A maioria das pessoas melhoram após os sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% das pessoas terão uma breve melhora, e então, desenvolverão a forma grave da doença. Os sintomas de gravidade são:
Aproximadamente 20 a 50% das pessoas que desenvolvem a doença grave morrem.
Se você mora em uma região endêmica da infecção, e apresenta alguns desses sintomas, procure atendimento médico imediato. A febre amarela é uma doença grave que leva a morte.
O diagnóstico é baseado através dos sintomas, principalmente em regiões onde há epidemia.
Para confirmar a infecção, são realizados exames chamados de sorologias, que detectam anticorpos produzidos pelo corpo em resposta a infecção.
Outros exames de sangue são realizados para avaliar o funcionamento de diferentes órgãos, como o fígado e rins.
Os sinais e sintomas da doença podem ser parecidos com outras, como a malária, leptospirose, hepatite A, hepatite B, hepatite C, febre hemorrágicas virais, dengue hemorrágica, infecções bacterianas graves, entre outras.
Não há tratamento específico para a febre amarela.
Se você apresentar sintomas graves, deve ser hospitalizado para monitorização e tratamento de suporte. É realizado hidratação, além do uso de analgésicos e antitérmicos.
Certos medicamentos devem ser evitados, como a aspirina ou outros antiinflamatórios (como o ibuprofeno), porque aumentam o risco de sangramento.
A vacina da febre amarela é a mais importante para o viajante.
Não emitir o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia pode arruinar sua viagem, por isso ela é fundamental. Alguns países tem como requisito obrigatório de entrada a vacinação contra a febre amarela. Outros
exigem o comprovante se você vem de uma área de risco.
No Brasil, a Anvisa é o responsável pela emissão deste documento que comprova que você tomou a vacina contra a febre amarela. A partir do dia 28 do janeiro de 2019 ficou mais fácil obtê-lo. Com a transformação digital do serviço, a solicitação, o acompanhamento e o recebimento do certificado têm trâmite totalmente digital no prazo de até 5 dias úteis. Clique aqui para mais informações.
Se você não tem um histórico de vacinação, provavelmente terá que tomar doses extras de determinadas vacinas. Marque sua consulta com pelo menos 6 semanas de antecedência para avaliar se você pode tomar a vacina.
É fácil prevenir a febre amarela. Basta tomar a vacina. Se você apresenta risco de desenvolver efeitos colaterais, agende procure assistência médica para avaliar o risco-benefício da vacinação.
Graduado pela Universidade Positivo, é Médico Infectologista graduado pelo Programa de Residência Médica em Infectologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia e Membro da Internacional AIDS Society.
Com grande experiência na saúde das pessoas que vivem com HIV, fez estágio no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e trabalhou na Unidade de Internamento de Infectologia e no Ambulatório de HIV/AIDS do Hospital de Clínicas – UFPR. Hoje possui um consultório privado em Curitiba onde realiza consultas online para todo o Brasil.
Sua missão é melhorar o físico, a saúde e a confiança das pessoas vivendo com HIV.
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